Estando já avançado em idade, Isaque dá
instruções ao seu filho Esaú para abençoá-lo.
Isaque deve
ter compreendido tudo, pois não recriminou, nem à sua esposa Rebeca, nem a seu
filho Jacó. E ainda, depois de tudo isso, abençoa conscientemente a Jacó com
mais palavras (28.1-4).
O primogênito sucedia naturalmente ao pai
como chefe da família e tinha autoridade patriarcal sobre seus irmãos. A ele
era atribuída uma bênção especial da parte do pai.
O direito da primogenitura era mais
importante que toda a herança do pai, porque significava assumir a própria
autoridade deste.
Tendo ouvido as palavras de Isaque, Rebeca,
sua mulher, chamou a Jacó e deu ordens para que este tomasse dois bons cabritos
do rebanho, vestisse as roupas de seu irmão Esaú e cobrisse as mãos e o pescoço
com a pele dos cabritos como se fosse o próprio Esaú, porque Isaque, por ser
muito velho, não podia enxergar.
Obedecendo à sua mãe, Jacó apresentou-se
diante do pai, dizendo ser Esaú.
Apesar de apalpar e cheirar o seu filho,
Isaque não conseguiu notar que era Jacó, e concedeu-lhe a bênção da
primogenitura.
Vale destacar que ele já a havia comprado do
seu irmão, que a trocou por um prato de lentilhas.
Cumpre-se, então, a palavra do Senhor dada a
Rebeca quando ainda estava grávida – o maior serviria ao menor. “Sirvam-te
povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua
mãe se encurvem a ti”. Quando Esaú retorna ao seu pai, com o guisado que este
pedira, ambos descobrem que Jacó, com sutileza, já havia recebido o direito de
primogenitura.
Esaú ainda tentou herdar a bênção, mas foi
rejeitado (Hb 12.16- 17). Esta é a mensagem que fica: é impossível desfrutar
dos apetites da carne e também da bênção celestial.
Acerca da atitude de Jacó podemos considerar:
a) ele seguia as ordens de sua mãe (obediência); b) ele valorizava e desejava
muito o direito de primogenitura, porque sabia o que isto significava (fé); c)
já havia a palavra de Deus, antes que ele nascesse (promessa); d) ele já havia
comprado a bênção do seu irmão e tomado posse dela (amar e priorizar o que vem
de Deus); e) não há nenhuma reprovação de Deus, nem mesmo de Isaque seu pai
(justificação); f) era a vontade soberana de Deus que Jacó fosse abençoado –
Deus cumpre suas palavras (Rm 9.11-13).
Rebeca, em última análise, ajudava ao esposo
Isaque para que este não errasse; ela, sim, tinha uma palavra dada por Deus (Gn
25.22, 23).
Agora Esaú percebe o que perdeu e lança a
culpa em seu irmão Jacó, como se este o tivesse enganado – nisto se
assemelhando a Caim.
Com receio da vingança de Esaú contra Jacó,
Rebeca convence Isaque a mandar este a Padã-Arã. A orientação era para que ele
tomasse esposa dentre a sua parentela e não se casasse com mulher Cananeia,
como Esaú havia feito.
Na viagem para Padã-Arã, Deus começa a se
manifestar a Jacó – é mostrada a ele uma escada cujo topo tocava nos céus e
anjos de Deus subiam e desciam por ela. A revelação em sonho é tão forte que
leva Jacó a ter consciência da presença de Deus – o Senhor estava naquele
lugar. A exemplo de seu pai Isaque e de seu avô Abraão, Jacó é levado a adorar
ao único Deus verdadeiro e a ter compromisso com Ele (“de tudo quanto me deres
certamente de darei o dízimo”).
E observemos que Deus, Deus mesmo, o abençoa
confirmando a Sua eleição em Jacó e se compromete de acompanha-lo em toda a sua
vida.
O nome Jacó significa suplantador – aquele
que terá a preeminência; não podemos censurar a Jacó e nem dizer que é
mentiroso, pois isso ele rejeitava (Gn 27.11, 12).
* Texto cedido
por: EBD – 4º. Trimestre de 2016 ASSEMBLÉIA DE DEUS MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“Os Patriarcas, de Abraão
a José”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário