Nesta
seção de Efésios, passamos das relações mais gerais da vida para as ligações
mais cotidianas e especiais do lar. Quando Paulo trata deste assunto, o
casamento, tanto no império grego como romano, e até mesmo entre os judeus, já
não tinha o mesmo valor do princípio criado por Deus; o divórcio estava em
crescimento. As responsabilidades do lar estavam todas desorganizadas – pai,
mãe e filhos sem se respeitarem, e assim Paulo apresenta a regra de sujeição
mútua para que o lar seja um verdadeiro reflexo da família de Deus.
A
mulher tem sua identificação com o marido na sua origem e na sua natureza. A
história está em Gn 2.21-23; esta é a base divina e imutável do casamento e
suas obrigações mútuas originam-se aqui. A esposa é “corpo” do marido – posição
de submissão. Mas, ela é também “sua própria carne” (Pv 18.22). A palavra mais
importante nesses versículos sem dúvida é a sujeição ou submissão, mas cada vez
que é mencionada causa estranheza nas mulheres, isto porque o seu real sentido
foi deturpado, afinal esse é o papel do sistema – mudar o sentido daquilo que
Deus propõe para o homem. Submissão não quer dizer inferioridade ou obediência
cega: tudo o que o marido mandar tem que obedecer ou ser como uma escrava; a
mulher é uma auxiliadora idônea. O sentido verdadeiro da palavra submissão é
pôrse debaixo da missão de outro (1 Co 11.11 e 12). A mulher deve sujeição ou
submissão ao marido por causa de Cristo (v. 22); deve enxergar no marido o
próprio Senhor que lhe deu a autoridade que ele tem. Assim, ao submeter-se ao
marido, está se submetendo a Cristo, pois é a autoridade de Cristo que ele
exerce. Também porque o marido é a cabeça e, portanto, aquele que salva o
corpo, e essa obediência traz liberdade para a mulher. Esta não está se
sujeitando a um estranho, mas ao seu esposo; a maior alegria da igreja é a sua
sujeição a Cristo; o contrário traz vergonha a ela e faz com que perca sua
identidade de igreja (Pv 31.30).
Se
a palavra mais importante no primeiro tópico foi submissão, neste é o amor. O
marido que deseja que sua mulher lhe seja submissa como a igreja o é em relação
a Cristo, deve amá-la como Cristo amou e ama a igreja. Paulo trabalha com a
mesma relação entre Cristo e a Igreja (Gn 24.64-67; Ec 4.9-12). O amor do
marido pela esposa deve ser perseverante, santificador, protetor e provedor.
Deve amá- la como a si mesmo. O modelo de amor dado por Deus, como estudado na
lição anterior, é sacrificial, e deve ser seguido pelo marido em relação a sua esposa.
Sua liderança no lar não é para oprimir a esposa, aborrecê-la, entristecê-la; o
destaque de Paulo não está na autoridade do marido, mas em seu amor pela
esposa. Se submissão é entregar-se a alguém, amar é entregar-se por alguém (Sl
128.1-3). O marido deve cuidar da vida espiritual da esposa, pois é responsável
pela vida espiritual da esposa e dos filhos. Ele é sacerdote do lar. Deve ser a
pessoa que mais exerce influência espiritual sobre eles. O homem não deve
maltratar e nem descuidar do seu próprio corpo. O lar não é o lugar para o
esposo aparecer vez ou outra, mas sim permanecer a fim de conhecer o que está
ocorrendo, estar presente na necessidade (1 Pe 3.7). Em todas as relações
humanas, o cuidado com a esposa deve se sobrepor. Se a esposa deve respeitar o
marido, este deve merecer o seu respeito. O homem deve amar sua mulher e a
mulher deve reverenciar o marido.
É
através da família que temos a maior oportunidade de evangelizar esta
sociedade. Eles devem observar em nós o exemplo de como é uma família de Deus.
Para tanto os filhos devem obedecer aos pais, pois isso é agradável ao Senhor,
devem também honrá-los, já que isso é um mandamento e o único com promessa (Pv
3.11, 12; 15.5; 20.20; 23.22-25; Hb 12.9-11). 22 Os pais por sua vez não devem
irritar seus filhos para que não percam o ânimo. A obediência dos filhos aos
pais deve se equilibrar com a consideração destes por aqueles. Os pais criam os
filhos também seguindo o exemplo de Deus, que é o Pai de todos (Sl 127.3-5; Pv
22.6; 3.11, 12; 29.15). A sociedade está em uma decadência desenfreada, e o
pior é que a causa está na família que é a menor parte da mesma. Um fator
preponderante é a desobediência dos filhos aos pais (Rm 1.30; 2 Tm 3.2). Se o
nosso cristianismo não funcionar dentro do lar, como ganharemos esta sociedade
para Cristo? Em tudo devemos seguir o modelo de Deus. Paulo também ensina a
respeito dos servos e senhores. Em uma época em que a escravatura estava em
alta e que os escravos eram simplesmente ferramentas, onde Cristo habita precisa
haver também mudança, tanto espiritual como também moral. Os servos obedecem
aos senhores como a Cristo e os senhores deviam fazer o mesmo, lembrando que
tanto senhores como servos tinham um Senhor supremo nos céus (Tt 2.9-10; 1 Pe
2.18-20; 1 Tm 6.1-2; Pv 6.6- 11).
Em
uma época em que a família está tão desvalorizada e os deveres de cada membro,
tão desorganizados, urge a necessidade de que um lar cristão seja autêntico.
Quando esposo e esposa compreendem suas responsabilidades pessoais e comuns
diante de Deus, eles se tornam uma lâmpada em meio a tanta escuridão, um
testemunho vivo em meio a tanta corrupção.
* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”
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