Ultimamente temos visto o multiplicar de “igrejas”, denominações evangélicas
para todo o tipo e gosto.
Digo gosto humano, pois não sei se Jesus está contente com isso... aliás,
sei – não está!
Também um grande número de fiéis sem vínculo com denominações, reunindo
em grupos em casas e outras instalações, tendo a princípio o único interesse em
partilhar a Palavra como ela é, sem interferências e influências de
instituições religiosas.
O grande Mestre disse uma vez para seus discípulos que estavam
incomodados com uma pessoa que expulsava demônios no nome dEle, mas não andava
com eles: “quem não é contra nós é por nós”- Se estão pregando o evangelho, que
preguem!
Digo isso em relação aos desigrejados. Não entendo ser de sabedoria
fazer qualquer tipo de resistência ou dificuldades a este grupo de crentes. Por
quê? Tem características de profundo quebrantamento, busca pela verdade bíblica
e críticas verdadeiras (na maioria delas) às instituições. Não são características históricas em todos os avivamentos? Se tem nuvem, pode estar chegando a chuva?
Hum...
Hum...
O apóstolo Paulo diz: importa que preguem! Mas, veja cada um como
“construir”, não coloque outro fundamento, milite diligentemente, são
recomendações relevantes? Sim.
Contudo, com o avanço da ciência, meios de comunicação, acesso
facilitado à informação – tem se questionado a necessidade de frequentar uma
igreja local.
Aí deparamos com essa pergunta: existe vida espiritual fora da igreja?
Como os desigrejados, podemos louvar ao Divino sem intermediários estatutários?
Gostaria de ter uma resposta imediata para essa pergunta, entretanto,
acredito que devamos discorrer melhor sobre o assunto que é um pouco complexo...
Fora da Igreja de Cristo, “a universal assembleia e igreja dos
primogênitos” como descrita na Epístola aos Hebreus, não. Mas em relação à
igreja local é necessário analisarmos cada caso. Muitos impossibilitados por
diversos motivos justos podem estar nessa situação. É até interessante estarmos
atentos para podermos visitá-los...
Muitos são expulsos de suas congregações por motivo de opiniões e
princípios mantidos e que agora estão sendo mudados pelas convenções religiosas
e podem até terem direção divina para sair? Podem.
Elias, por ordem divina, foi alimentado por corvos e bebia água no ribeiro
de Querite, depois de ter entregado uma mensagem ao rei Acabe e ser perseguido
por Jezabel.
Ela se foi, mas em Apocalipse é descrito uma tolerância ao espírito de
Jezabel que não agrada ao Senhor? Certamente.
Acredito na providência de Deus aos seus servos que na dificuldade de
estarem em comunhão, ficam afastados do convívio da igreja. Ele providencia
alimento espiritual para eles, ainda que mande uns corvos (animal imundo na lei)
levarem? Claro.
Acredito ser um tempo limitado, uma situação de exceção e não regra. Por
quê? Porque é na comunhão que somos abençoados, como diz o salmista. O Senhor
da obra distribui dons para que haja dependência no corpo e “busca o seu
próprio desejo aquele que se separa, ele insurge-se contra a verdadeira
sabedoria”.
Então, entendo pessoalmente, que não é uma atitude sábia estar afastado
e precisamos nos esforçar para estarmos em comunhão com aqueles que professam a
mesma fé.
Ainda acrescentando este tema, na primeira epístola de João, temos um
versículo que é muito citado: ”... o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos
purifica de todo pecado”, mas antes diz: se andarmos na luz, como ele na luz
está, temos comunhão uns com os outros.
O conselho de Gamaliel foi de extrema prudência e creio naquela época e pode ser bem
encaixado aqui neste contexto também: se for de Deus este movimento dos desigrejados vai prosperar e se não for, não devemos estar lutando contra o Dono da obra, não?
Pois é...
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