As
Bodas do Cordeiro é a expressão máxima da relação entre Cristo e Sua Igreja. É
a figura do casamento, do esposo e da esposa, que aparece na Bíblia em várias
passagens, e que ilustra o relacionamento de amor e união que há entre o Senhor
Jesus e o Seu povo, e que se estreitará ainda mais na eternidade, quando
estaremos para sempre junto de nosso Salvador, desfrutando da plenitude da
glória e alegria desta aliança firmada na cruz do Calvário.
No
antigo testamento, as Escrituras Sagradas usam a linguagem figurada do
casamento para ilustrar o relacionamento entre Deus e Israel. Nos profetas,
essa figura é empregada para mostrar a gravidade das infidelidades de Israel,
por terem se voltado para falsos deuses e se esquecido de Jeová, que os criara,
e fizera com eles uma aliança, e os enriquecera sobremaneira, enchendo-os de
bênçãos – tal como um bondoso e amoroso esposo teria feito por uma mulher
desamparada, pobre e desprezada, ao desposá-la (Is 54.1-6; Jr 3.1-2, 20; Ez
16.8-14). Por causa dos “adultérios” de Israel, Deus os castigou severamente,
rejeitando os impenitentes, e recebendo de volta, como sua esposa, os que se
arrependeram (Os 2.2-4, 13-20).
No
novo testamento permanece a linguagem do casamento para descrever a relação
vital entre o Senhor Jesus e a Sua Igreja. A começar com João Batista, que
identifica o Cristo com o esposo, aquele que “tem a esposa” (Jo 3.28-29). Em
seguida, o reino de Deus, anunciado como uma realidade presente, é descrito, em
várias parábolas, como uma festa ou bodas de casamento. Sobre alguns aspectos
dessas parábolas falaremos ainda no próximo tópico. Mas, no momento,
consideremos ainda que essa união se concretizou quando Cristo se entregou em
sacrifício pela Igreja, na cruz do Calvário, expressando da maneira mais
sublime e gloriosa o Seu amor por nós (Ef 5.25-27; Ap 1.5; Rm 5.8). É através
do Seu sangue que Jesus comprou a Igreja, a purificou e a enriqueceu com todas
as bênçãos espirituais (1 Jo 1.7; Ap 7.13-15).
De
acordo com o costume oriental, depois de feitas as cerimônias religiosas,
começava-se a celebração festiva do casamento, as bodas. A festa podia
prolongar-se por vários dias, dependendo das possibilidades do pai da esposa.
Os textos de Mateus 22 e 25 apresentam duas parábolas de Jesus que retratam a
história de um casamento, as bodas.
Quem
são os convidados e as virgens? Em Mateus 22, as Escrituras nos apresentam a
grande misericórdia de Deus e a Sua intenção de que os céus se encham. A ordem,
portanto, é buscar e forçar muitos a entrarem – uma alusão clara à persistência
na evangelização e no discipulado de todos os homens (1 Tm 2.1-4; Mt 28.18-20;
Mc 16.15). Já na parábola das dez virgens, temos uma representação dos crentes
salvos e dos crentes apenas nominais. Não são dez pretendentes ao esposo, nem
dez igrejas cristãs que competem pelo mesmo esposo. São todos os crentes que
compõem a Igreja de Cristo. O número dez apenas se refere, simbolicamente, à
multiplicidade dos que confessam o nome de Jesus e se identificam com o
Evangelho, seja em verdade ou apenas na aparência (cf. Is 4.1).
Por
que as palavras “esposo” e “esposa”? No Oriente, o noivado era tão sério quanto
o casamento. A mulher prometida a um homem era chamada esposa e, apesar de
ainda não estar unida fisicamente ao marido, era obrigada à mesma fidelidade,
como se estivesse casada (cf. Mt 1.18-19). A Igreja é a Esposa de Cristo
porque: 1) está comprometida com o Senhor Jesus (2 Tm 2.19); foi comprada e
pertence ao que pagou o preço (Ap 5.9; 1 Co 6.20); 2) em espírito forma um corpo
com Cristo (1 Co 12.12-13, 27; Rm 12.5), assim como um casal se une pelo
casamento e forma um só corpo em carne; 3) gera filhos (Is 54.1-3; Gl 4.19,
26-31), sendo comparada a uma mãe pela qual vêem à luz os que se convertem a
Cristo.
De
acordo com a parábola das dez virgens, as bodas se dão “à meia-noite”. Esta
expressão representa o clímax da esperança da igreja. É quando o esposo vem ao
encontro das virgens, ou o rei entra para ver os convidados (Mt 25.6, 10;
22.11). Em outras palavras, é quando Deus terá julgado o mundo dos ímpios, e a
Igreja estará pronta para se encontrar com Cristo (cf. Ap 19.1-8). Esse evento
acontecerá no Céu, pois é o lugar mais adequado para o encontro de Cristo com a
Sua Igreja glorificada (Ap 21.2, 9-11; 1 Ts 4.16-17). Por outro lado,
observemos que as bodas já estão prontas (Mt 22.8, 9), mesmo agora quando
evangelizamos (Is 55.1, 6; Ap 22.17). Falta a casa se encher (Ap 6.11) e os que
vieram se prepararem (Mt 22.11-12; 2 Co 11.2; Fp 1.6). Consideremos também que
aqueles que estão em Cristo Jesus já estão assentados em lugares celestiais (Ef
1.3; 2.6).
As
bodas representam a celebração da união entre Cristo e a Igreja. Tanto os
convidados como as virgens se referem à mesma classe de pessoas: os que são
convidados a participar do reino de Deus. Contudo, aí também vemos uma
distinção clara entre aqueles que respondem sinceramente, pela graça de Deus,
ao chamado do evangelho, e os falsos crentes (Mt 22.14).
Essas
duas classes são uma realidade espiritual na igreja de Cristo. Na parábola das
virgens, as loucas representam os cristãos que não agem racionalmente em sua
vida de fé, sendo descuidados com a vigilância e a espiritualidade (cf. Lc
12.34-35). Corresponde àquele que, na parábola dos convidados, foi surpreendido
não vestindo traje nupcial ou sem o azeite que é o símbolo do Espírito Santo.
As
virgens prudentes tinham vasilhas e lâmpadas (Mt 25.7-9) e o principal
elemento: o azeite, o símbolo do Espírito Santo (Ef 5.18; 2 Tm 1.14). Os
convidados tinham de estar trajando vestes nupciais, que representam as
justiças dos santos, adquiridas pelo sangue de Cristo (Ap 3.18; 7.14; 19.8).
Pela
pregação do Evangelho somos convidados a participar do mais glorioso evento e
da maior e mais duradoura festa que possa existir – as Bodas de Jesus e a
Igreja. Não subiu ao pensamento do homem o que Ele tem preparado para os fiéis.
Compensa toda sorte de esforço ou renúncia para alcançar esta glória.
Texto cedido por: EBD – 2º. Trimestre de 2018
ESCATOLOGIA
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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