Em virtude do seu papel fundamental de preparar os corações dos
israelitas para identificar e receber o Messias, o ministério de João merece
ser analisado cuidadosamente (Lc 1.57, 62-64, 76-79). Vamos encontrar no seu
ministério peculiaridades repletas de significados e instruções para o atual
ministério da Palavra de Deus. Vamos aprender com João Batista como desenvolver
um ministério da Palavra eficaz em preparar os corações dos pecadores para
receberem de bom grado o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O
ministério de João Batista foi inteiramente fruto da iniciativa divina. Agora,
como homem maduro, após longos anos de consagração a Deus no deserto, João
Batista começa a pregar porque lhe foi revelada a Palavra de Deus (Lc 1.80; Mt
3.1-4). É interessante notarmos que ele não começou a pregar somente com base
em seu chamado, mas sim, a partir da revelação da Palavra de Deus. João Batista
não produziu o conteúdo da sua mensagem, pois ele proclamou exatamente o que
havia ouvido da parte de Deus. Aqui temos uma característica importante do seu
ministério que explica a razão do seu êxito em conduzir uma multidão de
pecadores ao verdadeiro arrependimento. Não sabemos ao certo por quantos anos
João Batista permaneceu em profunda consagração a Deus no deserto, no entanto,
uma coisa é certa: foi um período de intensa preparação para torna-lo sensível
à voz de Deus. Como filho de sacerdote, João Batista deveria ter sido criado no
seio da família e no ambiente do templo para se preparar para ser sacerdote.
Entretanto, sua inusitada consagração no deserto marca o rompimento de Deus com
a Antiga Aliança e a preparação da Nova e Eterna Aliança. As suas vestes, sua
alimentação e o seu isolamento representam este rompimento com séculos de
tradição religiosa. O ministério de João Batista é uma espécie de protótipo do
ministério evangélico, pois seu foco principal era conduzir os pecadores ao
arrependimento e confissão de pecados para perceberem a real necessidade de
confiarem em Jesus Cristo como o Salvador do mundo.
Segundo
o exemplo de João Batista, todos que foram vocacionados por Deus ao ministério
da Palavra devem consagrar suas vidas intensamente até que a Palavra a ser
pregada seja poderosamente revelada. Temos que ter em mente que o ministro da
Palavra de Deus é um profeta e não um mero palestrante. Abnegação, devoção,
modéstia e foco na missão ministerial são características fundamentais da vida
daqueles que prepararão os corações para crerem no Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo.
João
Batista, com o propósito de ser fiel ao seu chamado, anunciava a Palavra de
Deus se dirigindo aos israelitas com um coração inflamado pelo poder do
Espírito Santo e de forma contundente. Todos os estratos da sociedade
(camponeses, publicanos, soldados) vinham ter com ele a fim de ouvirem a
Palavra de Deus. As pessoas não eram atraídas ao seu ministério por seu carisma
como líder, ou por um templo suntuoso, ou por promessas de prosperidades de
ordem terrena. Multidões encaravam os desconfortos próprios do deserto da
Judéia com um único objetivo: ouvirem a Palavra de Deus para restaurarem o
relacionamento com Ele (Mt 3.5, 6).
Os
ouvintes da pregação de João Batistas eram tomados de grande convicção de
pecado e dispunham-se a uma mudança sincera de atitude. O verdadeiro
arrependimento é caracterizado pelo abandono do pecado. O egoísmo, a avareza, o
engano, a opressão sobre os mais fracos, tão presentes no cotidiano daquela
época, foram varridos pela Palavra de Deus e pelo arrependimento dos que
passaram a ouvir João Batista.
Todos
os que se arrependiam eram batizados nas águas do Jordão como testemunho
público do arrependimento aflorado do íntimo dos seus corações. João Batista
também se ocupou em 8 advertir aos que resistiam à Palavra de Deus acerca do
inevitável juízo vindouro. O severo castigo de Deus está reservado para todos
quantos amarem este presente século e aborrecerem a Palavra da Verdade (Mt 3.
9-12).
A
iniquidade está multiplicando-se aceleradamente em nossa geração, com efeitos
trágicos sobre todos os ramos da nossa sociedade. Há um desesperado gemido nos
corações ímpios por libertação e paz (Rm 8.19-22). A ira de Deus está sendo
provocada pela impiedade e perversidade que contaminam e grassam em todos os
povos. E qual deve ser a resposta para este quadro caótico? A pregação da
verdadeira Palavra de Deus. O Senhor está chamando, ungindo e treinando uma multidão
de testemunhas da Verdade em todas as nações. Precisamos estar atentos e
dispostos para atender ao chamado de Deus para proclamarmos a Sua mensagem até
aos confins da terra.
Todas
as peculiaridades do ministério de João Batista despertavam nos israelitas a
seguinte indagação: Seria ele o Messias prometido pelos profetas? João Batista,
quando indagado acerca disso, sempre dizia que viria alguém cujo ministério
seria muito superior ao dele, e este é quem seria o Messias. A convicção de
João sobre o propósito do seu ministério foi útil para preservá-lo da tentação
de usurpar a glória do verdadeiro Messias (Jo 1.19-27). E ainda contamos com os
testemunhos de Jesus encontrados em João 5.33-35 e Mateus 11.7-10.
Enfim,
o dia tão esperado chegou. Jesus Cristo veio ter com João, junto às águas do
Jordão, para ser por ele batizado. Inicialmente João resistiu à ideia de
batizar Jesus, mas depois, ele entendeu que era necessário cumprir toda a
justiça. Assim que Jesus foi batizado por João, o Espírito Santo desceu sobre
Ele com uma forma semelhante ao corpo de uma pomba. Em seguida, foi ouvida uma
voz do céu que disse: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido” (Jo
1.29-34; Mt 3.13-17; Jo 3.26-36).
João
Batista, logo após cumprir seu breve ministério, foi degolado a mando do
tetrarca Herodes por causa da repreensão que este recebera do profeta por haver
tomado a mulher de seu próprio irmão (Mc 6.17-27).
Vemos
no ministério de João Batista um modelo de ministério aprovado por Deus, visto
que ele cumpriu à risca exatamente o que lhe foi ordenado fazer. Um ministério,
para ser aprovado por Deus, precisa ser pautado no temor do Senhor e na
obediência, do contrário estará fadado à reprovação divina. Que o exemplo de
fidelidade e zelo de João Batista no ministério sirva de inspiração para todos
os chamados por Deus para serem seus porta-vozes na terra.
* Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“VIDA E OBRA DE JESUS”
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