Iniciamos
a segunda parte do estudo da carta (capítulos 4 a 6); na primeira parte
(capítulos 1 a 3), o assunto foi a nova vida dos efésios em Cristo e seu
relacionamento com Deus. Nesta, Paulo trata do relacionamento entre os irmãos;
também da nova vida cristã na família e da postura espiritual como um soldado
na guerra. São instruções práticas para a igreja no tocante aos requisitos que
a redenção em Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva.
Uma
vez apresentada a graça recebida, a partir deste capítulo o apóstolo encoraja
os irmãos a andarem de acordo com a mesma. Para tanto, faz uso do termo
“digno”, que quer dizer: estar em conformidade, apropriado, adequado. Paulo em
sua exortação dá a entender que, em relação ao conhecimento da graça e a vida
prática, não deve haver desequilíbrio.
Quanto
à vocação, em outros escritos, Paulo diz que é soberana (Fp 3.14); é santa (2
Tm 1.9); o escritor aos Hebreus diz que é celestial (Hb 3.1); esta vocação tem
o seu peso, pois é para fazer parte de um novo corpo, portanto, a nova vida
precisa ser marcada com toda a humildade e mansidão; essa nova comunidade
precisa aprender a suportar uns aos outros. Humildade é abrir mão dos próprios
interesses e muitas vezes dos próprios direitos – essa é a primeira
bem-aventurança. Semelhantemente é a mansidão; quem a possui não está
preocupado em manter sua autoridade ou importância, principalmente se isso for
em detrimento de outros; ao contrário, ele se coloca a serviço dos demais (Fp
2.5-11; 1 Cor 6.7; Gn 13.7, 8).
Longanimidade
envolve a ideia de suportar com paciência a injustiça, sem buscar a vingança.
E, por fim, devemos suportar as fraquezas dos outros devido ao princípio do
amor, e não deixar de amá-los por conta de suas fraquezas. Os novos cristãos
devem se esforçar para que seja mantida a unidade do corpo (vv. 3-6), que só
ocorre pelo Espírito Santo e mediante a paz entre os membros deste corpo.
Embora
o corpo seja uma unidade, ele possui vários membros, que recebem a graça em uma
certa medida do dom de Cristo (Rm 12.6; 1 Cor 12.11). Essa medida leva em
consideração, por certo, a necessidade do corpo (Mt 25.14-30; Lc 19.12-26),
demonstrando que a atuação de cada um varia.
Existe
no corpo da igreja diversos ofícios, como colocado no verso 11, com o propósito
de aperfeiçoamento dos santos. Não fossem os dons, não faríamos a obra, devido
às nossas imperfeições e incapacidades. Aqueles que são capacitados com tais
dons devem trabalhar para a edificação do corpo de Cristo, não para si mesmos.
Outro ponto importante é que o chamado é do Senhor; o homem não se faz
apóstolo, ou evangelista, ou ainda pastor; nem mesmo a igreja o forma; o dom é
de Cristo.
Homens
foram ordenados na terra para que a igreja alcance os objetivos do verso 13.
Não é o indivíduo que vai alcançar isso, mas o corpo que é o de Cristo, o varão
perfeito, a estatura completa é da igreja; lembremos do capítulo 2.15 – um novo
homem. Fomos chamados não para defender nossos próprios interesses, mas os do
corpo, para trabalhar em prol da coletividade. Então, unidos, seremos todos
beneficiados.
Este
objetivo não é só para o céu, mas primeiramente para este tempo, para que o
corpo não fique imaturo e sujeito aos “ventos” do mundo espiritual, às astúcias
dos homens que enganam fraudulosamente, etc. Tudo isso é ministério terreno. A
igreja deve seguir a verdade e com isso amadurecer e não retroceder, como é o
costume de alguns, que não podem ouvir uma novidade e já têm comichão nos
ouvidos (1 Cor 3.1-3; Hb 5.12; 2 Tm 4.3-5).
A
igreja tem um referencial para o seu crescimento – Cristo (1 Pe 2.1-3). Assim a
igreja com os ministérios em seu devido lugar (ajustados) e ligados pelo
auxílio de todas as juntas (elos), apresentará apenas um resultado possível – o
aumento do corpo.
A
igreja do Senhor deve ser edificada enquanto está neste mundo (Dn 2.35; Mt
16.18); apesar de formada de homens frágeis, cujo material é barro, deve estar
ligada ao seu Senhor, sendo assim o barro será trabalhado e aperfeiçoado, e
desfeitas as diferenças. Desta forma se faz o aumento do corpo e sua edificação
em amor.
* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”
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