Na
lição anterior vimos que Deus em sua grande misericórdia e amor introduziu os
gentios no seu plano de salvação. É uma obra grandiosa que os gentios façam
parte de um mesmo corpo juntamente com os judeus, posto que havia uma parede de
separação entre as duas comunidades – Israel e gentios. Então Paulo conclui o
seu ensinamento do capítulo 2 demonstrando que Cristo veio também para derrubar
essa parede de separação e unir os dois povos.
Até
o verso 10, Paulo apresenta o problema individual do homem – morto; a partir do
verso 11, o problema da coletividade. Os gentios não possuíam o sinal na carne
– a circuncisão – da qual os judeus tanto se jactavam, havendo com isso uma
separação religiosa e social entre os da circuncisão e os da incircuncisão. Os
judeus se apegaram tanto à marca da carne que desprezaram o seu sentido
espiritual (Fp 3.3), de forma que os demais povos não eram dignos de
participarem das mesmas promessas que eles.
Paulo
insiste com os cristãos para se lembrarem do passado, antes de Cristo vir na
plenitude dos tempos, em que estavam separados da comunidade de Israel. Faziam
parte de uma sociedade corrupta, cheia de idolatria e imoralidade. Vivendo em
total escuridão em relação às promessas de Deus e sem esperança, estavam
fadados ao desprezo. A situação dos gentios era complicada, estavam mortos em
ofensas e pecados e também separados por uma barreira religiosa que os isolava
de se chegarem a Deus (At 21.28).
Observemos
novamente a apresentação do contraste no argumento de Paulo em relação à
situação anterior. Aqueles que estavam longe agora estão perto pelo sangue de
Cristo. Há um desenvolvimento entre as ideias do passado e o agora do presente.
Antes, nas trevas – longe; mas, pela morte e ressurreição de Cristo Jesus,
nossos pecados foram remidos e então fomos resgatados das trevas para Sua
maravilhosa luz – estamos perto.
Também
aquela parede de separação foi derribada – a lei dos mandamentos – e com isso
Ele trouxe a paz. O que acirrava as inimizades eram exatamente essas
separações, como, por exemplo, no templo, uma área de acesso aos judeus e outra
aos gentios; no próprio desenho do tabernáculo havia separações de acesso
restrito apenas a sacerdotes e ao sumo-sacerdote, e não só para trabalho como
também de tempo, etc. Com a morte de Cristo Jesus tudo é unificado n’Ele. Tudo
foi congregado em Cristo tanto nos céus como na terra (Ef 1.10).
A
cruz desfez estas inimizades unindo os dois povos em um corpo, criando com isso
um novo homem. Não quer dizer que os gentios foram elevados ao patamar dos
judeus, mas que os dois povos precisavam da paz que é Cristo. Aqueles que se
odiavam agora se amam; agora todos juntos temos acesso ao Pai em um mesmo
Espírito (Hb 4.16). Os inimigos foram reconciliados. A explicação é a mesma de
Rm 11.17, “enxertados” (Jo 15.1-7). É preciso estar em Cristo para usufruir da
reconciliação e desfrutar da paz que Ele tem (Jo 14.27).
Agora
não se deve misturar mais o presente com o passado, pois isso seria minimizar a
obra da cruz de Cristo. Há muitos cristãos vivendo como no passado e não
desfrutando da comunhão em Cristo. O termo “estrangeiros” traz consigo a ideia
de desprezo, mas para Deus já não somos mais isso. Muito menos forasteiros, os
quais, em país que não é o seu, não desfrutam de todos os direitos da cidadania
do país onde se encontram. Ao contrário, somos concidadãos dos santos e família
de Deus.
Somos
também comparados a um edifício que não é construído por mãos de homens.
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos, cuja pedra de esquina é Cristo
Jesus, e que, quando bem ajustados, crescemos para ser um templo santo para
morada de Deus no Espírito. Somos pedras vivas colocadas nesse edifício, as
quais precisam estar em harmonia e alinhamento com a pedra de esquina (1 Pe
2.4, 5).
Quantas
maravilhas de Deus em Cristo Jesus que outrora estavam ocultas e agora
reveladas. É por isso que Paulo se colocava na presença de Deus em oração pelos
cristãos de Éfeso, para que Deus lhes desse “espírito de sabedoria e
revelação”, para iluminação do entendimento. Não é tempo de vivermos no limiar
da porta, mas sim de avançarmos até o Santo dos Santos a fim de desfrutarmos de
tudo que Jesus conquistou por nós na cruz.
* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”
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