domingo, 28 de outubro de 2018

O juízo de Deus sobre os sacerdotes infiéis.





Na lição anterior, aprendemos sobre o que Deus espera em relação à adoração apresentada por Seu povo. Hoje, examinaremos um pouco mais o livro de Malaquias a fim de compreendermos o justo juízo de Deus sobre os sacerdotes infiéis, pois a infidelidade dos sacerdotes havia induzido os israelitas a oferecerem ao Senhor um culto deplorável. O juízo de Deus aplicado aos sacerdotes contemporâneos de Malaquias serve como um alerta em alto e bom som para os ministros do Evangelho de Cristo, os quais foram incumbidos com a mais alta responsabilidade de serem ministros da Nova e Eterna Aliança no sangue de Jesus Cristo. Portanto, se o rigor para os sacerdotes da Antiga Aliança foi severo, imagine o rigor aplicado aos ministros da Nova Aliança!

O culto profano apresentado então pelos israelitas tinha sua origem na atitude desonrosa dos sacerdotes com relação à glória e majestade do Senhor. Por isto, aqui o profeta se dirige exclusivamente aos sacerdotes com o objetivo de confrontá-los acerca da irreverência com que estavam servindo no ministério sacerdotal. Na aliança feita pelo Senhor com Levi e sua descendência, cabia aos sacerdotes as seguintes responsabilidades: oferecer o sacrifício do povo de acordo com a Lei de Moisés, guardar o templo e instruir o povo na Lei de Deus, e lidera-lo no louvor e culto divino. Portanto, a qualidade do culto dedicado ao Senhor estava intimamente ligada com a qualidade do serviço prestado pelos sacerdotes.

Quando o Senhor confronta os sacerdotes infiéis, seu objetivo principal é tratar a causa dos sintomas manifestados na conduta desobediente e no culto irreverente dos israelitas. Seria inútil o profeta Malaquias confrontar o povo se os sacerdotes permanecessem na mesma atitude leviana e irreverente em relação ao Senhor. Ao confrontar os sacerdotes, o Senhor faz uma ameaça bastante contundente: “Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração” (Ml 2.2). Na Antiga Aliança, os israelitas deviam cumprir a Lei de Moisés para merecerem as bênçãos prometidas pelo Senhor. No entanto, notamos, ao longo de toda a história de Israel, os israelitas frequentemente vivendo a “maldição da Lei” por serem naturalmente incompetentes para guardá-la perfeitamente. “Maldição” nada mais é que o contrário de “prosperidade”, logo, o Senhor está prometendo bloquear todo e qualquer empreendimento israelita que visasse o seu bem-estar e prosperidade.

A conversão da bênção dos sacerdotes em maldição implicaria no seguinte fato: Todas as vezes que os israelitas trouxessem suas ofertas no templo para prestar culto ao Senhor e o sacerdote professasse palavras de bênçãos sobre os ofertantes, estas palavras teriam, na verdade, o efeito contrário, ou seja, seriam de maldição. Porquanto o culto era oferecido de forma profana, jamais poderia resultar em bênçãos genuínas (Dt 28.1-3; Dt 28.15-16).

Na Antiga Aliança, o Senhor incumbiu Levi e seus descendentes da responsabilidade do sacerdócio perpetuamente, ou seja, nenhum homem de outra tribo poderia exercer o ofício sacerdotal (Nm 3.1-4). Uma grandiosa honra foi concedida pelo Senhor a esta linhagem, contudo, eles perderam de vista a honra que haviam recebido e retribuíram ao Senhor com desonra. Por isso, o Senhor prometeu corromper a semente da linhagem levítica, bem como desonrar os sacerdotes infiéis, lançando o excremento dos animais em seus rostos. Nada mais justo, o Senhor recompensaria a desonra com desonra (Ez 34.1-5; Os 4.6-10). O concerto original de Deus com Levi foi de vida e paz, porém, seus descendentes converteram a benção em maldição por meio da rebelião. Os sacerdotes foram chamados para serem como anjos do Senhor, ou seja, mensageiros para o povo israelita se firmar na Lei. Mas os sacerdotes infiéis acabaram por desviar o povo do caminho e induzi-lo a tropeçar na Lei e, desta maneira, corromperam o concerto que o Senhor havia feito com Levi.

A desonra expressa pelos sacerdotes com relação ao Senhor teria também como repercussão a perda da boa reputação dos mesmos perante o povo, pois os sacerdotes passariam a ser tratados como homens desprezíveis e indignos, porquanto foram os principais responsáveis pela indignação do Senhor com o Seu povo.

Não podemos nos enganar pensando que o Senhor, na Nova Aliança, afrouxou o Seu zelo e agora aceita qualquer forma de culto que acharmos adequado oferecer-Lhe. Infelizmente, muitos cristãos enxergam na Nova Aliança uma espécie de “liberdade” que na verdade não existe. Na Nova Aliança o pecado não tem domínio sobre nós, pois não estamos mais debaixo da Lei, mas sim, debaixo da graça, logo, nosso culto apresentado ao Senhor deve ser impecável, com o mais alto grau de excelência (Rm 6.16-23). Enquanto na Antiga Aliança os adoradores do Senhor eram impelidos ao culto pela força da Lei com suas demandas e ameaças, na Nova Aliança eles são impelidos pela revelação do sacrifício vicário de Cristo na cruz e pela gratidão. Ou seja, o culto antigamente era motivado por um senso de obrigação; agora, por um senso de paixão e gratidão.

Na Antiga Aliança, os sacerdotes eram responsáveis por orientar os israelitas a oferecerem um culto ao Senhor segundo os preceitos da Lei; já os ministros do Evangelho são responsáveis por orientar os cristãos a oferecerem ao Senhor um culto pelo poder do Espírito Santo e pela graça do Evangelho. Enquanto os sacerdotes na Antiga Aliança lidaram com uma forma de culto que nada mais era do que figura do que seria consumado através de Cristo, agora, os ministros do Evangelho, precisam lidar com uma nova realidade de culto que já foi consumada segundo a graça divina (Rm 12.1).

Com isso, entendemos o porquê da severidade e instantaneidade com que a oferta profana trazida por Ananias e Safira foi tratada pelo Senhor (At 5.1-11). Portanto, nossa geração não pode, em hipótese alguma, ser leviana ou irreverente na adoração. O Senhor não terá o culpado por inocente (Na 1.2-3). Lamentavelmente, muitos ministros do Evangelho estão incentivando formas de culto onde o objetivo é agradar aos “adoradores” e não ao Senhor. Uma espécie de “culto show” tem dominado a liturgia de muitas congregações cujos líderes estão mais preocupados em atrair público do que verdadeiramente exaltar ao Senhor. Mais cedo ou mais tarde, o justo juízo de Deus se manifestará a fim de lidar com o culto profano de muitas igrejas dos nossos dias, e este juízo terá seu início com os ministros do Evangelho, os quais receberam do Senhor a missão de guiar as ovelhas de Cristo na verdade.

A indignação do Senhor com os sacerdotes era legítima devido à forma irreverente com que estavam exercendo o sacerdócio diante do Senhor e do povo. O Senhor tem um zelo tremendo pela glória do seu Santo Nome, portanto, Ele jamais será tolerante com qualquer prática irreverente ou profana do Seu povo. Sendo assim, precisamos ser absolutamente reverentes e zelosos quando oferecermos ao nosso Soberano Senhor o nosso culto racional.



Texto cedido por: EBD –  4º. Trimestre de 2018



LIVRO DE MALAQUIAS

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário