O
capítulo onze de Hebreus traz exortações e orientações aos crentes sobre como
perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. O objetivo
desta aula é mostrar que a vida cristã é parecida com uma maratona, além, de
salientar que o pecado é um mal que deve ser extirpado completamente da vida do
cristão; bem como alertar que o embaraço, certamente, prejudica o desempenho na
carreira da fé. E ainda, reconhecer que a vida de santificação é a vontade de
Deus para todos os cristãos.
Continua
a exortação à perseverança na fé, para isso, deveriam observar o exemplo de
homens e mulheres que alcançaram testemunho de Deus, anteriormente descritos
como “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Neste contexto, ele compara a
caminhada cristã a uma corrida de longa distância, isto é, uma maratona (1 Co
9.24-27; Fp 1.29,30). Outros crentes terminaram a sua parte na corrida. Nesta
jornada é necessário deixar “todo embaraço e o pecado”, ou seja, os “atletas”
cristãos devem remover de suas vidas todos os obstáculos que possam prejudicar
o desempenho (2 Tm 2.1-5). O escritor ainda enfatiza que a corrida deve ser
realizada com “paciência e perseverança”. A tendência é que alguns desfaleçam
ao longo do caminho, mas é para o cristão percorrer a tarefa estabelecida,
tendo em vista o prêmio da soberana vocação. Ele não deve se distrair, mas
manter os olhos fixos no exemplo perfeito – “Jesus, o autor e consumador da fé”.
O
verso 3 destaca o fato de que Jesus não somente suportou as dificuldades, mas
também foi rejeitado, exatamente por causa da obra em benefício do homem. Nunca
fez mal algum, nunca pecou. Assim mesmo foi rejeitado, e essa rejeição não o
fez pecar ou abandonar sua perseverança em obedecer a Deus. Se os leitores
considerassem o exemplo de Cristo, eles jamais iriam desfalecer e abandonar a
caminhada proposta por Cristo.
Nesta
seção, o autor afirma que ainda não haviam sofrido o máximo pela causa de
Cristo: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”. E
havia quem pensava em abandonar a Cristo? Os filhos de Deus reconhecem que as
provações e dificuldades, em lugar de indicarem o desagrado de Deus, são sim
prova do seu amor: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que
recebe por filho”, que filho há a quem o pai não corrija? A disciplina
celestial, que jamais é arbitrária, busca garantir-lhes uma participação
permanente na vida divina cuja maior exigência é a santidade (Pv 13.24). Toda
disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de
tristeza, a dor, naturalmente, não é agradável. Quando Deus corrige a seus
filhos é produzido fruto pacífico, fruto de justiça, aos que têm sido por ela
exercitados.
O
autor exorta: “tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados”
(v. 12). Esta é uma metáfora que tem como propósito encorajar os crentes, a
despeito dos sofrimentos e perseguições por Cristo, a prosseguirem na carreira
da fé. Eles não só deveriam vencer o desânimo, mas também, serem cuidadosos com
respeito às suas vidas: “fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o
que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado". Os destinatários ainda são estimulados a
viverem em “paz com todos” e a buscarem “a santificação”, pois sem a qual ninguém
verá o Senhor (1 Ts 4.7,8). A próxima advertência se refere à vigilância, para
que nenhuma alma na comunidade viesse a se perder, e deixasse de obter as ricas
provisões da graça de Deus: “tendo o cuidado de que ninguém se prive da graça
de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela
muitos se contaminem” (2 Co 6.1-4).
No
verso 16, os leitores são alertados a não seguirem o mau exemplo de Esaú, que
desprezou a bênção da primogenitura por um prazer que era momentâneo: “E
ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu
direito de primogenitura”. Esaú, depois de fazer uma escolha má, não pôde mudar
as suas consequências, apesar de ter procurado fazer isso com lágrimas. O autor
tem certamente uma lição prática em vista: seus leitores também, ao desprezarem
os privilégios cristãos que lhes foram conferidos, podem perder
irrevogavelmente a sua herança, como aconteceu com Esaú.
No
final, o propósito do autor é firmar os leitores na sua fé e convencê-los de
que não existe outra alternativa para eles além de Cristo. Um contraste final
entre as duas dispensações é colocado: a primeira, representada pela figura do
“monte Sinai”, acompanhada de grandes terrores, e tornava claro que eles não
podiam aproximar-se e afastava Deus dos homens (Ex 19.18,19). A segunda - “a
Jerusalém celestial” (Ap 3.12), leva os homens ao próprio céu, ao reino dos
anjos e dos homens “justos aperfeiçoados”, a Deus, o Juiz de todos, e a Cristo,
o Mediador da nova aliança. Os privilégios da nova são melhores, mas grandes
são as responsabilidades, o que exige maior temor com uma vida de verdadeira
santidade (v. 29).
Temos
uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços,
pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos
concluir esta carreira como santos filhos de Deus, olhando para Jesus, autor e
consumador da fé, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.
* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018
EPÍSTOLA AOS HEBREUS
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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