quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A glória e excelência de Cristo Jesus.







Em tempos de incertezas e inseguranças, de esfriamento espiritual, de tolerância religiosa, do politicamente correto, do relativismo moral e etc., o estudo da carta aos Hebreus é importante, pois declara que só há um único e verdadeiro caminho que nos conduz aos céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Diante de tais desafios, a igreja deve testificar que, a mensagem aos Hebreus não se trata de uma obra, transmitida por mais uma tradição religiosa, mas é a voz do próprio Deus, através de Seu Filho, se revelando à humanidade. Se no passado, a mensagem, anunciada pelos servos de Deus, era representações e sombra das realidades celestes, em nossos dias, temos a alegria de desfrutar da glória e excelência de Cristo Jesus e compreendermos sua superioridade sobre toda obra da criação e tradições religiosas.

Apesar de diversas especulações quanto à autoria, o escritor não se identifica, mas escreveu com entendimento, revelação e autoridade de um apóstolo, além de conhecer profundamente o Antigo Testamento, em particular, o sistema sacerdotal e sacrificial levítico (9.1-5). Assim como o autor, os destinatários são também desconhecidos e apresentados como “irmãos santos, participantes da vocação celestial”. Aqui o escritor exorta-os a “atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido” (2.1,3). É possível ainda, que esses irmãos enfrentavam perseguições por causa da fé em Cristo (12.1-13). A ausência de qualquer referência à destruição do templo de Jerusalém é um forte indício que o autor escreveu antes de 70 d.C.

O propósito do escritor era encorajar os crentes a perseverarem em sua fé em Cristo a despeito das inúmeras tribulações e aflições que enfrentavam (2.1; 12.1,12), para isso, argumenta que as disposições divinas para a redenção vistas no antigo pacto se cumpriram e estavam superados pela vigência da Nova Aliança, estabelecida por Cristo, o Filho de Deus - o autor e consumador da nossa fé (8.6). Considerando assim, a “glória e excelência de Cristo”, os leitores devem se esforçar com maior diligência à salvação, atentando para o perigo de se apostatarem da fé e voltarem às velhas práticas religiosas na tradição judaica.

O autor descreve sua obra como uma “palavra de exortação” (13.22). Contém três divisões principais. A primeira, Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado ser a plena revelação de Deus à humanidade, maior do que os profetas (1.1-3), do que os anjos (1.4-2.18), Moisés (3.1-6) e Josué (4.1-11). Os leitores são advertidos ao perigo do abandono da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade (2.1-3; 3.7-4.2). A segunda divisão apresenta Jesus como o sumo sacerdote, cujas qualificações (4.14-5.10), caráter (7.26-28) e ministério (8.1-10.18), são perfeitos e eternos. O autor adverte aqueles que espiritualmente são imaturos e pensam em desistir da fé, depois de se tornarem participantes de Cristo (5.11-6.12). A divisão final (10.19-13.17) admoesta, enfaticamente, os crentes a perseverarem na salvação, na fé e na santidade.

Ainda, são características deste livro. No Novo Testamento (NT) é o único quanto à sua estrutura: começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta. É o texto mais refinado do NT, com exceção à Lucas. É o único escrito do NT que desenvolve o conceito do ministério sumo sacerdotal de Jesus. A Cristologia do livro é ricamente variada, apresentando mais de vinte nomes e títulos de Jesus. A palavra “melhor”, aparece treze vezes: Jesus é melhor que os anjos e todos os mediadores do AT. Ele provê melhor repouso, concerto, esperança, sacerdócio, expiação pelo sacrifício vicário e promessas. Contém o principal capítulo do NT a respeito da fé (cap. 11). Está repleto de referências e alusões ao AT que oferecem um rico conhecimento da interpretação cristã primitiva da história e da adoração no AT.

O autor assegura que a origem da revelação é divina. É certo que existe um Deus que se comunica e se dá conhecer aos homens. Se “Deus falou”, não compete aos seus servos questionar, indagar, especular ou filosofar o que Ele disse, mas ouvir o que Deus falou e revelou a respeito de si mesmo, e então, obedecer. O sábio ouve o que Deus disse e age em obediência à Sua determinação. Então, ouvi-Lo é sabedoria e vida, ignorá-Lo é tolice e morte.

No passado, o instrumento principal de Deus para sua revelação foram os profetas (Ex 4.10-12); servos que falavam em nome do Senhor (Jr 15.19). Em nossos dias - hoje, Ele se revela, exclusivamente, por meio de Jesus Cristo, o Filho. Há uma acentuada distinção entre Jesus e os profetas. A revelação profética foi importante, porém era sombra das realidades celestes, mas a revelação de Deus em Jesus é maior, pois é plena, perfeita e definitiva. A mensagem de Jesus não era uma parte da verdade, mas Ele é a verdade. Se os profetas transmitiam o que Deus disse, através de Jesus - o Filho, o Pai fala diretamente aos homens; se os profetas captaram uma parte da mente de Deus, Jesus é a própria mente de Deus, a plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9). A Palavra de Deus falada mediante seu Filho é final: ela cumpre e transcende tudo o que foi anteriormente falado da parte de Deus.

Este texto encerra mostrando várias credenciais que atestam que verdadeiramente Jesus é o unigênito do Pai. Ele é herdeiro de tudo como uma consequência natural de sua filiação (Jo 1.1, 14). Tudo o que pertence ao Pai, pertence a Ele por direito legal. Como Unigênito, Ele é o único herdeiro legítimo (Jo 17.9-10). O Filho também é o criador – “por quem fez também o mundo” (Cl 1.16). Jesus é a imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15). A expressão exata do ser de Deus. Aos seus discípulos Jesus disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Em seguida, é afirmado que o Filho sustenta a criação pela palavra do seu poder, ou seja, o Filho não é só o criador, mas mantém o equilíbrio do universo através de seu governo. Cristo ao efetuar o perdão dos nossos pecados, mediante a sua morte na cruz, assumiu o seu lugar de autoridade: “assentou-se à destra de Deus” (v. 3). A atividade redentora de Cristo no céu envolve seu ministério de mediador divino (8.6; 1 Jo 2.1,2).

Nesta passagem, é exposta a superioridade do Filho e a subordinação dos anjos. A argumentação está alicerçada nos textos das Escrituras que demonstram que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Este fato é testificado pelo próprio Deus: “Tu és meu Filho, hoje te gerei.” “Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho” (Sl 2.7; 2 Sm 7.14). Estes textos se referem a Davi e Salomão, que representavam o governo de Deus sobre a nação de Israel, agora, é aplicado a Jesus Cristo, um rei sem igual, maior que esses reis e que ocupa definitivamente o trono de Israel e cumpre as promessas de Deus na história (Mt 12.42). Cristo excedeu todas as expectativas humanas, pela sua vida, morte e ressurreição, Ele demonstrou que não era somente um rei, é o Rei prometido, o Filho do Deus Eterno.

E quem são os anjos? Nos versos 6-7, o contraste é acentuado, os anjos são criaturas, estão a serviço, anunciam as glórias do Rei e devem adorá-Lo (Mt 4.11; Lc 22.43). Ao citar o Salmo 45.6-7, o autor enfatiza o reinado de Cristo como justo, ungido e que duraria pelos séculos dos séculos. (Sl 102.25-27).  Glorificado seja Deus! Jesus é o Filho de Deus, é o Rei, de eternidade a eternidade, do início ao fim da história, da criação à consumação. Os anjos servem e adoram a este Rei e nós devemos fazer o mesmo.  Complementa-se, agora, no verso 14, eles têm uma outra missão: “enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”.


Diante desta magnífica mensagem dos céus, não há como permanecemos indiferentes ante a voz de Deus. Absolutamente nada, nem os profetas, nem os anjos, têm maior autoridade do que Cristo. Ele é o único caminho para a salvação eterna e o único mediador entre Deus e o homem.






* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018


EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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