No
término da aula anterior vimos a afirmação de que Jesus foi constituído sumo
sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque. Nesta aula, veremos que
Melquisedeque foi um verdadeiro adorador, no meio de uma geração idólatra e
corrompida. Exerceu o papel de rei e sacerdote, sem fazer parte da linhagem de
Israel. Sua ordem sacerdotal, com aspectos peculiares, tornou-se um tipo do
sacerdócio de Cristo, que em tudo, é superior a todas as ordens sacerdotais.
A
partir do relato de Gênesis 14.18-20, o autor extrai ensinamentos importantes
da vida de Melquisedeque para que seus leitores compreendam a grandeza do
ofício sacerdotal de Cristo. O nome Melquisedeque significa literalmente “rei
de justiça”, e é apresentado como o rei de Salém, que quer dizer: “rei de paz”.
É acrescido ainda que ele era “sacerdote do Deus Altíssimo”. Portanto, o
objetivo de seu reino era promover a paz através da justiça divina. Percebe-se
que, ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada
hereditariamente, diz se a respeito de Melquisedeque: “sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida” (v.3). O fato das
Escrituras não registrarem o seu nascimento ou a sua morte em parte alguma é
tomado pelo autor como símbolo de um sacerdócio eterno. (Jr 23.5,6; Ef 2.14 -
18).
Sabe-se
que a Lei deu início, ensinou princípios básicos, despertou impulsos,
prenunciou e indicou o caminho; mas lhe era impossível propiciar uma verdadeira
comunhão com Deus, por ser dada a homens fracos (Rm 7.12,14). Somente Cristo
oferece “uma melhor esperança” pela qual podemos chegar a Deus. O que antes era
figura e privilégio apenas de uma classe, hoje, por intermédio de Jesus Cristo,
tornou-se privilégio aberto a todos. Agora, os cristãos são sacerdotes e têm
acesso individual a Deus (1 Pe 2.5,9).
Em
seguida, o autor apresenta os argumentos que demonstram a grandeza de
Melquisedeque, portanto, a superioridade do sacerdócio de Cristo. Ao encontrar
Melquisedeque, Abraão sabia muito bem que estava diante do sacerdote do Deus
Altíssimo, por isso, reverencia-o com os dízimos de tudo (v. 4-6). Os
sacerdotes levíticos recebiam o dízimo de seus irmãos judeus como sendo uma
prescrição legal, mas Melquisedeque recebeu o dízimo de Abraão por um direito
pessoal que Deus lhe concedeu. O autor lembra que o menor é abençoado pelo
maior; Melquisedeque abençoou o patriarca Abraão, assim é evidenciada a
superioridade do sacerdote sobre Abraão, aquele que tinha as promessas de Deus
(v 6, 7). É destacado que o sacerdócio de Melquisedeque tem precedência sobre o
de Levi, porque a morte não tem poder sobre ele (v. 8-10).
Nesta
seção, o autor argumenta que, se o sacerdócio segundo Arão tivesse completado a
função de levar aos homens à presença de Deus, então, não seria necessário que
se levantasse um outro sacerdócio (v. 11, 12). Assim, a Lei e o sacerdócio
levítico estão “envelhecidos” pelo estabelecimento do novo sacerdócio de Jesus
Cristo que é eterno e que garante aos homens pleno acesso a Deus.
De
um lado temos o sacerdócio perecível, ligado a um mandamento carnal, que não
levava em conta a disposição do indivíduo ou o grau de sua vontade de servir,
pois ele se tornava sacerdote unicamente por causa da hereditariedade. Pelo
outro, a manifestação do novo sacerdócio que é segundo “a virtude da vida
incorruptível”, uma referência à ressurreição de Jesus, seu triunfo sobre a
morte.
Sabe-se
que a Lei deu início, ensinou princípios básicos, despertou impulsos,
prenunciou e indicou o caminho; mas lhe era impossível propiciar uma verdadeira
comunhão com Deus, por ser dada a homens fracos (Rm 7.12,14). Somente Cristo
oferece “uma melhor esperança” pela qual podemos chegar a Deus. O que antes era
figura e privilégio apenas de uma classe, hoje, por intermédio de Jesus Cristo,
tornou-se privilégio aberto a todos. Agora, os cristãos são sacerdotes e têm
acesso individual a Deus (1 Pe 2.5,9).
Nesta
seção, o autor sublinha que nada foi destinado além do sacerdócio de Cristo
para nossa salvação, pois não existe nada superior a Ele. A garantia que o
cristão tem de um “melhor concerto” e que não será anulado é aquele cujo “fiador”
é o próprio Jesus (v. 20-22).
É
necessário recordar que o sacerdócio arônico era composto de centenas de
sacerdotes, que se sucediam constantemente, visto que “pela morte eram
impedidos de permanecer”. Eles apenas intercediam pelos homens a Deus, mas não
os salvavam. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive sempre para interceder”
por nós, como nos assegurou uma perfeita salvação por Seu intermédio. E só em
Jesus temos salvação plena, sem depender de um suposto purgatório ou de uma
hipotética reencarnação (Rm 8.33, 34; Jo 5.24; 14.6).
O
sacerdote levítico tinha que ser santo, separado, consagrado e até mesmo nas
suas vestes (vv. 26-28; Êx 28.2; 29.29). Contudo, eram homens falhos,
imperfeitos, sujeitos ao pecado. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é santo no
sentido pleno da palavra. Ele era inocente porque nunca pecou e não tinha
qualquer culpa. A Lei determinava que o cordeiro para o holocausto deveria ser
sem mancha, assim, Jesus não tinha qualquer mancha moral ou espiritual, ele era
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Ex 12.5, 6, Jo 1.29). É ainda
salientado que Jesus viveu entre os homens, comeu com eles, inclusive nas casas
de pessoas de baixa reputação, porém não foi pecador. Ele não se deixou
influenciar pelo comportamento dos homens maus. Como recompensa do seu
trabalho, foi “feito mais sublime do que os céus”. O autor ainda declara que: “isso
fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (v.27). Jesus, por ser sem pecado, não precisou fazer
isso por si. Tão somente ofereceu-se num sacrifício perfeito, uma só vez, por
nós pecadores.
O
autor salienta que “a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a
palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para
sempre”. O Filho de Deus é este Sumo Sacerdote, Sua perfeição foi coroada e
selada pela sua exaltação ao céu. Ele é o único sumo sacerdote capaz de
qualificar outros a fim de que estes também possam apresentar-se diretamente
diante de Deus (Ap 5. 6-10).
Nesta
lição verificamos que, em todos os aspectos o sacerdócio de Cristo segundo a
ordem de Melquisedeque é superior ao sacerdócio da antiga aliança. Com isto,
devemos ser gratos a Deus por fazermos parte de sua linhagem espiritual.
* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018
EPÍSTOLA AOS HEBREUS
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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