quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Deveres no lar e no trabalho.




Nesta seção de Efésios, passamos das relações mais gerais da vida para as ligações mais cotidianas e especiais do lar. Quando Paulo trata deste assunto, o casamento, tanto no império grego como romano, e até mesmo entre os judeus, já não tinha o mesmo valor do princípio criado por Deus; o divórcio estava em crescimento. As responsabilidades do lar estavam todas desorganizadas – pai, mãe e filhos sem se respeitarem, e assim Paulo apresenta a regra de sujeição mútua para que o lar seja um verdadeiro reflexo da família de Deus.

A mulher tem sua identificação com o marido na sua origem e na sua natureza. A história está em Gn 2.21-23; esta é a base divina e imutável do casamento e suas obrigações mútuas originam-se aqui. A esposa é “corpo” do marido – posição de submissão. Mas, ela é também “sua própria carne” (Pv 18.22). A palavra mais importante nesses versículos sem dúvida é a sujeição ou submissão, mas cada vez que é mencionada causa estranheza nas mulheres, isto porque o seu real sentido foi deturpado, afinal esse é o papel do sistema – mudar o sentido daquilo que Deus propõe para o homem. Submissão não quer dizer inferioridade ou obediência cega: tudo o que o marido mandar tem que obedecer ou ser como uma escrava; a mulher é uma auxiliadora idônea. O sentido verdadeiro da palavra submissão é pôrse debaixo da missão de outro (1 Co 11.11 e 12). A mulher deve sujeição ou submissão ao marido por causa de Cristo (v. 22); deve enxergar no marido o próprio Senhor que lhe deu a autoridade que ele tem. Assim, ao submeter-se ao marido, está se submetendo a Cristo, pois é a autoridade de Cristo que ele exerce. Também porque o marido é a cabeça e, portanto, aquele que salva o corpo, e essa obediência traz liberdade para a mulher. Esta não está se sujeitando a um estranho, mas ao seu esposo; a maior alegria da igreja é a sua sujeição a Cristo; o contrário traz vergonha a ela e faz com que perca sua identidade de igreja (Pv 31.30).

Se a palavra mais importante no primeiro tópico foi submissão, neste é o amor. O marido que deseja que sua mulher lhe seja submissa como a igreja o é em relação a Cristo, deve amá-la como Cristo amou e ama a igreja. Paulo trabalha com a mesma relação entre Cristo e a Igreja (Gn 24.64-67; Ec 4.9-12). O amor do marido pela esposa deve ser perseverante, santificador, protetor e provedor. Deve amá- la como a si mesmo. O modelo de amor dado por Deus, como estudado na lição anterior, é sacrificial, e deve ser seguido pelo marido em relação a sua esposa. Sua liderança no lar não é para oprimir a esposa, aborrecê-la, entristecê-la; o destaque de Paulo não está na autoridade do marido, mas em seu amor pela esposa. Se submissão é entregar-se a alguém, amar é entregar-se por alguém (Sl 128.1-3). O marido deve cuidar da vida espiritual da esposa, pois é responsável pela vida espiritual da esposa e dos filhos. Ele é sacerdote do lar. Deve ser a pessoa que mais exerce influência espiritual sobre eles. O homem não deve maltratar e nem descuidar do seu próprio corpo. O lar não é o lugar para o esposo aparecer vez ou outra, mas sim permanecer a fim de conhecer o que está ocorrendo, estar presente na necessidade (1 Pe 3.7). Em todas as relações humanas, o cuidado com a esposa deve se sobrepor. Se a esposa deve respeitar o marido, este deve merecer o seu respeito. O homem deve amar sua mulher e a mulher deve reverenciar o marido.

É através da família que temos a maior oportunidade de evangelizar esta sociedade. Eles devem observar em nós o exemplo de como é uma família de Deus. Para tanto os filhos devem obedecer aos pais, pois isso é agradável ao Senhor, devem também honrá-los, já que isso é um mandamento e o único com promessa (Pv 3.11, 12; 15.5; 20.20; 23.22-25; Hb 12.9-11). 22 Os pais por sua vez não devem irritar seus filhos para que não percam o ânimo. A obediência dos filhos aos pais deve se equilibrar com a consideração destes por aqueles. Os pais criam os filhos também seguindo o exemplo de Deus, que é o Pai de todos (Sl 127.3-5; Pv 22.6; 3.11, 12; 29.15). A sociedade está em uma decadência desenfreada, e o pior é que a causa está na família que é a menor parte da mesma. Um fator preponderante é a desobediência dos filhos aos pais (Rm 1.30; 2 Tm 3.2). Se o nosso cristianismo não funcionar dentro do lar, como ganharemos esta sociedade para Cristo? Em tudo devemos seguir o modelo de Deus. Paulo também ensina a respeito dos servos e senhores. Em uma época em que a escravatura estava em alta e que os escravos eram simplesmente ferramentas, onde Cristo habita precisa haver também mudança, tanto espiritual como também moral. Os servos obedecem aos senhores como a Cristo e os senhores deviam fazer o mesmo, lembrando que tanto senhores como servos tinham um Senhor supremo nos céus (Tt 2.9-10; 1 Pe 2.18-20; 1 Tm 6.1-2; Pv 6.6- 11).

Em uma época em que a família está tão desvalorizada e os deveres de cada membro, tão desorganizados, urge a necessidade de que um lar cristão seja autêntico. Quando esposo e esposa compreendem suas responsabilidades pessoais e comuns diante de Deus, eles se tornam uma lâmpada em meio a tanta escuridão, um testemunho vivo em meio a tanta corrupção.





* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”


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