sábado, 13 de janeiro de 2018

A grandiosa salvação em Jesus.





As Escrituras registram que, quando Paulo estava na cidade de Atenas, seu espírito se comoveu ao ver a cidade tão entregue à idolatria. Apesar do tempo decorrido deste fato, este cenário não é diferente daquele de muitas cidades brasileiras; mais do que isso, nosso povo é considerado o mais religioso e supersticioso do mundo. Além do sincretismo e misticismo religioso que florescem no país, a ampla maioria da população ainda se diz cristã. Que desafio a verdadeira igreja de Cristo enfrenta! Mas há algumas questões que devem ser esclarecidas. Que cristianismo estas pessoas professam? Em que creem? Qual é o deus que servem? Qual é o “evangelho” em que se baseia sua fé? Esta aula tem por objetivo apresentar a verdade sobre a revelação de Deus e refutar algumas ideias errôneas acerca da salvação dos homens, além de apresentar as advertências aos que negligenciam a grandiosa salvação revelada em Jesus.

       Estes versos iniciam exortando os ouvintes a “atentar, com mais diligência” para a salvação anunciada pelo Filho de Deus, para que, ao longo da jornada cristã, eles não se desviassem dessas verdades. No primeiro verso, destaca-se o verbo “desviar”, que transmite a imagem de um barco atracado em um porto, mas que por descuido do piloto que dorme, tem sua corda desamarrada do porto ou afrouxada, de maneira que o barco não está mais preso ao porto e começa a ser levado pela correnteza. Então, o barco é levado pelas águas e passa a estar à deriva. Neste contexto, presume-se que aqueles que não prestam atenção à pregação, aqueles que não dão ouvidos ao Evangelho, são como este barco, que pouco a pouco têm suas cordas afrouxadas, vão se desgarrando do porto, e logo, logo, serão arrastados pelas correntezas das águas e por fim, vêm a naufragar. Por isso, o cristão precisa urgentemente ouvir e atentar para o que é ensinado e permanecer firme ancorado em Jesus, a rocha da nossa salvação, pois somente a mensagem do Evangelho dá segurança e conduz à vida eterna. Os que ouvem a voz de Deus alcançam misericórdia, têm seus pecados perdoados e desfrutam da alegria da salvação em Cristo, enquanto aqueles que negligenciam a salvação sofrerão o castigo de Deus (Rm 13.2; Jo 3.19).

       A advertência é séria: “Se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e todo pecado – transgressão e desobediência – recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação”. A palavra “transgressão” significa literalmente transpassar uma linha e, portanto, desobediência à voz de Deus. O pecado consiste em fechar os ouvidos aos mandamentos, advertências, conselhos e convites de Deus. Em consequência, a justiça de Deus é manifestada por meio do castigo aos transgressores e desobedientes. Se a nação de Israel foi julgada por Deus por não atentar à mensagem transmitida pelos anjos – a Lei de Deus – maior castigo receberão aqueles que não ouvirem ao Evangelho da graça, que tem sua revelação em Jesus Cristo (Hb 3.12, 18-19; 4.11).

       Esta salvação é grandiosa, pois a sua origem é única: foi entregue “pelo próprio Senhor”; é ainda única em sua transmissão, pois, em seguida, ela foi confirmada pelos que a ouviram, os apóstolos – as testemunhas oculares dos acontecimentos; e, por fim, é única em sua efetividade, pois foi testificada através da manifestação do Espírito Santo com aqueles que eram testemunhas, “por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade” (Mc 16.20).

       No verso 5, o autor retorna à argumentação suspensa em Hb 1.14 e acrescenta que não se deve adorar os anjos, porque não foi aos anjos que Deus sujeitou o mundo, mas ele pertence a Jesus, o Filho de Deus. Aliás, o autor recorda que não só no futuro, quando Jesus voltar, mas, na verdade, desde o princípio, Deus deu todo domínio ao Filho, pois em certo lugar (Sl 8.4-6), alguém testificou: “Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites? Tu o fizeste um 4 pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras de tuas mãos. Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés” (vv. 6-8).

       No Salmo 8, Davi compreendia que, apesar de o homem ser tão pequeno, diante da grandeza da criação e do Criador, e apesar de ser criado um pouco menor que os anjos, não foi a estes que Deus deu o domínio sobre a Terra, mas sim ao homem (Gn 1.28; 2.15), ou seja, o primeiro Adão, prefigurando o último Adão – Jesus, o Filho do homem.

       A solução à situação da humanidade subjugada pelo pecado é apresentada no verso 9. Existe, porém, alguém que já alcançou o destino vislumbrado pelo Salmo: Jesus, o Filho de Deus (Jo 1.29). Ele já está coroado de glória e honra, porém, por um breve intervalo de tempo, Ele, que é maior que os anjos, tornou-se inferior a estes para poder provar o sofrimento e morte por todos os homens. Sua morte foi eficaz e não consistiu de uma “expiação limitada”, haja vista que Ele suportou o castigo dos pecados de todos nós (Hb 9.11-14; Rm 3.25, 26; Is 53.4-8).
       Nesta seção, Jesus é apresentado como o “Príncipe da salvação”, um título de honra (cf. Hb 11.2), isto é, aquele que vai à frente de Seu povo e que mostra o caminho. Sua missão é fornecer a base sobre a qual a salvação pode ser oferecida a outros (At 3.14, 15; 5.31, 32). Assim, pois, o que o autor de Hebreus diz é que, por meio do sofrimento, Jesus foi capacitado inteiramente para a tarefa de ser o autor de nossa salvação.

Vemos ainda que “o que santifica”, isto é, Jesus Cristo, e aqueles que são “santificados”, os redimidos da culpa e do poder do pecado e separados como povo de Deus, têm uma origem comum: o próprio Deus. Os irmãos são aqueles que pertencem à família da fé e se reúnem para cantar louvores a Deus na “congregação”. Compreende-se ainda que a missão do Filho foi a de sofrer pelos Seus irmãos e Sua missão se originou no amor de Deus para com os Seus “filhos” e do Seu desejo de fornecer um meio eficaz de salvação.

Era necessário que Cristo se tornasse homem porque aqueles que Ele veio redimir eram de carne e sangue (v. 14). A superioridade de Cristo não impediu Sua identificação com o pecador. Quando Deus salvou os homens, Ele o fez por meio de um homem, e fez isso para destruir, com a Sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e ainda libertou os que, por pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão – a descendência de Abraão. Assim, em Seu ministério terreno, Cristo foi efetivamente o sacrifício, bem como o próprio sacerdote, pois Ele se entregou por livre decisão. Dessa maneira, Seu ofício de sacerdote estava cumprido em Sua encarnação. É justamente essa vitória que o tornou “sumo sacerdote” de todos os tempos, e consequentemente o único que realmente pode fazer a intermediação entre nós e Deus de modo perfeito, sendo filho do homem e também Filho de Deus (Rm 5.10; 2 Co 6.2). Sendo assim, a Cristo é devida toda confiança e pleno descanso de que Ele pode se identificar plenamente com todas as nossas dificuldades e problemas pessoais de toda natureza, diante de Deus (Hb 4.15, 16).


Nossa vida cristã está alicerçada na vitória de Cristo sobre a morte, e também em todas as conquistas realizadas em Sua encarnação. Portanto, nossa vida devocional diária precisa fazer uso efetivo de todas as bênçãos. Podemos ter a certeza de que temos um sacerdote que se compadece de todas as nossas limitações e falhas; que temos um rei que tem tudo aos Seus pés, portanto, temos toda certeza de Sua proteção.




* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018


EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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