quinta-feira, 18 de maio de 2017

A parábola das dez virgens.

Em resposta ao questionamento dos Seus discípulos sobre os sinais do fim dos tempos e da Sua volta, Jesus narra vários acontecimentos, guerras e rumores de guerras e outros sinais descritos como o princípio das dores. A mensagem principal é de que há necessidade de permanecermos vigilantes, pois não sabemos o dia nem a hora em que o Senhor voltará. O importante não é investigar quando Jesus voltará – isso não nos será revelado. O importante é estar preparado em todo o tempo. Para ilustrar a questão da vigilância, Jesus conta a parábola das dez virgens, na qual Ele usa o costume da época sobre a cerimônia de um casamento. Segundo o costume, o casamento era contratado antes, envolvendo um acordo entres os pais; uma vez feito, o acordo os dois jovens eram considerados desposados (Mt 1.18). Na época propícia, após os preparativos necessários, o jovem, acompanhado de seus amigos mais íntimos, ia até a casa da jovem, onde se juntavam ao cortejo da jovem com suas amigas mais íntimas e todos se dirigiam ao local das bodas. Como o encontro ocorria à noite, havia necessidade de os convidados se proverem de lâmpadas. Após a chegada dos convidados, que se restringiam aos mais íntimos das duas famílias, a porta era fechada e iniciava-se a festa das bodas, que normalmente durava uma semana (Jo 14.1-3).

Ao exemplificar as pessoas que estarão aguardando a Sua vinda, Jesus classificou essas pessoas em dois tipos. Aparentemente todas eram iguais – eram virgens, deveriam estar decentemente vestidas, todas tinham lâmpadas, mas as prudentes tinham se provido de azeite, o que as néscias não haviam feito. O que diferencia os dois grupos não é nada aparente, é algo do interior. Nas muitas vezes em que Jesus falou sobre a importância de estar preparado para a Sua segunda vinda, Ele sempre destacou que essa preparação envolve todos os aspectos da vida. Não basta simplesmente professar fé, andar junto com os fiéis, dizer: “Senhor, Senhor!”, ou mesmo realizar milagres em Seu nome – será aprovado aquele que faz a vontade do Pai. É considerado sábio aquele que ouve a palavra de Deus e a pratica, enquanto o que ouve e não a pratica é chamado de insensato. Os que serão aprovados são tipificados pelas virgens prudentes que levavam azeite consigo. O azeite é símbolo do Espírito Santo – só o Espírito pode vivificar a palavra e trazer luz à vida do crente. Os que são selados pelo Espírito possuem o penhor, a garantia de acesso aos portões celestiais. Somente o Espírito é poderoso para nos guardar e nos conservar irrepreensíveis até aquele grande dia (Ef 1.12-14; 2 Coríntios 5.5; Ef 4.30).

Quando da chegada do esposo, as virgens néscias pediram azeite às prudentes, que o negaram e orientaram que elas mesmas deveriam comprar. O que parece ser uma atitude egoísta, na verdade, revela um princípio básico: a religiosidade pode ser passada de pessoa para pessoa, mas a verdadeira religião só pode proceder de Deus. Mesmo que alguém queira, jamais conseguirá passar para outro a fé, a santidade ou a unção do Espírito. Cada pessoa deve ouvir o convite do Senhor e dEle “comprar” o necessário para a vida (Is 55.1-3; Ef 5.15-21). Cada um dará conta de si mesmo, e cada um deve buscar o bem para a sua própria alma. A justiça do pai não alcançará o filho e a justiça do filho não alcançará o pai. Estar em Deus significa ter um relacionamento pessoal com Ele, comparado ao casamento. A simbologia do casamento, aplicada à união entre Cristo e a Igreja, pode ser estendida à união de cada crente com o seu Deus.

A parábola diz que, tendo as virgens néscias ido comprar o azeite, o esposo chegou, as que estavam preparadas entraram para as bodas, e a porta fechou-se. A mensagem clara de Jesus é que toda e qualquer preparação só será possível antes da Sua volta. Quando a trombeta soar, a porta será fechada, os que estiverem preparados entrarão no gozo de seu Senhor, os que não possuírem o selo do Espírito estarão condenados para sempre. Após Noé e sua família entrarem na arca, o Senhor fechou a porta e, quando Ló saiu de Sodoma, veio a destruição caindo fogo do céu (Gn 7.16; 19.23-25). 18 Ao descrever a Sua vinda, Jesus usa expressões que denotam não mais haver tempo para a salvação (Mt 24.15-20). O tempo de buscar o Senhor e dar ouvidos ao Espírito é agora, pois chegará a ocasião que isso não será mais possível (Is 55.6; Hb 3.14-19). Lembremos que Esaú, mesmo com lágrimas, não achou lugar de arrependimento (Hb 12.17; Lc 11.13). As virgens néscias, ao voltarem, pedem que a porta seja aberta, recebendo como resposta: “não vos conheço”. A mesma expressão Jesus usa em outras oportunidades para falar da situação daqueles rejeitados por Deus. Podemos entender que aqueles que não têm um relacionamento pessoal e íntimo com o Senhor estão em trevas e por isso não são “conhecidos” de Deus (Lc 13.25-27).


Na parábola das dez virgens nos passa uma mensagem que enfatiza a necessidade de termos uma vida de vigilância. Não sabemos o dia e a hora que o nosso Senhor vem, por isso, devemos vigiar em todo o tempo. Se assim não o fizermos, seremos considerados néscios, mas se pelo Espírito formos vigilantes, seremos considerados prudentes e o dia da volta de Cristo será de festa e não de dor. Estejamos, pois, sóbrios e vigilantes.




* Texto cedido por: EBD – 2º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“PARÁBOLAS”

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