Logo após os primeiros passos de fé do patriarca Abrão, Deus torna a falar com ele a fim de encorajá-lo e confirmar a promessa divina proferida ainda em Ur dos caldeus. Cada palavra e sinal da parte do Senhor serviam para alimentar a fé de Abrão e sustentar seu ânimo ao longo de sua peregrinação. A palavra de encorajamento proferida pelo Senhor a Abrão recebeu como resposta uma indagação: “Senhor Jeová, que me hás de dar? Pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliezer”. A indagação de Abrão tinha por base a promessa divina de torná-lo uma grande nação. Ora, como isto seria possível, se ele já era avançado em idade e não possuía filhos? Em resposta, o Senhor lhe assegurou dar um herdeiro gerado por ele mesmo, que seria o primeiro de uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu. Abrão creu no que o Senhor disse, e isto foi-lhe imputado como justiça. Em sequência, houve o ritual representativo deste concerto (Rm 4.9-25; Hb 11.8-12).
Ao
fim de dez anos em que Abrão habitara na terra de Canaã, Sarai, sua esposa, por
não conseguir gerar filhos, propôs a Abrão gerar filhos por sua serva Agar.
Sarai pensou que o Senhor estava lhe impedindo de gerar filhos, por isso agiu
precipitadamente, sem antes consultar ao Senhor. Na verdade, Deus não estava
impedindo Sarai de gerar, mas havia propósitos que no seu tempo aconteceriam e
trariam ensinamentos. Por fim, Abrão ouviu à voz de Sarai e Agar, grávida de
Abrão, se achou superior à sua senhora e passou a desprezá-la. Sarai oprime a
Agar, que sai de sua casa e busca refúgio no deserto, junto a uma fonte d’água.
Neste local, Agar é encontrada por um Anjo do Senhor que a instrui acerca do
futuro de seu filho e sobre a necessidade de que ela se humilhasse e
regressasse à casa de Abrão. Agar teve o filho, cujo nome foi Ismael. O
conselho de Sarai para Abrão surtiu efeitos danosos ao longo de todo história,
visto que Ismael deu origem ao povo ismaelita, que afligiu os israelitas por
muitas vezes, mas isto era para ensinar a diferença entre os filhos da carne e
os filhos da promessa. Mais tarde, o apóstolo Paulo utilizará este episódio com
a escrava Agar como alegoria para explicar a distinção entre os dois concertos
feitos pelo Senhor com o Seu povo (Gl 4.21-31).
Os
nomes pessoais no mundo antigo eram carregados de significados geralmente
ligados à origem ou ao caráter dos indivíduos, ou aos propósitos de Deus. O
fato de Deus ter mudado o nome de Abrão (“pai exaltado”) para Abraão (“pai de
multidões”) e o de Sarai (“minha princesa”) para Sara (“princesa”), representou
tanto uma reiteração da promessa da aliança, como a designação de ambos como
servos escolhidos de Deus para grandes realizações. Em seguida, veio a
instituição da circuncisão – também outra representação do concerto com Abraão,
e com todos os seus futuros descendentes. A circuncisão marcava o órgão genital
masculino para sinalizar a participação de cada homem numa aliança de sangue
que envolvia a sua descendência. Lamentavelmente, os judeus não entenderam o
significado da circuncisão, por tratá-la como um meio de justificação por si
só, ignorando a necessidade de fé (Rm 2.28, 29).
Vemos
neste maravilhoso relato bíblico como a voz de Deus gerou e conduziu a fé de
Abraão para fazê-lo herdeiro da promessa divina, bem como modelo de fé para
todos nós que ouvimos e cremos no chamado do Evangelho de Cristo. Confiar no
que Deus diz é a melhor forma de honrarmos Sua glória e desfrutarmos de
profunda comunhão com Ele. Assim como Abraão foi justificado pela fé diante de
Deus, nós também receberemos a perfeita justificação pela fé em Jesus Cristo
(Hb 11.6).
* Texto cedido por: EBD – 4º.
Trimestre de 2016 ASSEMBLÉIA DE DEUS MINISTERIO GUARATINGUETÁ-SP
“Os
Patriarcas, de Abraão a José”.
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