Na
lição anterior, estudamos sobre o justo juízo de Deus sobre os sacerdotes
infiéis. Nesta lição, examinaremos a influência profana da deslealdade
matrimonial no culto à Deus. Vamos entender como a aliança matrimonial é
tratada pelo Senhor com a máxima seriedade e zelo, porquanto a lealdade no
matrimônio contribui para um culto vivo, santo e agradável a Deus.
O
plano original do Senhor para com o povo de Israel era formar uma nação constituída
por pessoas que compartilhassem de uma mesma cultura e espiritualidade, segundo
a Lei de Moisés, a fim de revelar a glória do Senhor às demais nações do mundo.
Uma das medidas adotadas pelo Senhor para garantir a unidade cultural e
espiritual de Seu povo foi proibir terminantemente o casamento de israelitas
com pessoas oriundas de nações estrangeiras. Porquanto a cultura e a
espiritualidade das nações estrangeiras divergiam totalmente do que o Senhor
estava desenvolvendo em Israel, era mais saudável para o desenvolvimento dos
filhos de Abraão esse isolamento dos demais povos (Ex 34.12; Js 23.12-13).
Entretanto, os israelitas contemporâneos de Malaquias estavam transgredindo
este mandamento do Senhor ao estabelecerem aliança conjugal com mulheres “filhas
de deuses estranhos” (estrangeiras). Aos olhos do Senhor, a união de israelitas
com as “filhas de deuses estranhos” era uma tremenda profanação da Sua
santidade, porque, além de ser transgressão do mandamento de Deus, era também o
primeiro passo para retornarem à idolatria. Todas as vezes que os israelitas
estabeleceram aliança conjugal com mulheres estrangeiras a idolatria invadiu
Israel e arruinou o relacionamento deles com o Deus de Abraão (Ed 9.1-15; Ne
13.23-31).
A
ira do Senhor contra tal pecado era tamanha que Ele prometeu extirpar do meio
do Seu povo os culpados. O Senhor não permitiria que uniões abomináveis
arruinassem Sua comunhão com os israelitas, o povo eleito para a glória do Seu
Santo Nome (Is 42.8; Is 43.6-7). Privar os israelitas de casarem-se com
mulheres estrangeiras era uma verdadeira vacina contra a idolatria e os cultos
pagãos. O descontentamento do Senhor com as ofertas oferecidas pelos israelitas
que se uniram com mulheres estrangeiras é mais uma prova consistente de como Ele
considera a condição do coração do adorador antes de atentar para sua adoração.
Precisamos considerar o seguinte fato: O Senhor importa-se mais com nossa
santidade do que com nossa felicidade. Portanto, é inútil gozarmos o prazer do
pecado e oferecermos culto profano ao Santo Deus.
No
plano original do nosso Criador para o desenvolvimento da humanidade, a aliança
matrimonial ocupa uma posição fundamental, pois somente matrimônios saudáveis
podem gerar uma sociedade saudável e produtiva. Ao longo da história, todas as
sociedades (...) que desprezaram o casamento acabaram por experimentar uma
decadência moral, política, econômica e, por fim, perderam a sua soberania
enquanto sociedade (tribos, cidades e nações). O desprezo do propósito divino
original para com o casamento sempre resultará em efeitos nocivos para o bem
comum, seja de uma única família, seja de uma nação inteira. Também haverá a
rejeição de Deus, por isso a expressão: “cobris o altar do SENHOR de lágrimas,
de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a
aceitará com prazer da vossa mão” (v. 13; cf. 1 Pd 3.7).
O
Senhor revelou a Malaquias três razões principais para o Seu repúdio ao
divórcio. Primeiro, Ele relembra o seu próprio testemunho da união de cada
homem com sua mulher e dos votos feitos por ambos a fim de firmarem uma
perpétua aliança. O casamento, aos olhos de Deus, não é um mero contrato, o
qual pode ser invalidado a partir da quebra de qualquer uma das suas cláusulas.
O Senhor vê o casamento como uma aliança, cujo fim se dá apenas com a morte de
uma das partes. Uma aliança matrimonial é um pacto perpétuo de lealdade e não
um acordo momentâneo de conveniências. A segunda razão para o Senhor repudiar
completamente o divórcio leva em conta o seu projeto original de unir o homem a
uma mulher para fazer de ambos uma só carne (Gn 2.18-24; Mt 19.3-12). O
divórcio é a rejeição da vontade de Deus para um casal, logo, é uma explícita
desonra à Sua sabedoria e glória. A verdade tem que ser dita: Todos os que se
opõe ao Senhor tornam-se cacos sobre outros cacos (Is 45.9). Alguém pode até
escolher o divórcio como um meio para tentar solucionar os problemas atuais em
seu casamento, no entanto, não poderá evitar as consequências geradas por sua
decisão. A terceira razão é o ódio de Deus com relação ao divórcio, pois Ele
enxerga no divórcio uma forma de violência, onde a vida do casal ou da família
é agredida e prejudicada, bem como a honra do Senhor.
Temos
a responsabilidade, como filhos de Deus, de considerar com a máxima seriedade a
perspectiva do nosso Pai celestial com relação ao casamento e ao divórcio. Do
contrário, vamos assimilar os valores defendidos e propagados por uma geração
incrédula e perversa (Pv 30.5).
Se
alguém considera excessivamente rigoroso o conceito de casamento e divórcio
descrito por Malaquias na Antiga Aliança, seria bom observar na Nova Aliança a
intensificação desse rigor. Conforme Paulo escreveu aos Efésios, a aliança
matrimonial firmada entre um homem e uma mulher serve como alegoria para a
relação entre Cristo e a igreja, e a relação entre Cristo e Sua igreja (...)
serve como padrão de amor e submissão para os casais cristãos. A graça divina
manifestada por meio de Jesus Cristo proporciona ao cristão a competência
necessária para ele vivenciar um padrão tão excelente para aliança matrimonial
(Tt 2.11-14; Tt 3.3-8). Por isso, o casamento cristão deve ser estabelecido por
casais verdadeiramente regenerados pelo poder do Evangelho da Graça. Não é
lícito ao cristão estabelecer uma aliança com alguém não regenerado, pois isso
constitui-se numa forma de jugo desigual semelhante ao que foi combatido por
Malaquias (2 Co 6.14-18). Quando o fiel se une com o infiel, o resultado
certamente será devastador, porque tal união será marcada por frequentes discórdias.
Embora
Moisés tenha dado carta de divórcio aos israelitas, em função da dureza do
coração dos mesmos, na Nova Aliança o casamento é indissolúvel até a morte (Mc
10.1-12; Lc 16. 16-18). Os participantes da Nova Aliança receberam um coração
de carne no lugar do antigo coração de pedra, o qual era insensível,
indiferente e irreconciliável com relação a Deus e aos Seus mandamentos. De
posse de um novo coração cheio do Espírito Santo e de disposição em obedecer ao
Senhor, o cristão pode desfrutar de uma relação conjugal marcada pelo amor e
pela harmonia.
O
Senhor invariavelmente reprova a aliança matrimonial de um fiel com um infiel
por tratar-se de uma forma de jugo desigual capaz de gerar muitos transtornos.
O casamento é um projeto de Deus para garantir o bem-estar da humanidade, logo,
a violação dos seus princípios causará a ruina de qualquer sociedade. Assim
como Deus reprovou os israelitas por firmarem aliança com mulheres
estrangeiras, Ele reprova a aliança feita entre um fiel e uma infiel, ou
viceversa. Casamentos marcados pela graça divina são verdadeiros faróis para
alumiar esta geração marcada pelo crescente número de divórcios e segundos
casamentos. Os casais cristãos têm uma dupla responsabilidade, porque suas
vidas precisam honrar a Deus e ser exemplo de piedade para o mundo. Portanto,
precisamos atentar mais diligentemente para as admoestações do Senhor
concernentes ao casamento para experimentarmos a plenitude de suas bênçãos.
Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2018
LIVRO DE MALAQUIAS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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