Temos estudado muitos pontos escatológicos e este assunto é proposto porquê da sua compreensão evita-se confusões quanto ao plano de Deus e os reais acontecimentos do fim dos dias, na salvação de um só povo, quer sejam israelitas (judeus) ou não. Há uma só salvação, um só povo salvo.
Desde Gênesis podemos acompanhar a obra de
Deus, inicialmente prometendo a Abraão e depois cumprindo, a formação de um
grande povo, Israel. O termo Israel deve-se a ascendência em Jacó, a quem Deus
trocou o nome para Israel (Gn 32.27,28). Tendo Jacó 12 filhos, estes vieram a
constituir as doze tribos da nação de Israel (Gn 49). A consagração como a
nação de Deus se dá nas expressões de Ex 19.5-8; 24.7, através do juramento e
concerto entre ambos.
Procurando por todo o Antigo Testamento, não
encontraremos a palavra "Igreja", pois é uma expressão do grego,
língua esta que nos escritos sagrados só foi usada no novo testamento. O
significado de Igreja é ajuntamento, congregação, reunião convocada, assembleia.
Ao encontrarmos estas palavras na Bíblia, em particular no velho testamento,
todas têm a mesma significação de Igreja. Assim ao se dizer, "santa
convocação" ou "o ajuntamento de Israel", está-se referindo à
Igreja de Israel, à reunião do povo de Deus, vocábulos usados no passado.
O povo de Deus no passado era formado pela
descendência de Abraão, Isaque e Jacó (Ex 3.15), mas também incluindo todo
aquele que se aproximava de Deus; o estrangeiro que quisesse servir a Deus, era
admitido como um natural da terra (Lv 19.33) e destaquemos que o natural que
transgredisse o concerto de Deus, era cortado, excluído do povo (Ex 12.19).
Deixemos assinalado que os judeus são uma parcela de Israel, umas das doze
tribos, a tribo de Judá. Observemos, ainda, que a nação de Israel era
representada como a videira, na expressão de Jesus (Jo 15.1,2,5), ou como
oliveira no dizer de Paulo (Rm 11.17).
Entretanto, tudo isto era figura até que se
manifestasse o verdadeiro povo de Deus (I Co 10.1,5,6,10,11), como Jesus disse:
Deus procura os que o adoram em verdade e em espírito (Jo 4.23). Por isso falou
Oséias apontando a rejeição da nação visível de Israel (por causa da idolatria,
e toda sorte de quebra do concerto) e a formação de um novo Israel (Os 1.9,10;
Rm 9.25,26), formado por homens fiéis de todo o mundo.
Permanece a visão da videira ou da oliveira
já citados; Deus tem levantado o seu povo desde tempos antigos (Dn 2.44); a
raiz e o tronco é toda a obra que Deus já firmou; galhos ou ramos ou varas
representam o crescimento da árvore. A raiz e o tronco podem ser comparados aos
patriarcas e profetas (Hb 1.1); os ramos são todos aqueles admitidos por Deus;
numa mesma e única Oliveira são enxertados os gentios - zambujeiros - ou são
readmitidos os israelitas - ramos naturais (Rm 11.24), todos incluídos no rol do
seu povo, o Israel espiritual (At 2.39-41; Rm 2. 28 e 29).
Observemos em Atos 2, a multidão dos que
criam eram judeus, ou melhor, israelitas, e estes eram agregados à Igreja (Atos
2.14 e 47). Paulo anunciou que o Israel de Deus não vem da descendência de
Abraão segundo a carne, mas sim pela promessa (Rm 9.6-8), pois os filhos de
Deus são todos os que são guiados por seu Espírito (Rm 8. 14). Isaque foi uma
figura de Jesus; o Israel de Deus é formado dos que são da promessa; Jesus, a
verdadeira descendência de Abraão (Gl 3.16), não primeiramente pela carne e sim
pela fé (Rm 4.9-12). Paulo continua a dizer que um grande mistério oculto desde
a antiguidade era o fato de que o povo de Deus seria formado de todos os povos
(Cl 1.24 a 27; Ef 3.6; Rm 10.11-13). Assim, também falava Isaías (Is 49.1-6;
42.6). Os gentios, referência feita aos não israelitas, pela fé foram admitidos
como povo de Deus, deixando de existir dois povos, para serem um em Cristo
(Ef 2.11-19). Portanto não haverá mais duas ressurreições, dois
arrebatamentos, duas vindas de Jesus e dois povos para serem salvos; o corpo é
um só.
Notemos que o ISRAEL DE DEUS é
edificado no fundamento dos apóstolos: de que Jesus é a principal pedra (Ef
2.20-22; I Pd 2.5, 9, 10). O salmista israelita dizia: foi ele que nos fez povo
seu e ovelhas de seu pasto (Sl 100.3); e Jesus diz: tenho outras ovelhas que
não são deste aprisco; convém agregá-las e haverá um rebanho e um pastor (Jo
10.16). Uma passagem que bem demonstra que o Israel de Deus, o povo salvo, seria
formado de todas as línguas e nações, é encontrado em Ap 7. 4 e 9. E
destaquemos um aglomerado oriundo de todos povos, línguas, nações e tribos
constituiu as doze tribos de Israel, todos com roupas lavadas no sangue do
cordeiro, que é a IGREJA, O ISRAEL DE DEUS.
Precisamos estar atentos, e não nos
desviarmos do entendimento de que para Deus, não há dois povos, duas salvações
(Ef 4.4-6). Não podemos separar Israel da Igreja. A Igreja é o Israel de Deus,
a multidão incontável dos que foram comprados pelo precioso sangue de Jesus (Ap
5.9).
* Texto cedido por: EBD – Classe de Juvenis “Escatologia”.
4º. Trimestre de 2016 ASSEMBLÉIA DE DEUS MINISTERIO GUARATINGUETÁ-SP
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