Iniciamos o nosso estudo das parábolas na
lição anterior, na qual vimos os motivos do Mestre falar em parábolas. Ficou
claro que o véu sobre os mistérios de Deus é retirado ou colocado conforme a
disposição do coração daquele que ouve. Ao quebrantado e contrito é dado
conhecer os mistérios de Deus, enquanto àquele que ouve de mau grado eles são
encobertos. Seguiremos agora no estudo das diversas parábolas proferidas pelo
Mestre, começando pela parábola do semeador.
Jesus contou frequentemente, por parábolas,
histórias sobre os acontecimentos do dia-a-dia, que ele usava para ilustrar
verdades espirituais. Uma das mais importantes destas parábolas é aquela
registrada em Mateus 13.1-23, Marcos 4.1-20 e Lucas 8.4-15. Esta história fala
de um lavrador que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados,
dependendo do tipo do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus
em Marcos 4.13: “Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as
parábolas?” Jesus está dizendo que esta parábola é fundamental para o
entendimento das outras. É também uma das únicas que Jesus explicou
especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta história.
Nas palavras de Cristo: “Eis que o semeador
saiu a semear”, está retratada a função do semeador; cabe a Ele lançar a
semente na terra. Sendo a semente a palavra de Deus, podemos entender que o
semeador tipifica os discípulos de Cristo, aos quais não cabe escolher o tipo
de terra para plantar; eles não sabem onde a semente frutificará, por isso devem
plantar em todo tempo e em todo tipo de solo (Ec11.1-6).
Ao semeador não é dado destaque, nem seu
nome é citado; apesar de estar fazendo uma tarefa muito importante, não é ele
que deve aparecer (1 Co 3.6-7).
A semente é a Palavra de Deus – disse Jesus.
Esta semente é de tal natureza que, embora às vezes não produza fruto, sendo
como a chuva que cai do céu, sempre produzirá efeito (Is 55.10-11). Não importa
quão duros são os corações daqueles que ouvem a Palavra; uma vez que foi
enviada por Deus, Ela
prosperará. Sempre será manifesto o bom cheiro de Cristo; para alguns, na
salvação, e para outros, será na condenação (2 Coo 2.14-17).
Na parábola, o primeiro lugar em que a
semente cai é à beira do caminho. Jesus diz que vieram as aves e comeram-na. Isso
representa as pessoas que ouvem a Palavra, mas não entendem e por isso o
maligno arrebata o que foi semeado. Segundo o contexto da lição anterior, não
entendem a Palavra as pessoas que ouvem de mau grado cujos corações estão
endurecidos e, por estarem seus corações endurecidos, não examinam, ou examinam
superficialmente o que ouvem. Em contraposição, podemos citar os habitantes de
Bereia, que examinavam e comparavam as Escrituras, e também uma característica
do animal puro citada na lei – aquele que rumina.
O segundo tipo de terreno em que a semente
é lançada é entre os pedregais, que nasce logo, mas, por não ter raiz, é secada
e queimada pelo sol. Jesus explica que são as pessoas que recebem a Palavra com
alegria, mas são de pouca duração e logo se ofendem por causa da perseguição
(Mt 13.20-21).
Caracteriza o tipo de pessoa que ingressa
na fé com grande entusiasmo, mas não se dedica a crescer na fé, não deseja
ardentemente o “leite” capaz de produzir o crescimento, não se compromete; não
cria raízes, não se dedica ao estudo da Palavra, à oração e a comunhão dos
santos; por isso, é presa fácil para todo tipo de doutrina (Ef 4.14).
Jesus explica que a semente que cai entre
os espinhos e é sufocada são aqueles que ouvem a Palavra, mas os cuidados do mundo
e a sedução das riquezas a sufocam, ficando infrutífera. Aqui estão
representados os de coração dobre, que querem servir a Deus e ao mesmo tempo
desfrutar de tudo que o mundo oferece. Conhecem de Deus o suficiente para
desejar o céu, mas não o suficiente para abandonar o mundo, querem servir a
Deus e Mamom, o que é impossível. O amor às riquezas tem levado muitos a cair
em diversas armadilhas e ao suicídio na fé (1 Tm 6.10).
Por
último, diz Jesus que a semente caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem,
outro, a sessenta, e outro, a trinta. A explicação fala daquele que ouve e
compreende a Palavra, e dá fruto. Vemos que o primeiro requisito é que a
Palavra seja ouvida e compreendida, o que só é concedido a corações
quebrantados, que ouvem de bom grado.
Devemos tomar cuidado com a expressão “boa
terra”, para não atribuirmos mérito àquele que é alcançado pela Palavra. O
poder da vida está na semente, e não na terra. Não desfrutamos de bênção alguma
por obra nossa, tudo é pela graça de Deus (Ef 2.8-10).
Finalmente, vemos que o Senhor Jesus coloca
três quantidades que a terra boa produz: cem, sessenta e trinta. Com isso,
vemos que há diferenças no frutificar, nem todos produzem na mesma quantidade,
mas todos os que são alcançados pela Palavra consequentemente darão frutos.
Certamente a árvore boa dá bons frutos, e pelos frutos serão reconhecidos
aqueles que são do Senhor.
Na parábola do semeador vimos as diferentes
operações da Palavra de Deus quando ela é semeada. Sabemos que ela sempre
produzirá efeito; cabe agora a nós nos dedicarmos e pormos o conhecimento em
prática. Uma boa medida para começarmos é nos questionarmos sinceramente: que
tipo de solo temos sido ao recebermos a Palavra de Deus e quais frutos temos
produzido?
* Texto cedido por: EBD – 2º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“PARÁBOLAS”
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