quinta-feira, 27 de julho de 2017

A salvação é pela graça.


É de suma importância compreendermos a ligação do capítulo 1 com o capítulo 2, onde a expressão chave é: o homem está morto. Paulo, após ter feito uma breve apresentação da revelação das grandezas de Deus em Cristo, passa a mostrar à igreja em que situação esse homem se encontrava; qual era a sua situação espiritual no momento em que Deus se revela a ele; para, a partir daí, demonstrar que tal salvação nunca foi por mérito humano e sim pela maravilhosa graça de Deus.

Após ter pecado contra Deus no jardim, o homem foi lançado fora da Sua presença. De todos os seres vivos criados por Deus, o homem é o único que possui duas naturezas – a física e a espiritual. Aquela, para relacionamento com o mundo físico; esta, para o relacionamento com Deus. No entanto, agora a natureza espiritual está morta (Rm 5.12). Todos os homens gerados a partir de Adão possuem apenas uma natureza viva (Gn 5.3) – a carnal. E com esta única natureza viva o homem anda segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; e Paulo conclui que entre eles todos nós antes andávamos no desejo da nossa carne. Esta é a situação de trevas em que todos os homens se encontram quando a revelação de Deus os alcança. Nessa situação de trevas, o homem sempre erra o alvo e peca. Foi criado para a glória de Deus, mas agora aborrece a Deus. É um estado de inimizade contra Deus. Atrai a ira de Deus sobre si por conta de um comportamento contrário às leis de Deus. Não há nele sequer o desejo de se voltar para o seu Criador.

Paulo, em seu argumento, inicia o verso 4 com uma ideia contrária à situação do homem descrita acima – “mas Deus”, ou seja, Ele interveio na história do homem. E o fez porque é riquíssimo em misericórdia. O homem como descrito acima é merecedor apenas de uma coisa – a morte. No entanto, Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo e, se não bastasse isso, nos fez assentar juntamente com Ele em lugares celestiais. Cristo tomou a forma humana, viveu como homem e também morreu como tal, porém ressuscitou. E, na Sua ressurreição, resgatou o homem da morte para a vida. Paulo destaca a grandeza do amor de Deus assim como em Jo 3.16. É o propósito de Paulo argumentar com a ideia contrária, mostrar o homem caído e o amor de Deus, para que a revelação do capítulo 1 seja ainda mais valorizada. Somo atraídos a Deus pelo Seu amor. Somos conduzidos a entender que a iniciativa da mudança desse homem se origina em Deus – “e vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”. Assim como desde o princípio, a exemplo da criação dos céus e a da terra, que era sem forma e vazia e pela vontade de Deus foi trabalhada (Gn 1.1-3; 2 Co 4.6).

A origem e o resultado da salvação não provêm daquilo que fizemos, mas da graça. Esta, que é o favor imerecido de Deus, chega até ao homem pela fé, que por sua vez é um dom de Deus. A forma deste dom chegar até ao homem está em Rm 10.17; mas poderá o morto ouvir? Então, a primeira obra realizada no homem é de Deus, dando-lhe vida pelo Seu Espírito; e aí o homem ouve a pregação, crê, confessa e é salvo. Então o verso 10 nos mostra o que passamos a ser – novas criaturas em Cristo Jesus (2 Co 5.17). Não somos treinados, preparados, reeducados; somos uma nova criação. A primeira criação (em Adão) se corrompeu, se desviou, mas a segunda é perfeita e reflete realmente a imagem de Cristo, correspondendo à Sua vontade (1 Co 15.45-48). Feitura quer dizer que somos a expressão maior, mais fina e mais bela do Seu pensamento; Sua obra prima, a quem Ele concedeu o melhor e, portanto, sobrepujando a Sua primeira criação, que tem uma identidade com o mundo, com a carne e o diabo. Observemos os versos 9 e 10 – Deus realizou a obra e a salvação vem totalmente d’Ele (Rm 6.23); “não é pelas obras”, mas “para as boas obras”. Por fim, o contraste do “andar” do verso 2 com o verso 10.


Concluímos a presente lição, mas não o assunto na sua totalidade, que será ainda mais aprofundado na próxima aula. Paulo não é simplesmente repetitivo, mas exaustivo na medida em que quer atingir os pormenores do assunto, que é mostrar que um homem caído no pecado é resgatado para participar da grandeza da graça de Deus.




* Texto cedido por: EBD – 3º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“CARTA AOS EFÉSIOS”

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