sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A voz do que clama no deserto.





Em virtude do seu papel fundamental de preparar os corações dos israelitas para identificar e receber o Messias, o ministério de João merece ser analisado cuidadosamente (Lc 1.57, 62-64, 76-79). Vamos encontrar no seu ministério peculiaridades repletas de significados e instruções para o atual ministério da Palavra de Deus. Vamos aprender com João Batista como desenvolver um ministério da Palavra eficaz em preparar os corações dos pecadores para receberem de bom grado o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O ministério de João Batista foi inteiramente fruto da iniciativa divina. Agora, como homem maduro, após longos anos de consagração a Deus no deserto, João Batista começa a pregar porque lhe foi revelada a Palavra de Deus (Lc 1.80; Mt 3.1-4). É interessante notarmos que ele não começou a pregar somente com base em seu chamado, mas sim, a partir da revelação da Palavra de Deus. João Batista não produziu o conteúdo da sua mensagem, pois ele proclamou exatamente o que havia ouvido da parte de Deus. Aqui temos uma característica importante do seu ministério que explica a razão do seu êxito em conduzir uma multidão de pecadores ao verdadeiro arrependimento. Não sabemos ao certo por quantos anos João Batista permaneceu em profunda consagração a Deus no deserto, no entanto, uma coisa é certa: foi um período de intensa preparação para torna-lo sensível à voz de Deus. Como filho de sacerdote, João Batista deveria ter sido criado no seio da família e no ambiente do templo para se preparar para ser sacerdote. Entretanto, sua inusitada consagração no deserto marca o rompimento de Deus com a Antiga Aliança e a preparação da Nova e Eterna Aliança. As suas vestes, sua alimentação e o seu isolamento representam este rompimento com séculos de tradição religiosa. O ministério de João Batista é uma espécie de protótipo do ministério evangélico, pois seu foco principal era conduzir os pecadores ao arrependimento e confissão de pecados para perceberem a real necessidade de confiarem em Jesus Cristo como o Salvador do mundo.

Segundo o exemplo de João Batista, todos que foram vocacionados por Deus ao ministério da Palavra devem consagrar suas vidas intensamente até que a Palavra a ser pregada seja poderosamente revelada. Temos que ter em mente que o ministro da Palavra de Deus é um profeta e não um mero palestrante. Abnegação, devoção, modéstia e foco na missão ministerial são características fundamentais da vida daqueles que prepararão os corações para crerem no Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

João Batista, com o propósito de ser fiel ao seu chamado, anunciava a Palavra de Deus se dirigindo aos israelitas com um coração inflamado pelo poder do Espírito Santo e de forma contundente. Todos os estratos da sociedade (camponeses, publicanos, soldados) vinham ter com ele a fim de ouvirem a Palavra de Deus. As pessoas não eram atraídas ao seu ministério por seu carisma como líder, ou por um templo suntuoso, ou por promessas de prosperidades de ordem terrena. Multidões encaravam os desconfortos próprios do deserto da Judéia com um único objetivo: ouvirem a Palavra de Deus para restaurarem o relacionamento com Ele (Mt 3.5, 6).

Os ouvintes da pregação de João Batistas eram tomados de grande convicção de pecado e dispunham-se a uma mudança sincera de atitude. O verdadeiro arrependimento é caracterizado pelo abandono do pecado. O egoísmo, a avareza, o engano, a opressão sobre os mais fracos, tão presentes no cotidiano daquela época, foram varridos pela Palavra de Deus e pelo arrependimento dos que passaram a ouvir João Batista.

Todos os que se arrependiam eram batizados nas águas do Jordão como testemunho público do arrependimento aflorado do íntimo dos seus corações. João Batista também se ocupou em 8 advertir aos que resistiam à Palavra de Deus acerca do inevitável juízo vindouro. O severo castigo de Deus está reservado para todos quantos amarem este presente século e aborrecerem a Palavra da Verdade (Mt 3. 9-12).

A iniquidade está multiplicando-se aceleradamente em nossa geração, com efeitos trágicos sobre todos os ramos da nossa sociedade. Há um desesperado gemido nos corações ímpios por libertação e paz (Rm 8.19-22). A ira de Deus está sendo provocada pela impiedade e perversidade que contaminam e grassam em todos os povos. E qual deve ser a resposta para este quadro caótico? A pregação da verdadeira Palavra de Deus. O Senhor está chamando, ungindo e treinando uma multidão de testemunhas da Verdade em todas as nações. Precisamos estar atentos e dispostos para atender ao chamado de Deus para proclamarmos a Sua mensagem até aos confins da terra.

Todas as peculiaridades do ministério de João Batista despertavam nos israelitas a seguinte indagação: Seria ele o Messias prometido pelos profetas? João Batista, quando indagado acerca disso, sempre dizia que viria alguém cujo ministério seria muito superior ao dele, e este é quem seria o Messias. A convicção de João sobre o propósito do seu ministério foi útil para preservá-lo da tentação de usurpar a glória do verdadeiro Messias (Jo 1.19-27). E ainda contamos com os testemunhos de Jesus encontrados em João 5.33-35 e Mateus 11.7-10.

Enfim, o dia tão esperado chegou. Jesus Cristo veio ter com João, junto às águas do Jordão, para ser por ele batizado. Inicialmente João resistiu à ideia de batizar Jesus, mas depois, ele entendeu que era necessário cumprir toda a justiça. Assim que Jesus foi batizado por João, o Espírito Santo desceu sobre Ele com uma forma semelhante ao corpo de uma pomba. Em seguida, foi ouvida uma voz do céu que disse: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido” (Jo 1.29-34; Mt 3.13-17; Jo 3.26-36).

João Batista, logo após cumprir seu breve ministério, foi degolado a mando do tetrarca Herodes por causa da repreensão que este recebera do profeta por haver tomado a mulher de seu próprio irmão (Mc 6.17-27).


Vemos no ministério de João Batista um modelo de ministério aprovado por Deus, visto que ele cumpriu à risca exatamente o que lhe foi ordenado fazer. Um ministério, para ser aprovado por Deus, precisa ser pautado no temor do Senhor e na obediência, do contrário estará fadado à reprovação divina. Que o exemplo de fidelidade e zelo de João Batista no ministério sirva de inspiração para todos os chamados por Deus para serem seus porta-vozes na terra.




* Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“VIDA E OBRA DE JESUS”

Nenhum comentário:

Postar um comentário