Na
lição anterior, vimos o testemunho de Deus por Seu mensageiro Malaquias acerca
da prova inquestionável do Seu amor pelos israelitas. Nesta lição, vamos
compreender a expectativa de Deus em relação ao culto de adoração oferecido
pelo Seu povo. Portanto, vamos examinar as Escrituras a fim de alinhar nossa
adoração com a expectativa do nosso Deus e Senhor.
Nesta
declaração está expressa toda a expectativa do Senhor com relação ao culto que
o Seu povo deve prestar-Lhe. Lamentavelmente, os israelitas não estavam
conseguindo atender à expectativa de Deus com relação ao culto prestado a Ele
em virtude da falta de reverência e de entendimento da grandeza e da majestade
de Deus.
Enquanto
os israelitas questionavam ao Senhor acerca da legitimidade do Seu amor por
eles, o Senhor agora questiona a legitimidade do culto oferecido pelos
israelitas. Como Pai de Israel, o Senhor esperava ser devidamente honrado por
seu povo eleito. Das entranhas de uma mulher estéril, a saber Sara, mulher de
Abraão, o Senhor fez surgir uma grande nação a fim de se tornar um estandarte
de testemunho da Sua glória perante as demais nações do mundo (Gn 12.1-3;
15.1-6; 17.1-9; 22.15-18). Além disso, Israel foi comissionado por Deus a
comunicar a bênção do Senhor sobre os demais povos. Contudo, o que observamos
ao longo da história do povo da antiga aliança é uma narrativa marcada pela
desonra ao nome de Deus. Os israelitas não conseguiram santificar o nome de
Deus perante as nações por meio de uma fé obediente, como a que houve no
patriarca Abraão. Como Senhor de Israel, Deus esperava ser temido pelo Seu povo
eleito. Toda a peregrinação de Israel foi marcada por poderosas demonstrações
da soberania de Deus. Porém, os israelitas não reconheciam adequadamente o
temor devido ao Senhor dos céus e da terra (Pv 1.7).
A
desonra dos israelitas para com o Senhor era evidente pelas ofertas de animais
de péssima qualidade que traziam no culto dedicado a Ele. A qualidade das ofertas
expressava o real sentimento presente nos corações dos israelitas (Is 29.13-6;
Mt 6.21).
O
questionamento dos sacerdotes acerca da declaração feita pelo Senhor com
relação às ofertas irreverentes e inaceitáveis oferecidas pelo povo é a
evidência clara do cinismo e da hipocrisia reinante em Israel. Os sacerdotes
eram responsáveis não somente por apresentarem perante o Senhor as ofertas
trazidas pelo povo ao templo, mas também por zelar pela boa qualidade das
mesmas, conforme prescrito na Lei dada à Moisés (Lv 22.17-20, 31-33; Dt 15.21).
Devido a essa responsabilidade delegada aos sacerdotes de fiscalizar a
qualidade das ofertas, o ataque de Malaquias se concentra neles, mesmo sabendo
que era o povo que trazia as ofertas ao templo. Talvez a negligência dos
sacerdotes fosse fruto da seguinte mentalidade: “Alguma coisa é melhor do que
nada, o morno é melhor do que o frio”. Na verdade, o que o Senhor realmente
queria era que esse tipo de adoração impura, irreverente, hipócrita, cessasse
completa e imediatamente.
Com
o propósito de desbancar o cinismo por trás do questionamento dos sacerdotes, o
Senhor os desafia a oferecerem aos príncipes ofertas com qualidade semelhante
às que traziam ao templo. Seriam aceitos e honrados pelos príncipes, caso
apresentassem ofertas com qualidade similar às que apresentavam no templo? Com
certeza a resposta é um sonoro “não”. Com isso verificamos nos israelitas o que
Jesus chamou de “amor à glória dos homens”, pois os conterrâneos de Malaquias
estavam dispostos a honrar os príncipes do povo, mas estavam indispostos em
honrar devidamente ao Senhor.
Malaquias,
depois de desafiar o povo a apresentar aos seus príncipes ofertas de qualidade
reprovada, desafia-os agora a suplicar ao Senhor na tentativa de alcançarem a
Sua piedade, tendo em vista o que eles tinham em mãos – ofertas maculadas,
indignas. Será que seriam aceitos pelo Senhor? A indignação do Senhor era tão
grande que Ele preferia as portas do templo fechadas do que ofertas vãs sendo
ali oferecidas. Contudo, o desprezo dos israelitas para com a santidade do nome
do Altíssimo não subtraía da Sua Glória e Majestade. Por esta razão, Ele
prenuncia o tempo no qual o Seu nome seria tremendamente honrado entre as
nações da terra; este tempo é o da nova e eterna aliança do sangue de Jesus
Cristo, onde os verdadeiros adoradores adoram ao Senhor em espírito e em
verdade (Jo 4.21-24).
A
expressão máxima da rejeição do Senhor para com o culto oferecido pelos
conterrâneos de Malaquias está na profecia acerca da maldição destinada aos adoradores
profanos. Ou seja, o Senhor não ficará descontente e passivo perante a desonra
dos israelitas para com o Seu Santo Nome, mas Ele promete retribuir a estes
falsos adoradores com a merecida maldição. Se a situação dos israelitas já não
era das melhores, agora eles poderiam ter a certeza de uma intensa degradação
de todos aspectos pertinentes às suas vidas.
A
seriedade com a qual devemos prestar culto a Deus deve ser fruto da consciência
de quem Deus é, de quem nós somos, e da grandeza da redenção concedida a nós
gratuitamente pela fé em Jesus Cristo. Na adoração verdadeira esta consciência
aflora com vigor e fervor, expressando nossa reverência e gratidão ao Senhor
por Sua imensurável graça. O Senhor nos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz com o objetivo de nos transformar em verdadeiros adoradores e
participantes de Suas ricas bênçãos. Enquanto adorarmos ao Senhor em espírito e
verdade, nosso culto é aceito por Ele, Sua graça fluirá continuamente sobre
todos os aspectos da nossa vida e a nossa alegria será completa n’Ele (Rm
11.33-36; Rm 12.1-2; Ef 5.15-17). Qual tem sido a qualidade do culto oferecido
por você ao Senhor? Você tem a certeza de oferecer ao Senhor um culto em
harmonia com a expectativa do coração d’Ele? É notória a manifestação das
bênçãos dos Senhor sobre a Sua vida como recompensa do culto prestado por você?
Sempre
devemos ter em mente a expectativa do Senhor com relação à adoração oferecida
por nós, se quisermos realmente ser agradáveis aos Seus olhos. Esta consciência
certamente produzirá em nós uma tremenda reverência e um sincero desejo de
honrá-lO devidamente. Portanto, estejamos atentos para reverenciar e honrar
aqu’Ele cuja glória e majestade é absolutamente digna de adoração legítima.
Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2018
LIVRO DE MALAQUIAS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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