sexta-feira, 20 de abril de 2018

A ressurreição dos mortos.






A doutrina da ressurreição é um elemento fundamental da fé cristã. Está baseada essencialmente sobre o fato da ressurreição do próprio Cristo, que é a garantia de que nós, os que aguardamos a Sua vinda, quer estejamos vivos ou mortos, haveremos de ser transformados pelo poder incomparável de Deus manifestado na ressurreição. No estudo desta doutrina, aprenderemos como Deus propôs para nos fazer alcançar e desfrutar plenamente da vida incorruptível e imortal conquistada para nós por Cristo Jesus.

Várias palavras definem o termo ressurreição – “tornar à vida”, “levantar-se”, “erguer-se”, “despertar”, “acordar”, “vivificar”. Em todas elas, o sentido básico é de dar vida ao que não a possuía, ao que antes estava morto. Daí a frequente expressão: “ressurreição dos mortos”.

No âmbito do propósito divino de resgatar o homem do pecado e da condenação, a ressurreição é a solução eficaz e definitiva da parte de Deus para o problema da morte. Após a queda, a corrupção e a morte se apegaram de tal modo à nossa natureza física, terrena e natural que o homem, nessa simples condição, nada pode alcançar além da corrupção, ignomínia e fraqueza da morte (Rm 5.12; Gl 5.19-21; 1 Pe 1.24). Mas, em Cristo Jesus, Deus reverte o curso da natureza humana decaída, estabelecendo um sólido fundamento para a ressurreição sobre a morte e ressurreição de Seu Filho. Como estudamos em lição anterior, com o Seu sacrifício Ele pagou a nossa dívida de pecados, anulando o poder da morte; e, pela Sua ressurreição, imputou-nos Seus próprios méritos infinitos, dando-nos o direito à vida eterna. Identificados com Cristo pela fé, somos destinados à mesma sorte que Ele, como o último Adão, celestial e espiritual, alcançou – a incorrupção, a glória e o poder da vida eterna (1 Co 15.20-22; 1 Ts 4.14; Jo 17.2; Ap 1.18).

À semelhança da morte, que primeiro atinge o homem no interior, separando-o de Deus, e depois no exterior, levando-o à corrupção do corpo e ao pó da terra; também a ressurreição se dá em duas etapas. Primeiro, refere-se a um renascimento espiritual dos que, estando mortos em delitos em pecados, foram vivificados por Deus e para Deus (Ef 2.1, 5-6; Cl 2.13; Rm 6.4; Jo 5.24-25). De fato, esta é a verdadeira vida eterna, que Jesus veio trazer ao mundo, sem a qual não há nenhuma ressurreição, nem vitória sobre a morte; por isso é chamada também de “primeira ressurreição” (Ap 20.6; Jo 11.25-26; Cl 3.1). Depois, essa vida se manifestará no último dia (Jo 11.24), quando da manifestação do juízo (Jo 5.28-29; cf. Dn 12.2-3), na vinda de Jesus (1 Ts 4.16; 1 Co 15.23), quando então a morte será vencida em seu aspecto exterior (1 Co 15.52-54). Precisamos ainda distinguir a ressurreição para esta mesma existência. Muitos são os que morreram no passado, e em nossos dias, até com certidão de óbito, mas pelo poder de Deus foram ressuscitados para continuar mais um pouco de tempo nesta existência terrena, e, posteriormente, voltaram a morrer.

A doutrina da ressurreição está ricamente ilustrada nas páginas das Escrituras Sagradas, tanto pela confissão dos santos, como pelo testemunho de Deus, seja em revelações ou em demonstrações do Seu poder para operar tal maravilha.

Vários personagens em tempos antigos demonstraram sua confiança e crença na ressurreição, como Abraão (Gn 22.5; cf. Hb 11.17-19), Jó (19.25-27; 14.13-15), Ana (1 Sm 2.6), salmistas (Sl 49.15), Oséias (6.2; 13.14). Cf. Dn 12.2-3; Is 26.19.

A doutrina da ressurreição foi declarada por Jesus em Seu ministério terrestre (Jo 5.28-29; 6.39-40, 44, 54; Lc 20.37-38), e Ele censurou os saduceus por a rejeitarem (Mt 22.23, 29-32; cf. At 23.6, 8). Era proclamada com grande poder pelos apóstolos (At 2.24, 32; 4.2, 33). Perante o governador Félix, Paulo afirmou sua crença na ressurreição (At 24.15). Aos atenienses, na Grécia, ele anunciou a Jesus Cristo e a Sua ressurreição (At 17.31). Além do ensinamento de Paulo registrado em 1 Ts 4.13-14 e 1 Co 15, ele e os demais apóstolos também fazem diversas referências à ressurreição (Hb 11.35; Ap 1.5).

O primeiro exemplo vemos no ministério de Elias, com o filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.22); a história dramática da ressurreição do filho da sunamita pela oração do profeta Eliseu (2 Rs 4.32-35). Há ainda o interessante caso envolvendo também Eliseu, já morto e sepultado, e o corpo de um moabita morto, que reviveu em contato com os ossos do profeta (2 Rs 13.20-21). Passando para os tempos de Cristo e dos apóstolos, os exemplos são numerosos, começando com o próprio Jesus operando (Mt 11.5): a filha de Jairo (Mt 9.24-25), o filho da viúva de Naim (Lc 7.13-15), Seu amigo Lázaro (Jo 11.43-44). Ele mesmo venceu a morte após três dias no sepulcro (Lc 24.6). Mais tarde, Pedro orou ao Senhor e Dorcas reviveu (At 9.37-40).

Em mais de uma passagem das Escrituras, encontramos que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos (Dn 12.2; Jo 5.28-29). Consideremos o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre como se dará a ressurreição de ambos.

Tanto os que morreram em Cristo como os que estiverem vivos por ocasião da Sua vinda participarão do poder glorioso que vencerá a morte e a corrupção nesta velha natureza física e terrena. Os que estiverem mortos já serão despertados com corpos glorificados, ao passo que os vivos terão seus corpos transformados (1 Co 15.35-40, 42-44, 45-50, 52; 1 Ts 4.13-17; 1 Jo 3.2; 2 Co 5.1; Fp 3.21).

Os ímpios ressuscitarão para uma “segunda morte” (Ap 21.8), ou morte eterna – o que significa aniquilamento total, banimento eterno da presença de Deus (Ap 20.11-15; Mt 25.31-33, 41, 46). As Escrituras não oferecem maiores detalhes sobre como se dará a ressurreição dos ímpios, porque, por definição, ela se aplica propriamente como recompensa gloriosa para os justos.

A esperança da igreja está baseada na ressurreição de Cristo. Sua morte e ressurreição são a garantia total de que Ele voltará, e de que aqueles que n’Ele dormem também hão de ressuscitar. E mesmo os que estiverem vivos nesse dia participarão da virtude da ressurreição, e triunfarão sobre a morte. Que possamos desejar, como Paulo, ser revestidos dessa vida, incorrupção e glória, e viver conforme a dignidade, pureza e fidelidade que convêm a essa esperança.



Texto cedido por: EBD –  2º. Trimestre de 2018




ESCATOLOGIA 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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