sábado, 3 de setembro de 2016

O concílio em Jerusalém.





Veremos as medidas adotadas pelos apóstolos no Concílio de Jerusalém para confirmar a integração dos gentios à igreja, bem como dispensá-los das obrigações religiosas comuns aos judeus, como a circuncisão. Mesmo com muitas provas inequívocas dadas por Deus em relação à conversão dos gentios, havia muitos fariseus convertidos que desejavam impor aos gentios alguns preceitos da lei que nada mais eram do que sombras daquilo que estava efetivamente cumprido em Cristo. Hoje aprenderemos lições importantes para a igreja contemporânea avançar na evangelização mundial e não permitir que a imposição de tradições religiosas ou culturais sejam empecilhos para o avanço do Reino.

Sabemos muito bem que a circuncisão, no contexto da antiga aliança, servia como figura ou sombra da nova e eterna aliança no sangue de Jesus Cristo estabelecida por Deus com os Seus eleitos. Entretanto, o início da igreja foi marcado por muitas controvérsias em relação à continuidade e à descontinuidade de alguns princípios da antiga aliança. No texto em análise, a circuncisão era vista por alguns fariseus convertidos como necessária aos gentios para que estes alcançassem a salvação (Rm 8.1-2; 8.31-34; Gl 5.1-15; Fp 3.2-3; Cl 2.6-23).

Com o propósito de considerar cuidadosamente este assunto, os apóstolos se reuniram em Jerusalém numa grande assembleia. Em virtude das distintas opiniões acerca do assunto, na assembleia houve grande contenda. Diante disso, Pedro tomou a palavra a fim de testificar acerca dos notórios sinais divinos relacionados à inclusão dos gentios no Reino de Deus, conforme a obra da soberana graça em seus corações. Pedro enfatiza a graça divina como a única fonte de salvação tanto para judeus quanto para gentios. Se a salvação é por graça, logo não seria necessário que os gentios “guardassem a lei de Moisés” para que tivessem a aprovação divina, é “um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar” (Gl 3.1-14; Ef 2.8-10; Tt 2.11-14).

O apóstolo Tiago, tendo em vista os testemunhos de Pedro, Paulo e Barnabé sobre a inquestionável operação de Deus na salvação de muitos gentios, tomou a palavra na assembleia, trazendo por fim um veredicto em conformidade com a sã doutrina. Tiago também fez menção da profecia de Amós, o qual profetizou sobre o tempo em que a salvação seria estendida a todas as nações (Am 9.11-12). Com base nas evidências da graça entre os gentios e na promessa divina revelada através de Amós, fica claro que os gentios não deveriam ser perturbados no tocante a circuncisão. No entanto, Tiago estabeleceu que os gentios se abstivessem das contaminações da idolatria, da prostituição e de comer carne com sangue. Tal proposta do apóstolo Tiago recebeu aprovação imediata por parte dos demais apóstolos e anciãos.

Com a decisão da assembleia, coube à liderança da igreja em Jerusalém eleger varões que seriam responsáveis por comunicar aos gentios convertidos ao Evangelho qual deveria de ser a sua conduta como participantes da salvação em Jesus Cristo. A rapidez e a praticidade com que os apóstolos e anciãos trataram este assunto foi de extrema importância para o progresso do Evangelho entre os gentios de todo o mundo e para as gerações futuras.

Paulo, Barnabé, Judas e Silas foram eleitos para compor a comissão responsável para levar o veredicto do concílio de Jerusalém aos gentios situados em Antioquia, Síria e Cilícia. De posse das recomendações dos apóstolos, a comissão trabalhou entre os gentios confirmando-os na fé em Cristo e orientando-os adequadamente em relação às abstenções colocadas pelos apóstolos e anciãos. A leitura da carta dos apóstolos trouxe grande alegria aos gentios, pois lhes proporcionou segurança e paz no desenvolvimento da piedade em Cristo Jesus.


O evangelho de Jesus Cristo é o único fundamento suficientemente sólido e inabalável capaz de garantir a perpetuidade da igreja até a consumação dos séculos (Mt 16.13-18). A igreja contemporânea precisa trabalhar como os apóstolos trabalharam na preservação do Evangelho como fonte de graça e salvação a todos os povos do mundo, então virá o fim (Mt 24.14).




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