Neste trimestre nosso estudo está baseado na Carta de Paulo ao Efésios. É bem aceito que esta carta foi escrita enquanto Paulo se encontrava em uma prisão (Ef 3.1; 4.1; 6.20); e temos ainda outras cartas escritas da mesma situação: Filipenses (Fp 1.12-14; 4.22); Colossenses (Cl 4.3,10); 2 Timóteo (2 Tm 2.9); e Filemon (Fl 10-14). Nesta primeira aula vamos fazer um estudo histórico da carta, importante para a compreensão do seu contexto.
Os
primeiros relatos de Paulo em Éfeso encontram-se em Atos 18.19-21, momento da
sua 2ª Viagem Missionária, ocasião em que não permaneceu muito tempo na cidade,
diferentemente da 3ª Viagem, no capítulo 19, quando permaneceu ali por um
espaço de 2 anos (cf. verso 10).
Neste
período de tempo, todos os habitantes da Ásia ouviram a pregação do Evangelho,
tanto judeus como gregos. Nesta região parece que não existiu apenas uma
igreja, mas sim um conjunto delas espalhadas pela região – isto se depreende da
leitura do próprio verso 10 e também do capítulo 20.17.
O
trabalho realizado com afinco nesta cidade – na sinagoga por espaço de 3 meses
e mais na escola de um certo Tirano (vv. 8 e 9) – resultou em muitas conversões
que eram confessadas publicamente.
Diz
o verso 19 do capítulo 19 de Atos que muitos dos seguiam artes mágicas
queimavam seus livros na presença de todos. Tão grande obra tem explicação no
verso 20: “Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia”.
Éfeso
era a cidade onde se encontrava o templo da grande deusa Diana, cujo prestígio
começa a cair em descrédito com o crescimento poderoso da Palavra de Deus. E
não só ela como também a profissão dos artífices.
Esse
é o resultado de um trabalho árduo, sério, com a pregação e ensino da Palavra
de Deus. Mas, em contrapartida, também houve muita perseguição sobre os que
criam. A cidade se reúne em um grande ajuntamento para barrar o avanço daquela
obra, preocupada com a sua deusa e suas profissões, e então os discípulos são
perseguidos e Paulo sai da cidade (At 19.23-29).
Há uma grande batalha espiritual que é
repercutida no mundo físico, todavia a obra não cessou. Sobre esta batalha,
Paulo escreve a esta igreja trazendo orientações e instruções. Apesar das
batalhas aparecerem no mundo físico, contudo são espirituais e, em aulas à
frente, teremos instruções específicas de como se preparar para também
vencê-las.
Por
fim, em sua última oportunidade de falar pessoalmente aos Anciãos de Éfeso,
Paulo recomendou que estes apascentassem o rebanho de Deus, porquanto, após sua
partida, as batalhas iriam se intensificar, exigindo dos pastores maiores
cuidados com a igreja (At 20.17-21).
Além
do cuidado com o rebanho, também deveria haver cuidado com eles próprios para
não serem amantes de si mesmos, avarentos ou presunçosos. Porque isso seria um
laço e um embaraço para o avanço da obra. E o antídoto para tal veneno
espiritual é: lembrar-se sempre da palavra de nosso Senhor Jesus Cristo: “Mais
bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).
A
maior preocupação do obreiro não deve ser com a quantidade de outras igrejas
existentes onde milita. Pode predominar a religião que for, se a obra for
realizada a exemplo de Éfeso, os resultados para o Reino de Deus também serão
os mesmos. Não haverá força das trevas para resistir à pregação e ao ensino da
Palavra de Deus. O que transforma uma cidade não são movimentos causados pelo
homem, mas sim manifestações poderosas de Deus.
O
trabalho que se iniciou em Éfeso no período da 3ª viagem não parou; agora, na
época da escrita da carta – provavelmente no ano 61 d.C., Paulo continua a
ensinar a igreja. Ou seja, o trabalho na obra é constante, sem intervalos. A
igreja deve ser sempre instruída em todas as áreas de atuação. Isto é o que
vamos estudar neste trimestre: obra espiritual, vida cristã, social, família,
etc.
* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”
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