Na
lição anterior, examinamos as Escrituras Sagradas a fim de compreendermos os
propósitos para os muitos milagres operados por Jesus Cristo. Nesta lição,
vamos estudar as Escrituras Sagradas com o objetivo de compreendermos as
instruções dadas por Cristo aos Seus discípulos no intuito de prepara-los para
a Sua morte, ressurreição e ascensão. Toda essa preparação destacava que a
morte de Cristo era parte do plano de Deus, e não resultado final da
conspiração dos judeus e dos romanos. Jesus, como estava plenamente consciente
dos fatos finais do Seu ministério, preocupou-se em preparar os Seus discípulos
para não serem surpreendidos nem desapontados. Estas instruções preparativas
são repletas de princípios relevantes para a nossa fé hoje, portanto, vamos
aprendê-los e sermos edificados.
Jesus,
tendo em vista a necessidade de os Seus discípulos O sucederem na expansão do
Seu Reino, certificou-se acerca da convicção alcançada por eles com relação à
Sua identidade e ao Seu propósito. Eles jamais seriam bem-sucedidos na obra de
expansão do Reino sem uma inabalável convicção sobre a identidade e o propósito
do Cristo. O que nos chama a atenção neste texto em análise é o destaque dado
por Jesus à revelação concedida pelo Pai a Pedro e aos Seus escolhidos, que
estabelece um fundamento sólido e inabalável capaz de resistir firmemente a
todo ataque do maligno e, ainda, avançar conquistando o território inimigo. A
divina revelação estabelece em nossos corações o testemunho eficaz sobre a
realidade de Cristo Jesus. Com base nessa revelação concedida a Pedro e aos
demais apóstolos, o Senhor lhes prometeu entregar a “chave do Reino dos céus”,
a qual nada mais é que o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus e o livre
acesso ao trono de Deus pela fé no sangue de Jesus (Jo 14. 15-23; Mt 18.18 e
23.13; Jo 20.23). Outrora, separados de Deus em razão dos nossos pecados,
estávamos em trevas e sombras de morte, mas, agora, como novas criaturas
regeneradas por Cristo, podemos conhecer a Sua vontade a fim de realiza-la aqui
na terra como ela é feita no céu (Jo 14.13, 14; 15.16; Rm 12.1, 2). Essa
revelação e a conexão com Deus por meio da oração compõem a força motriz essencial
para o avanço da Igreja rumo ao seu triunfo final, por isso, o Mestre jamais
poderia deixar de compartilhar essas verdades com os Seus discípulos antes de
partir.
Para
Jesus, preparar os Seus discípulos para a Sua morte certamente foi uma das Suas
tarefas mais difíceis. O motivo da dificuldade desta tarefa estava ligado à
mentalidade vigente em Seus discípulos e a expectativa equivocada que eles
tinham em relação ao Messias de Deus. Eles esperavam do Messias o uso da força
militar para libertar Israel do jugo estrangeiro e dos seus infortúnios. No
entanto, a libertação trazida por Cristo não tinha caráter político-econômico,
mas sim espiritual, pois o jugo do pecado e do diabo sobre os israelitas eram
os verdadeiros responsáveis pela escravidão deles. Pode parecer contraditório,
no entanto, o fato é que a vitória de Cristo sobre os Seus inimigos seria
consumada somente com a Sua própria morte. Enquanto os grandes imperadores do mundo
lutavam para aniquilar seus adversários no campo de batalha, o nosso Rei Jesus
triunfou na cruz sobre os Seus inimigos e os expôs publicamente (Mt 16.21; Cl
2.13-15; 1 Co 1.21-24). Era inconcebível para Pedro a ideia de Jesus morrer,
pois ele provavelmente enxergava na Sua morte a interrupção da Sua obra, porém,
era justamente na morte e ressurreição de Cristo que se encontrava o ápice e
consumação da Sua grande obra (1 Jo 2.1, 2; Rm 3.21-26). É interessante notar a
abrupta oscilação espiritual experimentada por Pedro, pois num minuto ele
recebeu a tremenda revelação sobre a identidade e o propósito de Cristo e, logo
em seguida, ele deu lugar para Satanás ao se opor à necessidade de Jesus morrer
(Mt 16.20-23). Precisamos ser vigilantes em todo o tempo porque somos
suscetíveis a esta mesma horrível oscilação espiritual.
Era
muito perturbador para os discípulos, após tudo o que aprenderam e todos sinais
vistos por eles, pensar na ausência do Filho de Deus. Ora, e não só isso, os
discípulos nunca haviam experimentado um amor mais puro e incondicional do que
o de Jesus, portanto, a ausência d’Ele representava também a privação do Seu
magnífico bem (Mt 9.14, 15; Lc 5.33-35). A fim de pacificar os corações
atordoados dos Seus amados discípulos, Jesus os instruiu acerca do sublime
propósito da Sua ascensão: preparar as moradas celestiais para os Seus
escolhidos e enviar o Consolador, conforme citado nos textos bíblicos acima. A
obra principal de Jesus tem por foco a redenção eterna do Seu povo e não a
garantia de comodidades terrenas, como alguns equivocadamente pensam. Por
enquanto, é um grande mistério como Jesus está preparando as moradas
celestiais, todavia, confiamos em Sua fidelidade para cumprir as Suas promessas
(Jo 14.1-3). O Consolador seria enviado somente após a ascensão de Cristo para
ser o ajudador em tempo integral dos Seus discípulos. Jesus, segundo a Sua
bondade, assegura aos Seus discípulos a fiel companhia do Consolador, cujo
objetivo era assisti-los ao longo de toda a peregrinação (Jo 7.38, 39; Jo
14.16-18; 16.7-15). Ainda contamos com a presença do Consolador para nos
conduzir com segurança ao triunfo final da Igreja na terra.
Era
de suma importância que Jesus preparasse os Seus discípulos para a Sua morte,
ressurreição e ascensão para eles crerem n’Ele quando tudo fosse cumprido, bem
como para eles não serem surpreendidos ou desapontados. Jesus estava preparando
os Seus discípulos para os eventos que transformariam radicalmente o mundo para
sempre.
* Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“VIDA E OBRA DE JESUS”
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