quinta-feira, 22 de março de 2018

Orientações à prática da vida cristã.






Nesta última lição, veremos que a vida cristã tem características importantes que precisam ser evidenciadas em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às relações interpessoais. O cristão deve atentar para a prática do amor fraternal, para a hospitalidade, o cuidado com os encarcerados, a honra ao matrimônio e a fuga de toda imoralidade; além de sermos submissos e obedientes às orientações de nossos pastores. Ainda precisamos ter cuidado com a avareza. Firmados na obra de Cristo Jesus, conseguiremos evidenciar essas atitudes e práticas em nossa vida enquanto estamos a caminhar neste mundo tenebroso.

Logo de início, os leitores são conclamados a não negligenciarem o amor fraternal: “Permaneça o amor fraternal” (Rm 12.10; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22). Essa virtude é tão importante que representa a marca, ou distintivo, do verdadeiro discípulo (Jo 13.34, 35). Sem o amor fraternal, de nada servem os dons ou a realização de boas obras (1 Co 13.1-8). Em seguida, o autor exorta: “Não vos esqueçais da hospitalidade” (Rm 12.13; 1 Pe 4.9). No Oriente Médio, a hospitalidade é um meio de amizade, e convidar uma pessoa para uma refeição é oferecer-lhe comunhão. É um requisito aos aspirantes ao episcopado (1 Tm 3.2; Tt 1.8), e uma das características para inscrição de viúvas para serem assistidas pela igreja (1 Tm 5.10). A atitude de hospitalidade é motivo de espanto, senão de desprezo, para os observadores não cristãos. É ainda acrescido: “Porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”. O escritor alerta sobre o cuidado com aqueles que estão em circunstâncias menos felizes – os presos e os maltratados. Estes, geralmente, estão fora da vista e são fáceis de serem esquecidos; por isso, a exortação: “Lembrai-vos dos presos” (Mt 25.36). Não só deveriam lembrar, mas também se identificar com eles – o cristão deve nutrir profunda compreensão e simpatia pelos aflitos (Rm 12.15).

O escritor julga de suma importância falar sobre o matrimônio (Gn 2.20-24). Sabe-se que, nos círculos pagãos, a frouxidão moral e a imoralidade eram generalizadas, e até mesmo entre os judeus já havia certo relaxamento quanto ao casamento (Mc 10.2-9). Em todos os tempos, essa exortação é de suma importância devido à sua desvalorização e intenso questionamento neste mundo permissivo (1 Tm 4.1-4). O casamento deve ser honrado: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula”; denota-se o elevado grau de respeito e consideração que todos devem ter para com o matrimônio. Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada, dissoluta e descompromissada.

 A vida cristã exige compromisso sério não apenas com Deus e a igreja, mas também com a sociedade e a família – e esta última começa com o nosso cônjuge. O mundo contemporâneo tenta implantar outros padrões para o matrimônio, porém, macular o leito conjugal é contrariar os princípios divinos; e quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos – a prostituição, o adultério – são duramente condenados por Deus; e quem pratica tais coisas receberá d’Ele o justo juízo. Deus quer que Seus filhos tenham vida sexual sem mancha, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o templo do Seu Espírito (1 Co 6.18-20; Gl 5.19).

Outro perigo que ameaçava esta comunidade cristã era o materialismo, aqui evidenciado pela avareza. Cuidado! O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Não é o próprio dinheiro que deve ser evitado, mas o amor a ele, e essa atitude se desenvolve quando o dinheiro se torna uma finalidade em si mesma. A exortação é acrescida: “contentando-vos com o que tendes” (1 Tm 6.7-8; Fp 4.11-13). Devemos nos lembrar das promessas de Deus: “Não te deixarei, nem te desampararei”. E, com plena confiança, ousarmos dizer: “O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem”. A necessidade de ter sempre mais é resultado do medo, medo de passar privações. A cobiça é, pois, na realidade, desconfiança de Deus e da Sua providência.

A expressão de nossa fé é evidenciada também através da submissão e obediência aos nossos pastores. Somos aconselhados a lembrar daqueles que nos falaram “a palavra de Deus” e a imitar sua fé e 24 modo de vida (v. 7). Eles servem de exemplos de integridade, piedade, amor a Deus, e impulsionam outros homens a terem fé. Daí a grande responsabilidade do verdadeiro pastor. Porém, nada valerá a lembrança e a atenção dadas aos pastores se não forem acompanhadas pela obediência aos mesmos (v. 17). A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve se basear numa superior lealdade a Deus. A maior alegria de um pastor é ver que aqueles que ele conduz estão firmados no caminho cristão. Como escreveu João: “Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que meus filhos andam na verdade (3 Jo 4).

Em seguida, o escritor declara: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (v. 8; Sl 90.2; Ml 3.6; Tg 1.17; Ap 1.8). Isto mostra o caráter eterno e imutável do Sumo Sacerdote da Nova Aliança, e que o verdadeiro pastor prega somente a Cristo, e, desta maneira, leva os homens ao verdadeiro Cristo; não chama a atenção sobre si mesmo, e sim sobre o Cristo que morreu pelos nossos pecados, foi seputado, ressuscitou ao terceiro dia e está à destra de Deus. Por isso, os destinatários deveriam estar alerta: “Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas” (v. 9). A suficiência para a salvação dos homens está única e exclusivamente em Jesus Cristo, e é pela graça que somos salvos, por meio da fé, e isso não vem dos méritos humanos, mas da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Pedro afirmou: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18, 19). O escritor ainda esclarece que Jesus sofreu do lado de fora da porta, para, com Seu sangue, santificar o povo; e, tendo Cristo como exemplo, os cristãos deveriam suportar a mesma humilhação que seu Mestre.

A última seção da carta aos Hebreus encerra com uma oração que traz uma imagem perfeita de Deus e de Jesus. Deus é o “Deus de paz” (v. 20a). Só Deus pode colocar o homem numa devida relação conSigo mesmo, com o próximo e com a eternidade: só o Deus de paz pode nos dar a paz conosco mesmos, com os demais e com Ele. Deus também é o Deus da vida, pois foi Ele quem “tornou a trazer dos mortos o nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 20b). O amor e o poder de Deus é a única coisa que pode dar ao homem paz na vida e triunfo na morte. Jesus morreu para obedecer à vontade divina e a mesma vontade de Deus o ressuscitou da morte. Deus ainda é o Deus que nos mostra a Sua vontade e nos capacita a realizá-la (v. 21); Deus jamais nos atribui uma tarefa sem nos dar o poder de realizá-la. Jamais nos pede que levemos a cabo uma tarefa só com nossos recursos; se fosse assim, bem poderíamos nos intimidar com as enormes exigências da vida cristã. Quando nos manda, Ele o faz nos armando e equipando com tudo o que for necessário. Jesus é o grande Pastor do Seu rebanho. Um pastor é alguém que está disposto a dar sua vida por suas ovelhas; que suporta a simplicidade das ovelhas e jamais deixa de amá-las. Isto é o que Jesus faz por nós.

Jesus é o Príncipe da nossa salvação, aquele que fundou a “Aliança Eterna” e tornou possível a relação entre Deus e o homem. É Jesus quem nos mostrou como é Deus, e quem nos abriu a porta. Ele apartou o terror e manifestou o amor de Deus. Jesus é aquele que morreu. Nossa nova relação com Deus custou o sangue de Jesus. Ele morreu para nos conduzir a Deus e à vida. Após breve saudação, as últimas palavras do escritor são: “A graça seja com todos vós. Amém”!

Chegamos ao fim de uma jornada de estudo na carta aos Hebreus; lembrando que o escritor deste livro pediu aos destinatários que suportassem a palavra desta exortação, ainda que tudo que ele tivesse escrito fosse de maneira abreviada. A ênfase desta carta foi: a glória e excelência de Cristo Jesus. Agora, os cristãos têm assegurado uma grandiosa Salvação. A garantia desta salvação está em Cristo, o Sumo Sacerdote Eterno, que deu acesso dos homens a Deus; e este sacerdócio é superior aos sacerdócios da Antiga Aliança. A nossa confiança está no sacrifício eterno e eficaz de Cristo, o Príncipe da Nova Aliança. Diante de todos esses privilégios, convém-nos atentar, com mais diligência, para esta tão grande salvação, e deixar de lado todo embaraço e pecado, para que possamos correr a carreira que nos está proposta, olhando sempre para Jesus.







* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018



EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP




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