Esta
lição tem por objetivo expressar a importância do crescimento espiritual para
todos os cristãos e exortar a manterem-se firmes diante de Deus, além de alertar
sobre o perigo terrível de apostasia e não deixarem-se levar por qualquer vento
de doutrina.
O
autor inicia esta seção reconhecendo que o assunto apresentado anteriormente –
o sacerdócio de Cristo – é de “difícil interpretação” para seus leitores, pelo
fato de, ao longo dos anos, eles se terem feito “negligentes para ouvir” a
mensagem do Evangelho (v. 11). Os destinatários da epístola em apreço eram
ainda “meninos” e necessitavam de “leite, e não alimento sólido”; pelo tempo de
crentes, já deveriam ser “mestres”, enquanto, na realidade, careciam de
instrução elementar. Eram imaturos e não estavam preparados para se
aprofundarem nas riquezas insondáveis que há em Cristo (1 Co 2.6; 3.2; Ef
4.13-14; 1 Pe 2.1-2).
O
autor encoraja seus leitores a alcançarem a maturidade tão desejada: “prossigamos
até a perfeição”. Essa expressão se refere a um ensinamento mais avançado, para
doutrinas como a natureza do sacerdócio de Cristo, que eles mal compreendiam.
Precisavam adiantar-se mais, em direção a verdades cristãs mais avançadas do
que aquelas às quais estavam habituados. E ele, o escritor, não tem intenção de
voltar às verdades elementares da fé (Hb 6.1-2).
Estes
versos são uma severa advertência aos que um dia abraçaram a fé cristã e pensam
em desistir. O autor torna isto ainda mais claro descrevendo, cláusula após
cláusula, a sua condição. Primeiro, eles “já foram iluminados”. Sem dúvida
remonta à figura de Jesus como a luz que ilumina a todo homem que vem a este
mundo (Jo 1.9). A luz do evangelho brilhou sobre eles e vieram a ter “conhecimento
da verdade” (cf. 2 Co 4.4, 6). É salientado ainda que eles “provaram o dom
celestial”, isto é, eles tiveram uma profunda experiência de salvação,
incluindo o perdão de pecados, e gozaram de todas as bênçãos espirituais em
Cristo (Hb 8.12; Ef 1.3). Ainda é enfatizado que os cristãos “se fizeram
participantes do Espírito Santo” (1 Co 12. 13).
Ao
lembrar seus leitores das maravilhosas experiências da conversão, o autor
sublinha a tragédia da queda do favor divino. A impossibilidade de
arrependimento referida pelo escritor diz respeito a crentes que, mesmo providos
das experiências mencionadas acima, abandonam a Cristo, renegando-o de modo
deliberado. Trata-se de uma pessoa que chegou a um estágio tal de desvio, que
sua consciência encontra-se cauterizada (1 Tm 4.1, 2), ficando insensibilizado
a qualquer advertência por parte do Espírito Santo. O apóstata é então como o
campo que produz espinhos e está destinado a ser queimado (cf. Mt 13.30; Jo
15.6).
Após
apresentar um quadro sombrio nos versos 4-8, o autor faz uma pausa e assegura a
seus leitores que não os considera apóstatas. Ele demonstra sua afeição pelos
leitores ao chamá-los de “amados”. É porque os ama que fala com tanta severidade. A confiança do autor nos seus
leitores tem uma base dupla: seus atos de generosidade e o caráter do próprio
Deus. Eles tinham provado o seu amor de maneira especialmente prática, servindo
aos companheiros cristãos, partilhando de suas aflições (Hb 10.33-36). Além
disso, o autor tinha confiança em Deus. Ele sabia que, sendo Deus justo, não
poderia mostrar-se injusto, esquecendo-se de recompensar os que agiram
retamente.
O
propósito desta seção é demonstrar que as promessas de Deus são seguras e
imutáveis. Deus fez promessa a Abraão e, como não tinha alguém maior por quem
jurasse, jurou por si mesmo, prometendo abençoá-lo e multiplicá-lo na terra,
ainda que sua esposa fosse estéril. E o patriarca alcançou a bênção, porque
esperou com paciência.
Deus
quis mostrar a “imutabilidade de seu conselho aos herdeiros da promessa”,
fazendo um juramento. Certamente Deus não precisa jurar, mas para que os homens
não tivessem dúvida, Ele “se interpôs com juramento”. O escritor enfatiza que “é
impossível que Deus minta” e, por isso, devemos “reter a esperança proposta...”
(Nm 23.19; Tt 1.2; 2 Tm 2.11-13).
Aqueles
que têm a experiência gloriosa da salvação precisam cuidar-se para não caírem
no engano do Diabo. É indescritível o prejuízo de quem apostata da fé, negando
a eficácia do sangue de Cristo para a salvação dos pecadores.
* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018
EPÍSTOLA AOS HEBREUS
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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