É
de suma importância compreendermos a ligação do capítulo 1 com o capítulo 2,
onde a expressão chave é: o homem está morto. Paulo, após ter feito uma breve
apresentação da revelação das grandezas de Deus em Cristo, passa a mostrar à
igreja em que situação esse homem se encontrava; qual era a sua situação
espiritual no momento em que Deus se revela a ele; para, a partir daí,
demonstrar que tal salvação nunca foi por mérito humano e sim pela maravilhosa
graça de Deus.
Após
ter pecado contra Deus no jardim, o homem foi lançado fora da Sua presença. De
todos os seres vivos criados por Deus, o homem é o único que possui duas
naturezas – a física e a espiritual. Aquela, para relacionamento com o mundo
físico; esta, para o relacionamento com Deus. No entanto, agora a natureza
espiritual está morta (Rm 5.12). Todos os homens gerados a partir de Adão
possuem apenas uma natureza viva (Gn 5.3) – a carnal. E com esta única natureza
viva o homem anda segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; e
Paulo conclui que entre eles todos nós antes andávamos no desejo da nossa
carne. Esta é a situação de trevas em que todos os homens se encontram quando a
revelação de Deus os alcança. Nessa situação de trevas, o homem sempre erra o
alvo e peca. Foi criado para a glória de Deus, mas agora aborrece a Deus. É um
estado de inimizade contra Deus. Atrai a ira de Deus sobre si por conta de um
comportamento contrário às leis de Deus. Não há nele sequer o desejo de se
voltar para o seu Criador.
Paulo,
em seu argumento, inicia o verso 4 com uma ideia contrária à situação do homem
descrita acima – “mas Deus”, ou seja, Ele interveio na história do homem. E o
fez porque é riquíssimo em misericórdia. O homem como descrito acima é
merecedor apenas de uma coisa – a morte. No entanto, Deus nos ressuscitou
juntamente com Cristo e, se não bastasse isso, nos fez assentar juntamente com
Ele em lugares celestiais. Cristo tomou a forma humana, viveu como homem e
também morreu como tal, porém ressuscitou. E, na Sua ressurreição, resgatou o
homem da morte para a vida. Paulo destaca a grandeza do amor de Deus assim como
em Jo 3.16. É o propósito de Paulo argumentar com a ideia contrária, mostrar o
homem caído e o amor de Deus, para que a revelação do capítulo 1 seja ainda
mais valorizada. Somo atraídos a Deus pelo Seu amor. Somos conduzidos a
entender que a iniciativa da mudança desse homem se origina em Deus – “e vos vivificou,
estando vós mortos em ofensas e pecados”. Assim como desde o princípio, a
exemplo da criação dos céus e a da terra, que era sem forma e vazia e pela
vontade de Deus foi trabalhada (Gn 1.1-3; 2 Co 4.6).
A
origem e o resultado da salvação não provêm daquilo que fizemos, mas da graça.
Esta, que é o favor imerecido de Deus, chega até ao homem pela fé, que por sua
vez é um dom de Deus. A forma deste dom chegar até ao homem está em Rm 10.17;
mas poderá o morto ouvir? Então, a primeira obra realizada no homem é de Deus,
dando-lhe vida pelo Seu Espírito; e aí o homem ouve a pregação, crê, confessa e
é salvo. Então o verso 10 nos mostra o que passamos a ser – novas criaturas em
Cristo Jesus (2 Co 5.17). Não somos treinados, preparados, reeducados; somos uma
nova criação. A primeira criação (em Adão) se corrompeu, se desviou, mas a
segunda é perfeita e reflete realmente a imagem de Cristo, correspondendo à Sua
vontade (1 Co 15.45-48). Feitura quer dizer que somos a expressão maior, mais
fina e mais bela do Seu pensamento; Sua obra prima, a quem Ele concedeu o
melhor e, portanto, sobrepujando a Sua primeira criação, que tem uma identidade
com o mundo, com a carne e o diabo. Observemos os versos 9 e 10 – Deus realizou
a obra e a salvação vem totalmente d’Ele (Rm 6.23); “não é pelas obras”, mas
“para as boas obras”. Por fim, o contraste do “andar” do verso 2 com o verso
10.
Concluímos
a presente lição, mas não o assunto na sua totalidade, que será ainda mais
aprofundado na próxima aula. Paulo não é simplesmente repetitivo, mas exaustivo
na medida em que quer atingir os pormenores do assunto, que é mostrar que um
homem caído no pecado é resgatado para participar da grandeza da graça de Deus.
* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”
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