quarta-feira, 19 de abril de 2017

A parábola do tesouro escondido, da pérola de grande valor e da rede lançada ao mar.

Dando continuidade aos Seus ensinos através de parábolas, Jesus conta mais três delas, em duas das quais fala do incomparável valor do reino de Deus – as parábolas do tesouro escondido e da pérola de grande valor. Na parábola seguinte, a da rede lançada ao mar, Ele fala da separação entre justos e injustos que haverá na consumação de tudo. Lembremos que o Mestre está falando de coisas espirituais. Isto é importante porque, da mesma forma que, na Sua manifestação, muitos esperavam a restauração material do reino do Messias, agora há os que os que esperavam desfrutar os benefícios do reino somente neste presente século. Jesus foi claro em ensinar que o Seu reino não é deste mundo. Vamos examinar cuidadosamente as Escrituras; elas contêm o “mapa” para encontrarmos o precioso tesouro e desfrutarmos todas as riquezas do Evangelho.

Jesus usa a parábola do tesouro escondido e a da pérola para falar do grande valor do reino de Deus. Na primeira, o homem encontra o tesouro quando, aparentemente, não o estava procurando; no segundo caso, o comerciante busca boas pérolas e encontra uma de grande valor. 

Ambos reconheceram que a grandeza do que foi encontrado justificava a venda de tudo o que possuíam para adquiri-lo. O Senhor fala de pessoas não religiosas que, a exemplo dos gentios, não buscam a Deus (Rm 10.20; Is 65.1); e de alguns que, como o apóstolo Paulo, têm a sua religiosidade e buscam ansiosamente. Nos dois casos Deus pode abrir os olhos para as insondáveis riquezas de Cristo Jesus. 

O maior destaque das duas histórias é a preciosidade do reino de Deus. Aquele que o encontra e reconhece o seu valor é capaz de se desfazer de tudo o que possui para tê-lo. O valor do reino está na pessoa do próprio Cristo, é nEle que estão “escondidos todos os tesouros”, e quem o tem desfruta de todas as bênçãos (Ef 1.3) e considera todas as outras coisas como perda, a exemplo de Paulo (Fp 3.7, 8; 2 Co 4.18). 

Se Cristo é o nosso Tesouro Permanente, então é nEle que nós temos que colocar o nosso coração. Dizer que Cristo é o nosso Tesouro e, no entanto, vivermos ansiosamente, correndo e “brigando” pela aquisição de outros tesouros, então, quer nos parecer que a posse de Cristo não bastou para preencher o desejo de possuir algo de valor. Para aquele que tem Jesus como seu Tesouro, todos os demais tesouros serão considerados como secundários, sendo que neles não estará o coração do homem, conforme o Senhor Jesus ensinou: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu. Onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração” (Mt 6.19-21). As riquezas desta vida são efêmeras e perecíveis e não nos acompanham por toda a vida. Porém, Jesus, o nosso Tesouro inigualável, permanecerá conosco por toda a eternidade.

Ambos os personagens das duas parábolas venderam tudo quanto tinham para a aquisição do que haviam achado. É claro que o Senhor não está falando em se “pagar o preço” pela salvação – ela vem pela graça de Deus mediante a fé em Cristo (Ef 2.8). Jesus fala da renúncia que deve praticar aquele que ingressa no reino – tudo o que é da vida anterior deve ser lançado fora, abandonado, “vendido”. Se alguém deseja o reino de Deus e não renuncia a tudo quanto tem, não é digno dele. Jesus diz que aquele que vem após Ele e não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser Seu discípulo (Lc 14.33). O Senhor coloca como condição essencial deixar tudo o que temos e o que somos para “adquirir” o reino de Deus. Isto inclui deixar o “eu”, o orgulho, vaidades e tudo o que é próprio da velha natureza. Inclui também bens materiais (Mc 10.17-24) e até pessoas – se maior interesse e afeição forem dedicados a elas do que ao verdadeiro tesouro que é Cristo Jesus (Mt 10.37; Hb 11.24-26; 1 Co 9.23-27).

Na última parábola deste conjunto de três, Jesus, mais uma vez, fala da distinção final entre justos e injustos, mesmo tema da parábola do trigo e do joio. O Senhor compara o reino de Deus a uma rede que é lançada ao mar e depois é retirada com toda espécie de peixes; na praia é que são separados os peixes bons dos maus. Entre os discípulos havia pescadores por profissão, e mesmo os discípulos que não eram pescadores estavam completamente familiarizados com a prática descrita por Jesus nessa parábola. Portanto, os discípulos foram capazes de compreender prontamente cada detalhe da narração de Jesus, pois o Mestre havia se referido ao modo de vida que muitos deles levavam antes de largar tudo para seguir a Cristo. Como vimos acima, a rede apanhava tanto peixes próprios para o consumo quanto impróprios, ou seja, peixes bons e maus. Devemos nos lembrar também de que muitas espécies eram consideradas impuras de acordo com as tradições judaicas (Lv 11.12). 

Os peixes comestíveis e comerciáveis eram separados em cestos, enquanto os demais eram descartados. Essa ideia de seleção deve ser mantida em mente para entendermos o ensino principal dessa parábola que claramente focaliza o dia do juízo final. 

Usando elementos do cotidiano de Seus discípulos, Jesus conseguiu ensinar e comunicar uma verdade espiritual de que devemos nos ocupar com a tarefa que nos foi confiada, pescando homens com a pregação do Evangelho de salvação, convidando todos ao arrependimento e apontando a forte realidade de que o grande dia do juízo virá, quando, então, o ímpio e o justo serão separados (Mt 25.32,33; 1 Pd 1.3-7). Nesta parábola vemos, mais uma vez, retratado o papel dos anjos quando da volta de Cristo: eles serão os encarregados da separação do joio e do trigo, dos peixes maus e dos bons.


Nestas três parábolas vimos os ensinos do Senhor Jesus sobre a preciosidade do reino de Deus, que traz também a grande responsabilidade daqueles que o encontram de renunciarem, com alegria, a tudo quanto possuem pelo gozo de o terem alcançado. Vimos também a solene verdade do juízo de Deus que será executado na consumação de tudo, com a separação de justos e injustos e o destino final que será dado a cada um.



* Texto cedido por: EBD – 2º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“PARÁBOLAS”

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