sábado, 10 de setembro de 2011

O pecado original.



O pecado original é um assunto bastante comentado pelos estudantes da Bíblia. Entre outros objetivos, eles pretendem dar explicações sobre o possível impedimento espiritual e moral, sob o qual os homens nascem. É também chamado de “pecado inerente” devido ser a raiz interna de todos os pecados atuais, porque se deriva de Adão e estar presente na vida de cada indivíduo desde o momento do seu nascimento.


Os pais da Igreja grega diziam que há uma corrupção física na raça humana proveniente de Adão, porém isto não envolve culpa, o que corresponde a uma diferenciação feita no livro de Levítico ao diferenciar a propiciação pelo sacrifício de expiacão de pecado e a propiciação pelo sacrifício de expiacão de culpa (ou existência de culpa). Então, há pecados sem culpa e pecados com culpa. Quando se peca com consciência, entendimento, então há culpa.


Ainda existem polêmicas sobre este assunto e historicamente foi motivo de cismas, possíveis heresias e divisões entre os cristãos desde os séculos iniciais do cristianismo, além de “visões” divergentes de antropólogos, psicanalistas e outros sobre o seu real significado.


Mas, e a Bíblia, o que diz? Bem, como um dever de consciência e verdade pessoal, já tendo discorrido outras opiniões, gostaríamos de apresentar uma interpretação, supondo ser a mais próxima da veracidade bíblica. Para isso, discorreremos no livro sagrado: no livro do Gênesis, os primeiros seres humanos e antepassados da humanidade, Adão e Eva, foram advertidos por Deus de que, se comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, no mesmo dia morreriam, o que fizeram tendo sido instigados pela serpente, tendo Eva aceitado a instigação primeiro e oferecido à fruta a Adão, que aceitou. No entanto continuaram vivos, apesar da expulsão do Jardim do Éden, então parece razoável entender que Deus estava falando de outro tipo de morte, a morte espiritual.


Isso é salientado fortemente também no Novo Testamento: o apóstolo Paulo descreve o estado dos cristãos na Epístola aos Efésios antes da conversão como aqueles que estavam “mortos em ofensas e pecados”, já a Timóteo ele declara: “Mas a que vive em deleites, vivendo está morta” e o próprio Cristo coloca isso claramente também no evangelho segundo Mateus “Deixa os mortos sepultar os seus mortos”.


Então, embora o homem não regenerado esteja fisicamente vivo, ele está morto aos olhos de Deus. 


Posteriormente, na epístola aos Romanos, temos o seguinte texto: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” O que passou a todos os homens? Foi o pecado? Não, segundo o texto bíblico foi a mortemorte espiritual.


Assim, a herança recebida foi morte e não pecado...


Então, nascendo morto espiritualmente, isto é, separado de Deus, vivendo só na carne e sem o auxílio divino conforme está escrito: “... Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 1.6), só nos resta abundarmos dos frutos da carne, e assim pecar e continuar pecando. , “... por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12)


Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele subjugue as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14).


Segundo a Igreja Católica, uma antiga igreja cristã, assim ainda é ensinada nos catecismos e estudos, que ele foi o primeiro pecado na terra. Com isso todos os descendentes de Adão e Eva, exceto a Maria, que foi mãe de Jesus, vieram ao mundo com ele e suas consequências. (Separar a “irmã” Maria é claramente um grande equívoco!) Pois ela no livro de Lucas apresentou dois pombinhos como expiação de pecado e não culpa. (Luc 2.24) O sacrifício era para a mãe ou para o filho? Certamente era para a mãe e um dos motivos era o fluxo de sangue (“Todo homem que tiver fluxo a sua carne está imundo”). No livro de Levítico no capítulo 12 isto é explicado melhor: “Se uma mulher conceber,..., será imunda sete dias”. Para a criança a lei não pede nada? Não. Então, por quê? Se tivesse pecado aos olhos de Deus, seria pedido o sacrifício de expiação de pecado ao nascer. Não tem pecado, mas também não tem vida, a vida espiritual.



Fica claro biblicamente que Deus não imputou pecado, e ainda no caso de Jacó e Esaú, no ventre de sua mãe, a palavra diz que não tiveram pecado e sim por eleição foi dito que o maior serviria o menor. (Rm 9.12)


Assim, concluindo e entendendo ser mais adequado, proporia que se mudasse o tema tão conhecido e polemizado de “pecado original” para morte original, pois considero mais preciso biblicamente, ou ainda, para tendência original ou inclinação para pecar.


Hum...




Pois é...







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