quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A batalha para salvar nossas famílias.





Testemunhamos boquiabertos, neste ano, uma série de sucessivos ataques à família segundo o modelo bíblico e tradicional, composta de um homem, uma mulher e sua prole. Nas escolas, jovens e adolescentes são convidados e incentivados todos os dias pelos professores a descobrirem o “maravilhoso” mundo da imoralidade “pura” e “sem consequências”; muitas universidades se preocupam mais em cravar conceitos sociológicos e políticos em seus alunos do que as próprias especialidades de cada curso. Nossas crianças são levadas aos museus de arte para apreciarem diversas obras contendo todo o tipo de imagens e cenas de sexo, bem como exposições “artísticas” contendo pessoas literalmente nuas. O homossexualismo e a imoralidade sexual nunca foram tão explorados nas novelas e nas músicas. Os meninos são ensinados a serem meninas, e as meninas, a serem meninos. As mulheres são doutrinadas nas ideias de que casamento é coisa de mulher fraca, ser independente é o paraíso, e que são donas do seu próprio corpo; é “martelado” diariamente em nossas cabeças que os bandidos e marginais são os caras “legais”, ao passo que os pais de família trabalhadores e servos de Deus são os “caretas”.

Sabemos que por trás de todos estes ataques à família está o interesse de determinados grupos políticos, os quais têm um projeto bem definido de “imoralização da sociedade”. Entretanto, por trás dos interesses desses grupos, está a atuação do maior adversário do homem e da família – Satanás. Mas, enquanto a sociedade rapidamente se afasta dos valores tradicionais, a Igreja, como coluna e firmeza da verdade, é o último baluarte da família. Somente nós, servos de Jesus Cristo e filhos do Deus que criou a maravilhosa instituição familiar, temos condições de vencer essa terrível batalha com as armas e estratégias que o próprio Deus nos preparou.

Embora nossos representantes “evangélicos” tenham esbravejado no Congresso e no Senado o ano todo, e as igrejas tenham saído às ruas para protestar contra o governo, sabemos que a nossa verdadeira luta não é travada no âmbito social e político, mas sim na esfera espiritual. Escrevendo aos efésios, logo após tratar dos relacionamentos familiares segundo a vontade e o padrão divinos, particularmente entre marido e esposa (Ef 5.31-33), e entre pais e filhos (Ef 6.1-4), Paulo explica que a nossa luta não é contra a “carne e o sangue” (Ef 6.12), mas contra os “principados”, “potestades”, “príncipes das trevas” deste mundo e “hostes espirituais da maldade”. E que devemos estar preparados e fortalecidos em espírito para vencer essa batalha “nos lugares celestiais” (Ef 6.10-11, 13).

No que respeita ao nosso tema, a orientação de Paulo vale não apenas para nossa vida cristã individual, mas também para os relacionamentos familiares em que estejamos envolvidos – os pais não devem cuidar apenas de suas próprias almas, mas também respondem pelos seus filhos. Lembremos de casos narrados pelas Escrituras, como os de Acã e Eli, em que a ruína de famílias inteiras se deveu à rebeldia ou negligência dos pais.

Mas não é com “PEC’s” (Projetos de Emenda Constitucional), leis e processos judiciais que vamos vencer o inimigo e salvar nossas famílias, mas sim com vidas cristãs reais, fortalecidas pela oração fervorosa e bem estruturadas pela pregação bíblica! (Ef 6.18-20). Enquanto militarmos com armas carnais, ou formos tímidos e fracos no uso das armas espirituais que Deus nos confiou, o verdadeiro adversário não será vencido e poucos danos causaremos às trevas (2 Co 10.3-5; 2 Tm 1.7). Uma família só está realmente segura e protegida contra os ataques de fora quando formada por cristãos verdadeiros; pais e filhos, todos regenerados pela Palavra de Deus.

Nossa geração de cristãos nos últimos anos abandonou quase que totalmente o culto em família no lar; nossas escolas dominicais e cultos de doutrina estão em declínio, onde poucas ovelhas são frequentadoras assíduas. Deixamos nossos filhos nas mãos de heróis fictícios e enchemos suas mãos de celulares e tablets com internet sem nenhuma restrição. Agora, começamos a colher os frutos de nosso descontrole, e os resultados podem ser vistos no número de filhos desviados, crianças rebeldes, adolescentes e jovens que, quando vão à igreja, frequentam só de corpo presente, tendo o coração longe de Deus e não apresentando nenhum vigor espiritual. Nossos jovens são fracos nas Escrituras, e a cada dia são engolidos pelo mundo, não tendo capacidade alguma para testemunhar de Cristo nas escolas. Na verdade, eles têm vergonha de se posicionar como cristãos no colégio, na rua, em casa e diante de seus amigos.

Não existe cura instantânea e nem remédio milagroso para esse diagnóstico. Pelo contrário, o tratamento exige muito tempo e grande esforço. No passado, Neemias se viu em uma situação parecida, de ameaças e perigos iminentes para o povo de Deus. Valorizando a colaboração das famílias, ele elaborou uma estratégia cujos pontos principais ainda hoje nos dão grande luz sobre como podemos tanto reerguer e salvar nossas famílias da ruína total como defendê-las e conservá-las debaixo do favor e proteção de Deus.

A primeira coisa que Neemias fez foi orar a Deus. Precisamos urgentemente de um retorno à oração (Lc 11.1; 22.46)! Oração diária e por longas horas (Sl 55.17; Dn 6.10; Mt 14.23; Lc 22.40-41). Oração em particular, em família, em igreja. Precisamos orar, orar, e orar. Orar muito (Lc 18.1; Rm 12.12)! Oração e jejum, para confissão dos pecados cometidos (Ne 1.5-11); pois precisamos de força diante do imenso desafio que temos à frente (v. 10), além dos muitos inimigos e perigos que espreitam para anular nossos esforços (vv. 11, 12).

Além da oração, faz-se necessário voltar à leitura e estudo da Bíblia. Precisamos lê-la por longas horas. As Escrituras Sagradas não podem ser consideradas somente como um livro de leis e regras, para ficarem em cima da estante ou fechadas sobre a mesa. Precisamos considerá-la novamente como o Pão da Vida para nossas almas (Jo 6.68), e como a força motriz de nossas vidas (Jo 6.63). É necessário consumirmos diariamente a Palavra de Deus como verdadeiro alimento (1 Pe 2.2-3), e indagar zelosamente pela vontade de Deus ali revelada para nossas vidas. Além da leitura e estudo particular, é imprescindível a frequência assídua às reuniões onde a Palavra tenha prioridade e primazia de tempo para ser ensinada e exposta e todo o conselho de Deus seja fielmente anunciado, como nos cultos de doutrina e nas escolas bíblicas.

A segunda estratégia de Neemias foi despertar o povo para ficar atento aos perigos principalmente nos lugares vulneráveis do muro, ou onde havia aberturas – as brechas. Deste modo os inimigos não poderiam entrar enquanto eles ainda não tapassem estes locais, e Neemias lhes deu uma Palavra de fé dizendo: “Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível”.

Jesus nos ensinou que devemos orar e também vigiar (Mc 14.38). Muitas famílias são destruídas por um momento de deslize quando o marido ou a mulher não vigiam e também não preservam os filhos, descuidando de detalhes sobre os quais o inimigo, de forma sagaz, tenta influenciar para roubar, matar e destruir o lar. Se você quer defender sua família, precisa aprender a ser mais vigilante para cuidar mais de sua casa. Esta vigilância não é uma perseguição a seus familiares de forma a dominar tudo que acontece em suas vidas. Estamos falando de vigilância espiritual. Esteja mais atento às armadilhas do inimigo ou do mundo, e coloque tudo em oração combatendo espiritualmente por eles (Ef 6.12).

A estratégia de Neemias também incluía uma divisão de tarefas entre as famílias, de modo que metade das pessoas ficavam na defesa cuidando da proteção, enquanto os demais trabalhavam na reconstrução dos muros. Assim todos trabalhavam unidos, em dependência uns dos outros. Os filhos precisam ser ensinados pelos pais sobre como são importantes, amados e preciosos para estes, para que assim possam valorizar e também cooperar com o bem estar da família, através das suas próprias orações e das tarefas que lhes são confiadas.


Diante de tudo o que abordamos nesta aula, concluímos dizendo que precisamos de uma mudança radical em nosso comportamento e vida cristã; voltar urgentemente às antigas e eficazes práticas da oração, do jejum, leitura da Bíblia, cultos no lar e na igreja (Ef 5.14-21). A família foi criada por Deus, que é o principal defensor do lar. Por isso podemos confiar que nas mãos do Senhor estamos seguros (Isaías 43.13). A nossa tarefa é orar, confiar, trabalhar, aconselhar, fazer projetos, buscar o perdão de Deus e esperar que tudo dará certo com a bênção divina. Não deixe sua casa desprotegida! Amém.






* Texto cedido por: EBD – 4º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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