quinta-feira, 1 de junho de 2017

As parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho pródigo.

Jesus foi cercado por publicanos e pecadores que haviam se reunido para ouvi-lo. Os publicanos eram judeus que trabalhavam para o Império Romano como coletores de impostos; eram considerados desonestos e traidores pelo povo judeu. Aqui, os publicanos são mencionados juntamente com os “pecadores”, que eram todas as demais pessoas marginalizadas moralmente e de má reputação, que não viviam conforme as normas estabelecidas pelos rabinos, e que acabavam excluídos da sociedade da época pelos religiosos. O povo judeu era aconselhado a não ter qualquer contato com essas pessoas, e muito menos a comer com elas. Entretanto, Jesus frequentemente estava acompanhado dessas pessoas, comia com elas (Lc 5.27-29) e, inclusive, escolheu um coletor de impostos para ser um dos doze apóstolos. Tais coisas faziam com que os fariseus e os escribas se escandalizassem e murmurassem.

Os fariseus não conseguiam enxergar o verdadeiro propósito pelo qual o Filho de Deus veio ao mundo, a saber, buscar e salvar os perdidos. Então, com o intuito de expor o comportamento reprovável e injusto dos religiosos, e ao mesmo tempo mais uma vez lhes oferecer a oportunidade de se converterem de tal perversidade, Jesus contou três parábolas: a Parábola da Ovelha Perdida, a Parábola da Dracma Perdida e a Parábola do Filho Pródigo. Nas três parábolas o tema é a redenção dos perdidos, a qual Deus opera pela sua graça e resulta em grande alegria.

Nas três narrativas encontramos o primeiro ponto em comum: trata-se de algo ou alguém que se encontrava perdido e é encontrado. A ovelha, a dracma e o filho menor compartilham da mesma situação – perdidos. Em verdade, as circunstâncias podem ser diferentes, mas todos nós éramos como ovelhas que não têm pastor, andávamos desgarrados e o Senhor nos achou (Is 53.6; 1 Pe 2.25). Os fariseus apontavam o dedo para os outros e se consideravam justos, mas Jesus os desmascara e revela que eles também estão entre os perdidos (Jo 9.41; Lc 18.9-14). Os gentios falharam ao não reconhecerem Deus na obra da criação e honraram e serviram mais à criatura do que ao Criador; os judeus, por sua vez, apesar de todos os benefícios dispensados a eles, não foram sinceros em guardar mandamentos do Senhor Deus. De modo que todos pecaram e encontravam-nos perdidos – esta é a situação de toda a humanidade (Rm 3.23; Gl 3.10).

Nas três narrativas, vemos o trabalho zeloso do pastor, buscando a ovelha extraviada; a diligência da mulher, na procura da moeda; e a expectativa do pai pela da volta do filho que se afastara. Jesus enfatiza a grandeza do amor de Deus – é dEle a iniciativa de ir buscar, empreendendo todos os esforços para arrebanhar as ovelhas desgarradas. Para isso, Ele enviou Seu Filho o mundo (Lc 19.10; Jo 3.16, 17).

Na parábola do filho que retorna à casa do pai, é enfatizada a importância do arrependimento. Depois de gastar todos os seus recursos, ele cai em si e lembra-se da casa do seu pai. O reconhecimento da própria indignidade fala de um verdadeiro arrependimento e de conversão genuína, imprescindíveis para voltar à casa do Pai (v. 19). O fato de o pai avistar o filho de longe e o modo como o recebeu revelam que ele esperava pela volta do filho, e falam da prontidão de Deus em perdoar o pecador arrependido (Mt 18.2, 4, 10, 11; Is 57.15; Sl 51.1-7, 17).

Existe nas narrativas uma mensagem notoriamente evangelística – diante de todo o esforço e dedicação do Senhor em prol da nossa salvação, não deveríamos nós com gratidão nos colocar como instrumentos Seus na busca aos perdidos? (Ef 5.1; 1 Co 3.9) Ante a ordem expressa do Senhor, essa disposição se torna um dever a ser cumprido (Mc 16.15).

A salvação de um perdido traz verdadeira e imensa alegria; vemos essa alegria ilustrada nas três narrativas. O pastor, a mulher e o pai grandemente se alegraram ao recuperarem o que se havia perdido – tão grande era a alegria que eles convidam amigos e vizinhos a se alegrarem também (vv. 6, 9 e 32).

O que é alcançado pela salvação, por certo, desfruta de uma alegria inimaginável e que ninguém poderá tirar, alegria que transborda e alcança o ambiente em que ele vive, mas o destaque nas narrativas é a alegria dos céus; não somente os anjos, mas o próprio Deus se alegra – há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende (Jo 16.22; Sl 103.1-4).

Temos nós desfrutado e conservado essa alegria? Temos buscado e nos alegrado com a salvação dos outros? O filho mais velho, de certa forma, foi admoestado pelo pai, pois deveria também ter se alegrado com a volta do irmão (v. 32).


Nas três parábolas estudadas vimos Jesus ilustrar o porquê de Ele se reunir e até se alimentar com os publicanos e pecadores. Ele estava em busca da ovelha, da dracma e do filho pródigo – todos perdidos – assim como os fariseus, apesar de eles não reconhecerem isso. O Senhor ensina que Ele não veio chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento; os sãos não necessitam de médico, mas os doentes. E há grande alegria quando o pecador se arrepende.



* Texto cedido por: EBD – 2º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“PARÁBOLAS”

Nenhum comentário:

Postar um comentário