sábado, 1 de outubro de 2016

A chamada de Abraão.

A narrativa bíblica sobre a vida e obra de Abraão é riquíssima em princípios para uma vida espiritual de estreita comunhão com Deus. Os cristãos, em sua maioria, estão vivendo uma espiritualidade superficial em virtude da falta de um conhecimento pessoal de Deus. Quem almeja conhecer a Deus com propriedade e profundidade pode encontrar na história dos patriarcas os elementos necessários para este nobre propósito.
Abrão, nascido em uma família idólatra, teve o maravilhoso privilégio de ouvir a voz do Criador e ser chamado para andar com Ele e cumprir uma grandiosa missão (Js 24.2). Este chamado, conforme a eterna graça do Senhor foi acompanhada de grandes promessas que serviram para motivar a obediência de Abrão. A fé de Abrão neste chamado foi tão consistente que em nenhum momento ele se mostrou inseguro ou relutante em obedecer; antes, foi zeloso em envolver seus familiares e propriedades materiais no atendimento do chamado divino.

Após andar aproximadamente 640 quilômetros de Harã até Siquem, Abrão foi novamente surpreendido por mais uma manifestação do Senhor. Agora, o patriarca recebe a confirmação de qual seria a terra prometida, e pôde contemplar com os próprios olhos aquilo que havia contemplado antes por meio da fé (Hb 11.1). Em resposta à manifestação do Senhor, Abrão Lhe edificou um altar. Em função da fome que assolava a terra, o patriarca Abrão, juntamente com toda sua família, servos e gado, desceram até o Egito em busca de alimentos.
A fé que conduziu Abrão obedientemente até Canaã ainda não era madura o suficiente para enfrentar os desafios de uma grande fome, ou os costumes da cultura egípcia. A fome, e não a voz de Deus estabeleceu uma nova orientação para Abrão e a sua família; os costumes e a cultura egípcia determinaram a conduta do patriarca diante de um iminente perigo. Podemos comparar a fé de Abrão nesse estágio inicial com a fé dos novos convertidos a Cristo que, no início da nova vida cristã, cometem muitos erros por não saberem discernir com precisão a vontade de Deus em algumas circunstâncias de suas vidas.
O Senhor feriu a Faraó e sua casa com grandes pragas por causa de Sarai, o que ocasionou a indignação do monarca egípcio contra Abrão. Então, Abrão foi expulso do Egito. Subiu, pois, Abrão do Egito para a banda do Sul, ele, e sua mulher, e todas as suas possessões, e com ele Ló, o seu sobrinho. Em função da grandiosidade do rebanho de ambos, a terra não era capaz de suprir as necessidades alimentares do gado. Com isso, houve contenda acerca do manejo do gado entre os pastores de Abrão e de Ló.

O conforto de Ló em Sodoma logo foi perturbado pela invasão de quatro reis liderados por Quedorlaomer, os quais dominaram o vale do Jordão. Passados treze anos de servidão a Quedorlaomer, os habitantes das planícies se rebelaram, gerando mais conflitos com o invasor. A coalizão militar dos invasores prevaleceu contra Sodoma e Gomorra, os derrotados foram saqueados e Ló foi levado cativo como prisioneiro de guerra.

A notícia do que houve com Ló chegou até Abrão, o qual providenciou imediatamente um pequeno exército, a fim de resgatar o seu sobrinho. É impressionante a dimensão do favor divino sobre a vida de Abrão, pois o que duas grandes cidades não puderam fazer contra os exércitos invasores, o patriarca conseguiu apenas com trezentos e dezoito homens valentes. Abrão conseguiu resgatar Ló, bem como toda a fazenda que fora saqueada de Sodoma e Gomorra.

Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, reconheceu o favor do Senhor sobre Abrão, e o abençoou grandemente. Entretanto, o rei de Sodoma exigiu a devolução dos cativos, sem nem ao menos agradecer a Abrão por seu grande feito. Uma vez mais, Abrão demonstra sua justiça em devolver os bens daquele rei, pois ele queria que todos entendessem que sua prosperidade vinha só de Deus.

Observamos na maravilhosa jornada de Abrão como a fé em Deus conduz o crente em obras de justiça que manifestam o caráter daquele que é o Autor da fé. A fé é um dom divino que nos é concedido com a finalidade de realizarmos os propósitos soberanos do Senhor na terra, e não simplesmente para satisfazermos as nossas vontades.


* Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2016 ASSEMBLÉIA DE DEUS MINISTERIO GUARATINGUETÁ-SP

“Os Patriarcas, de Abraão a José”.

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