quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Considerações finais.






O apóstolo Paulo chega ao final de sua epístola, e neste último capítulo encontramos uma orientação sobre o importante negócio da caridade cristã para com os irmãos necessitados. Além disso, veremos também uma demonstração do cuidado deste servo de Cristo pela igreja em Corinto, das suas motivações e intenções ministeriais, e a menção a alguns particulares das circunstâncias em que se encontrava naquela ocasião.

Paulo considera nestes versos uma questão aparentemente apresentada pelos próprios coríntios, concernente às coletas que eram feitas em favor dos santos. Embora seja uma necessidade constante da igreja cuidar dos seus necessitados, aqui se trata de um levantamento de ofertas destinadas aos irmãos de Jerusalém (Rm 15.25-26), pois a Judéia era uma região bastante castigada pela fome e pela pobreza. Como se trata de um dever extremamente importante da igreja e dos seus obreiros (cf. At 4.34-35; 6.1-3; Gl 2.9-10), o apóstolo tinha um modelo que ensinava em toda a parte, e por isso deveria ser seguido também por todas as igrejas em todos os tempos: “fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia” (v. 1).

Dentre os princípios que podemos destacar nas breves palavras desta orientação apostólica, notamos a importância desta obra para a igreja, e não apenas para os crentes em particular. Embora comece com a separação voluntária de cada um daquilo com que contribuirá, era necessário que houvesse uma “coleta”, ou seja, um ajuntamento de todas as ofertas individuais, e isto só poderia ser feito no âmbito da igreja em suas reuniões. Conforme as referências já citadas no parágrafo anterior, a princípio as ofertas eram trazidas aos pés dos apóstolos; depois, foram constituídos homens idôneos para este “importante negócio”. Tudo isto reforça a necessidade de a igreja, como um todo, ter um papel ativo nesta obra, e não deixa-la apenas à caridade particular de cada cristão.

Por outro lado, vemos também o caráter consciente e voluntário desta obra no fato de que cada um deveria separar de antemão uma parte de suas economias ou ganhos financeiros para este fim sagrado. Sabendo que há uma necessidade constante entre seus irmãos, o cristão deveria ser movido a atende-la prontamente. Ao mesmo tempo, sua contribuição deve ser proporcional à sua prosperidade: “cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (v. 2). Não se pede sacrifício daquilo que é necessário para o nosso sustento, mas a cada um Deus sempre dá uma medida, por menor que seja, que lhe permite repartir com o mais necessitado (cf. Ef 4.28).

Ao se referir à possibilidade de ele mesmo acompanhar a entrega das ofertas em Jerusalém, o apóstolo trata do momento em que se encontrava em seu ministério, que poderia atrasar sua ida a Corinto para a arrecadação da coleta. Sempre considerando as necessidades das igrejas de um modo geral, sem deixar o seu afeto particular por cada uma, ele cita uma viagem prioritária que ainda faria à Macedônia, para depois poder ficar por mais tempo com os coríntios: “Porque não vos quero agora ver de passagem, mas espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir” (v. 7). Naquele momento, porém, ele se encontrava em Éfeso, onde a obra de Deus tanto prosperava como também encontrava feroz oposição, e ele não queria abandonar esta “frente de batalha”, onde sua autoridade apostólica era muito necessária: “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários” (v. 9).

Considerando também a possibilidade de que, antes dele, outros ministros do evangelho pudessem ir ter com os coríntios, ele faz recomendações sobre os mesmos, para que a igreja os recebesse e tratasse dignamente, como covinha a todos os obreiros de Cristo. Ele os incentiva com a exortação: “Portai-vos varonilmente” e “todas as vossas coisas sejam feitas com amor” (vv. 13-14).

Suas últimas palavras são breves e simples, não havendo necessidade de muita explicação. Ele recomenda os obreiros locais e, por fim, envia as saudações daqueles que com ele estavam, mostrando que a igreja de Corinto era muito querida por outras igrejas: “As igrejas da Ásia vos saúdam”, “todos os irmãos vos saúdam” (vv. 19, 20). Transmite o seu cuidado pela igreja no alerta último de que aguardassem a manifestação do Senhor Jesus “Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata!”(v. 22). E, para reforçar a importância do amor em todas as coisas, como já explanou tão ricamente nesta epístola, ele os incentiva com expressões como: “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo” (v. 20), “o meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus” (v. 24).

No estudo desta carta vimos como a igreja, embora seja amada pelo Senhor, como o Seu corpo, tem muito a aprender com Ele enquanto se encontra neste mundo, e que pode errar em suas decisões, em sua prática. Para a igreja de Corinto, Deus inspirou o apóstolo Paulo para corrigi-los e orientá-los na vontade de Deus; para nós, Ele deixou esta carta e as demais Escrituras, para que saibamos como convém andar na casa de Deus e, se errarmos, possamos identificar e corrigir com ainda maior clareza o que for necessário, a fim de que a igreja seja verdadeiramente submissa ao seu Marido, a saber, a Cristo.




Texto cedido por: EBD –  3º. Trimestre de 2018



1ª CARTA AOS CORÍNTIOS


ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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