Na lição anterior estudamos as razões pelas
quais Jesus confrontou a hipocrisia religiosa dos líderes judeus. Hoje, veremos
os propósitos dos milagres operados por Jesus durante o seu ministério. Nos
quatros Evangelho temos muitos registros de milagres operados por Cristo, o que
ressalta a importância dos mesmos para o ministério de d’Ele. Basicamente,
Jesus operou milagres tendo em vista três propósitos: Testemunhar acerca de sua
identidade e missão, manifestar a compaixão de Deus aos afligidos por motivos
diversos e deixar um modelo ministerial para os seus sucessores. É comum
diferentes denominações evangélicas darem ênfase excessiva a um desses
propósitos para os milagres em detrimentos dos demais propósitos, no entanto,
nossa proposta de estudo apresenta uma visão equilibrada e saudável para
desenvolvermos ministérios aprovados por Deus.
Segundo as profecias do Antigo Testamento, o
Messias prometido por Deus seria ungido com o poder do Espírito Santo a fim de
operar muitos milagres e maravilhas (Is 35.5,6; Is 53.4-6). Seu ministério foi
poderoso não somente por seus ensinamentos, mas também pelos seus sinais,
prodígios e maravilhas. Até mesmo os príncipes dos judeus, como Nicodemos e
Jairo, foram convencidos acerca da autenticidade de Jesus por causa dos seus
poderosos milagres (Jo 3.1-2; Jo 9. 29-33; Jo 11.43-45). A admiração e o
respeito por Jesus cresciam no meio do povo à medida que eles viam seus
poderosos milagres (Mc 2.9-12; Mt 8. 23-27). Com isso, a popularidade do seu
ministério era alavancada de forma tremenda, e grandes multidões vinham até Ele
trazendo seus enfermos para serem curados, de modo que Ele frequentemente se
retirava para lugares desertos para conseguir privacidade com o Pai ou escapar
do louvor dos homens (Lc 5.12-16; Jo 6.14, 15, 24-27).
Infelizmente, mesmo com todos milagres
maravilhosos operados por Cristo, muitos não creram n’Ele e O rejeitaram. Os
habitantes de Nazaré, por exemplo, duvidaram que Jesus fosse o Messias em
virtude da familiaridade com a humanidade d’Ele desenvolvida por eles ao longo
dos quase trinta anos de convívio (Mc 6.1-6). Houve também a rejeição por parte
dos escribas e fariseus, os quais duvidaram da autenticidade do ministério de
Jesus por Ele não seguir as tradições dos anciãos (Mt 15.1-2; Jo 11.46-50).
Contudo, não temos sombra de dúvida sobre a autenticidade de Jesus, pois
ninguém poderia fazer os milagres feitos por Ele sem o poder de Deus. Portanto,
cremos que Ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo, enviado ao mundo para salvar o
seu povo dos seus pecados (Mt 16.15-17).
Neste episódio com a ressurreição do filho da
viúva de Naim fica bastante claro a motivação de Jesus Cristo em operar
milagres. Quando Ele contemplou a dor daquela viúva pela perda do seu único
filho, sua reação imediata foi de compaixão. Certamente no coração do Mestre
pairou muitos pensamentos sobre a provável desolação que sofreria a alma
daquela mulher cujo esposo já havia falecido e agora perde seu único filho. Com
isso, nosso Mestre demonstrou sua profunda sensibilidade pelas aflições comuns na
vida humana neste mundo. E a sua ação compassiva de ressuscitar o rapaz e transformou
um cortejo fúnebre em uma grande festa. É difícil imaginar o sentimento daquela
viúva diante da repentina substituição da inefável dor do luto pela alegria
maravilhosa em ver seu único filho reviver. Não é por acaso o registro do seu
testemunho para a edificação da nossa fé (Mt 9.35, 36).
A geração que presenciou o ministério de
Jesus era terrivelmente assolada por muitas moléstias e deficiências físicas
congênitas, e, ao mesmo tempo, era totalmente desprovida de sofisticados
recursos médicos e farmacêuticos. Portanto, o sofrimento provocado pelas
enfermidades era praticamente inconsolável até a manifestação da compaixão do
Pai por meio de seu Filho Jesus Cristo. Paralíticos, coxos e cegos cujas vidas
eram prisioneiras da limitação física e da mendicância encontraram em Cristo
cura e libertação. Leprosos e oprimidos pelo diabo estigmados pela rejeição
social e religiosa encontraram em Cristo cura e restauração da dignidade (Mc
5.15-20). Cegos, mudos e surdos, cujas vidas eram privadas de perceber
completamente a criação divina a sua volta e de relacionarem-se livremente com
seus semelhantes, encontraram em Cristo a liberdade que tanto ansiavam. E os
mortos, que foram ressuscitados por Cristo, receberam mais uma chance de viver
para a glória de Deus.
Jesus, ao longo do seu ministério, empregou
sistematicamente esforços com o objetivo de treinar os apóstolos para serem os
seus sucessores na propagação do Evangelho do Reino. Ao lermos o livro de Atos
dos Apóstolos, percebemos o sucesso do treinamento aplicado por Cristo aos seus
sucessores, visto que, o Evangelho do Reino continuou sendo proclamado com
poderosas manifestações dos dons do Espírito Santo (At 5. 14-16; 6. 7; 8. 4-8).
Em Marcos 16.14-20, temos o detalhamento das
instruções de Jesus aos seus discípulos acerca da operação de sinais
miraculosos a fim de cooperar com o testemunho da veracidade do Evangelho do
Reino. Acreditamos que tais instruções não ficaram restritas a primeira geração
de cristãos da história, mas que são para nós hoje. Não faz qualquer sentido
encarar estas instruções sobre a operação de milagres como algo destinado
apenas a geração apostólica, pois o impacto causado pelos sinais miraculosos
naquela época é absolutamente necessário em nossos dias para testificarmos da
autenticidade da ressurreição de Cristo. Observamos tanto nos Evangelhos quanto
no livro de Atos, a repercussão dos milagres na produção de fé em corações
incrédulos (Jo 4.47-53; At 9.32-35, 39-42). Não podemos nos esquivar do fato de
que muitas pessoas, conforme os relatos bíblicos, creram no Evangelho do Reino
em função da operação de milagres. Atualmente, mesmo com todos os grandes
avanços da medicina e da farmacologia, muitas pessoas são terrivelmente
afligidas por enfermidades incuráveis, debilitantes e letais. Portanto, precisamos do mesmo
revestimento de poder concedido aos apóstolos para pregarmos o Evangelho do
Reino a nossa geração com demonstrações poderosas do Espírito Santo (Lc
24.45-49; 1Co 2.1-5; Hb 2. 4; 13.8; Jo 14.12; 2Co 5.17-21).
A confiança na imutabilidade de Cristo é
fundamental para desfrutarmos dos mesmos milagres operados por Ele em seu
ministério terreno. Ele continua se importando com as pessoas injustiçadas ou oprimidas
e, por isso, sua compaixão ainda se manifesta por meio de poderosos milagres.
Recebemos de Deus a Palavra e o ministério da reconciliação com o objetivo de
sermos fiéis e zelosos embaixadores de Cristo, portanto, precisamos seguir os
Seus passos e fazermos as mesmas obras que Ele faria caso estivesse encarnado
entre nós.
* Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2017
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“VIDA E OBRA DE JESUS”
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