Procurando por toda Bíblia, não encontraremos
a palavra milênio, e sim, textualmente, “mil anos”, associados a um período em
que muitos acontecimentos se dão, em particular no texto apontado para
meditação, em Apocalipse 20.
Milênio está relacionado a mil anos.
Precisamos aplicar o conhecimento já ministrado no estudo anterior de que o
tempo de Deus não pode ser tomado ou contado como o costume dos homens.
Pedro sabiamente deixou para nós a afirmativa: “amados, não ignoreis uma
coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia”. (2
Pedro 3:8). Nos diversos estudos teológicos, há os que afirmam ser
este um período literal de mil anos; entretanto dentro da fidelidade que temos
de manifestar aos que estudam, aconselhamos resguardar-se no parecer de Pedro,
o tempo é de Deus, portanto não necessariamente mil, e sim um tempo
indeterminado para as realizações divinas, um tempo unicamente de seu
conhecimento. Nesse período da presciência de Deus, transcorrerão muitos
acontecimentos, que citados e explicados a seguir, mostrarão também o tempo
destes mil anos.
Faremos menção a alguns acontecimentos mais
importantes dentro dos mil anos, baseando-nos no texto acima proposto: a
prisão de Satanás, os vencedores vivem e reinam, os outros mortos não
revivem.
A
besta ali apresentada é o aglomerado de reis ou reinos que são contrários a
Jesus (Ap 13. 1-3; 17.9-14). Os reinos que se levantariam no mundo estão
relacionados em Daniel 2; é notório que isto já vem existindo e desde
o império caldeu (vs 36 a 40) e seus sucessores, Deus vem levantando o seu
reino (vs 44), recrutando os fiéis da terra, que vencendo a oposição ao Senhor,
são incluídos como vivendo para Deus e com Ele reinando, em suas gerações. São
exemplos: Daniel e seus companheiros, Ester e Mardoqueu e Neemias. Nos dias de
nossa geração, muitos são os que crendo e vivendo no evangelho, têm vencido os
governos ateus e ditatoriais, como o comunismo, o nazismo, o fascismo. Pelo
evangelho passaram da morte para a vida (Jo 6.57), chegou-lhes o reino de Deus
(Mt 4.17) e a ele são membrados (Cl 1.13). Ainda observemos que o Senhor reina
(Sl 90.4); o seu reino é eterno (Dn 4.34). Portanto estes mil anos referem-se a
todo o tempo da revelação de Deus, desde o princípio até o aniquilamento dos
reinos, ou seja a vinda de Jesus (I Co 15.22-25).
Nesses mil anos “os outros mortos não
reviveram”; considere que o Evangelho é pregado ao mundo, aos homens mortos em
suas ofensas e pecados; todo aquele que crê passa da morte para a vida
(Jo5.24,25), não tem sobre ele poder a segunda morte (Jo 6.47; 11.25,26), é
vivificado por Cristo (ressuscitado) (Ef 2.1,5; Cl 3.1) – esta é a primeira
ressurreição. Mas “o morto” que não vem para Cristo, continua em suas
ofensas, permanece espiritualmente morto (não revive). Portanto os mil
anos, mais uma vez, englobam o tempo da dispensação da graça (ICo 6.2), o tempo
em que pelo Evangelho, vive todo o que crer (Rm
1.16) acrescentemos que estes, além de viverem e reinarem com Cristo neste
período, também viverão e reinarão com Ele pela eternidade toda (vs 6). Aqui os
mil anos colocados no futuro, descortinam o período eterno na glória de Deus,
quando aquilo que vemos por fé, se manifestará na sua plenitude. (I Co 13.9,10;
II Co 5.6,7)
O período dos mil anos tem sido caracterizado
acima; logo está tão citada prisão de Satanás é presente. Parece que o
diabo está solto, considerando os muitos males sobre o mundo. Mas a Bíblia
assegura que ele está preso nestes mil anos (vs 2); confira-se pela colocação
de Judas verso 6 e Pedro em II Pd 2.4. A prisão aqui citada é espiritual,
são cadeias de escuridão (Ef 6. 12), de cegueira espiritual. O diabo é trevas,
está nas trevas; não discerne (Mt 16.23) ou enxerga as coisas da luz. (I Jo
1.7; Jo 14.30) por outro lado, significa que ele está restrito, não faz o que
quer, só o que Deus permite, por isso não toca o crente (I Jo 5.18); e vigiemos
pois não podemos entrar em sua área (sua jaula de escuridão) (I Pd 5.8)
Não é fácil compreendermos tudo, mas deste
esboço podemos extrair a consoladora mensagem que Deus no dirige, pela
compreensão de que, vencendo, gozaremos da glória eterna. (Hb 12.1-4 e 28; Ap
2.11, 26,27)
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