quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Gentios e judeus unidos mediante a cruz de Cristo.


Na lição anterior vimos que Deus em sua grande misericórdia e amor introduziu os gentios no seu plano de salvação. É uma obra grandiosa que os gentios façam parte de um mesmo corpo juntamente com os judeus, posto que havia uma parede de separação entre as duas comunidades – Israel e gentios. Então Paulo conclui o seu ensinamento do capítulo 2 demonstrando que Cristo veio também para derrubar essa parede de separação e unir os dois povos.

Até o verso 10, Paulo apresenta o problema individual do homem – morto; a partir do verso 11, o problema da coletividade. Os gentios não possuíam o sinal na carne – a circuncisão – da qual os judeus tanto se jactavam, havendo com isso uma separação religiosa e social entre os da circuncisão e os da incircuncisão. Os judeus se apegaram tanto à marca da carne que desprezaram o seu sentido espiritual (Fp 3.3), de forma que os demais povos não eram dignos de participarem das mesmas promessas que eles.

Paulo insiste com os cristãos para se lembrarem do passado, antes de Cristo vir na plenitude dos tempos, em que estavam separados da comunidade de Israel. Faziam parte de uma sociedade corrupta, cheia de idolatria e imoralidade. Vivendo em total escuridão em relação às promessas de Deus e sem esperança, estavam fadados ao desprezo. A situação dos gentios era complicada, estavam mortos em ofensas e pecados e também separados por uma barreira religiosa que os isolava de se chegarem a Deus (At 21.28).

Observemos novamente a apresentação do contraste no argumento de Paulo em relação à situação anterior. Aqueles que estavam longe agora estão perto pelo sangue de Cristo. Há um desenvolvimento entre as ideias do passado e o agora do presente. Antes, nas trevas – longe; mas, pela morte e ressurreição de Cristo Jesus, nossos pecados foram remidos e então fomos resgatados das trevas para Sua maravilhosa luz – estamos perto.

Também aquela parede de separação foi derribada – a lei dos mandamentos – e com isso Ele trouxe a paz. O que acirrava as inimizades eram exatamente essas separações, como, por exemplo, no templo, uma área de acesso aos judeus e outra aos gentios; no próprio desenho do tabernáculo havia separações de acesso restrito apenas a sacerdotes e ao sumo-sacerdote, e não só para trabalho como também de tempo, etc. Com a morte de Cristo Jesus tudo é unificado n’Ele. Tudo foi congregado em Cristo tanto nos céus como na terra (Ef 1.10).

A cruz desfez estas inimizades unindo os dois povos em um corpo, criando com isso um novo homem. Não quer dizer que os gentios foram elevados ao patamar dos judeus, mas que os dois povos precisavam da paz que é Cristo. Aqueles que se odiavam agora se amam; agora todos juntos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito (Hb 4.16). Os inimigos foram reconciliados. A explicação é a mesma de Rm 11.17, “enxertados” (Jo 15.1-7). É preciso estar em Cristo para usufruir da reconciliação e desfrutar da paz que Ele tem (Jo 14.27).

Agora não se deve misturar mais o presente com o passado, pois isso seria minimizar a obra da cruz de Cristo. Há muitos cristãos vivendo como no passado e não desfrutando da comunhão em Cristo. O termo “estrangeiros” traz consigo a ideia de desprezo, mas para Deus já não somos mais isso. Muito menos forasteiros, os quais, em país que não é o seu, não desfrutam de todos os direitos da cidadania do país onde se encontram. Ao contrário, somos concidadãos dos santos e família de Deus.

Somos também comparados a um edifício que não é construído por mãos de homens. Edificados sobre o fundamento dos apóstolos, cuja pedra de esquina é Cristo Jesus, e que, quando bem ajustados, crescemos para ser um templo santo para morada de Deus no Espírito. Somos pedras vivas colocadas nesse edifício, as quais precisam estar em harmonia e alinhamento com a pedra de esquina (1 Pe 2.4, 5).


Quantas maravilhas de Deus em Cristo Jesus que outrora estavam ocultas e agora reveladas. É por isso que Paulo se colocava na presença de Deus em oração pelos cristãos de Éfeso, para que Deus lhes desse “espírito de sabedoria e revelação”, para iluminação do entendimento. Não é tempo de vivermos no limiar da porta, mas sim de avançarmos até o Santo dos Santos a fim de desfrutarmos de tudo que Jesus conquistou por nós na cruz.


* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”

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