sexta-feira, 16 de março de 2018

Exortação à paciência e santidade.







O capítulo onze de Hebreus traz exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. O objetivo desta aula é mostrar que a vida cristã é parecida com uma maratona, além, de salientar que o pecado é um mal que deve ser extirpado completamente da vida do cristão; bem como alertar que o embaraço, certamente, prejudica o desempenho na carreira da fé. E ainda, reconhecer que a vida de santificação é a vontade de Deus para todos os cristãos.

Continua a exortação à perseverança na fé, para isso, deveriam observar o exemplo de homens e mulheres que alcançaram testemunho de Deus, anteriormente descritos como “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Neste contexto, ele compara a caminhada cristã a uma corrida de longa distância, isto é, uma maratona (1 Co 9.24-27; Fp 1.29,30). Outros crentes terminaram a sua parte na corrida. Nesta jornada é necessário deixar “todo embaraço e o pecado”, ou seja, os “atletas” cristãos devem remover de suas vidas todos os obstáculos que possam prejudicar o desempenho (2 Tm 2.1-5). O escritor ainda enfatiza que a corrida deve ser realizada com “paciência e perseverança”. A tendência é que alguns desfaleçam ao longo do caminho, mas é para o cristão percorrer a tarefa estabelecida, tendo em vista o prêmio da soberana vocação. Ele não deve se distrair, mas manter os olhos fixos no exemplo perfeito – “Jesus, o autor e consumador da fé”.

O verso 3 destaca o fato de que Jesus não somente suportou as dificuldades, mas também foi rejeitado, exatamente por causa da obra em benefício do homem. Nunca fez mal algum, nunca pecou. Assim mesmo foi rejeitado, e essa rejeição não o fez pecar ou abandonar sua perseverança em obedecer a Deus. Se os leitores considerassem o exemplo de Cristo, eles jamais iriam desfalecer e abandonar a caminhada proposta por Cristo.

Nesta seção, o autor afirma que ainda não haviam sofrido o máximo pela causa de Cristo: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”. E havia quem pensava em abandonar a Cristo? Os filhos de Deus reconhecem que as provações e dificuldades, em lugar de indicarem o desagrado de Deus, são sim prova do seu amor: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”, que filho há a quem o pai não corrija? A disciplina celestial, que jamais é arbitrária, busca garantir-lhes uma participação permanente na vida divina cuja maior exigência é a santidade (Pv 13.24). Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza, a dor, naturalmente, não é agradável. Quando Deus corrige a seus filhos é produzido fruto pacífico, fruto de justiça, aos que têm sido por ela exercitados.

O autor exorta: “tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (v. 12). Esta é uma metáfora que tem como propósito encorajar os crentes, a despeito dos sofrimentos e perseguições por Cristo, a prosseguirem na carreira da fé. Eles não só deveriam vencer o desânimo, mas também, serem cuidadosos com respeito às suas vidas: “fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado".  Os destinatários ainda são estimulados a viverem em “paz com todos” e a buscarem “a santificação”, pois sem a qual ninguém verá o Senhor (1 Ts 4.7,8). A próxima advertência se refere à vigilância, para que nenhuma alma na comunidade viesse a se perder, e deixasse de obter as ricas provisões da graça de Deus: “tendo o cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (2 Co 6.1-4).

No verso 16, os leitores são alertados a não seguirem o mau exemplo de Esaú, que desprezou a bênção da primogenitura por um prazer que era momentâneo: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura”. Esaú, depois de fazer uma escolha má, não pôde mudar as suas consequências, apesar de ter procurado fazer isso com lágrimas. O autor tem certamente uma lição prática em vista: seus leitores também, ao desprezarem os privilégios cristãos que lhes foram conferidos, podem perder irrevogavelmente a sua herança, como aconteceu com Esaú.

No final, o propósito do autor é firmar os leitores na sua fé e convencê-los de que não existe outra alternativa para eles além de Cristo. Um contraste final entre as duas dispensações é colocado: a primeira, representada pela figura do “monte Sinai”, acompanhada de grandes terrores, e tornava claro que eles não podiam aproximar-se e afastava Deus dos homens (Ex 19.18,19). A segunda - “a Jerusalém celestial” (Ap 3.12), leva os homens ao próprio céu, ao reino dos anjos e dos homens “justos aperfeiçoados”, a Deus, o Juiz de todos, e a Cristo, o Mediador da nova aliança. Os privilégios da nova são melhores, mas grandes são as responsabilidades, o que exige maior temor com uma vida de verdadeira santidade (v. 29).

Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços, pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de Deus, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.





* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018



EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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