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quinta-feira, 9 de maio de 2024
Deus é um
Através da convivência ou do modo de se relacionar com o Altíssimo é
quem vem às respostas para a pergunta: “Quem é Deus?”. Além dos sentidos que cada um pessoalmente exprime e atribui a Ele em seu trato próprio o Eterno, há ainda, vários outros encontrados na Palavra de Deus e uma das peculiaridades principais defendidas por estas linhas é a sua unicidade com o Filho Jesus e o Espírito Santo.
Ao iniciar estas primeiras linhas, por cuidado e conveniência, faz-se
necessária uma breve elucidação de um dos temas mais discutidos e cujos
teólogos são interpelados cotidianamente que é saber quem é Deus na Bíblia
pois concorda-se com a tese de Gehman (1957, p.12) na qual ele diz que a
Bíblia tem autoridade pois espelha a revelação do Altíssimo, isto é, Ele se
revela aos homens através dela, e, é, a única pela qual os dogmas devem ser
julgados, “a verdade infalível” para os cristãos.
Para Boff (2004, p.2) experimentar o transcendental é “sentir Deus com
a totalidade de nosso ser”, não sendo pensar nEle, nem falar dEle para os
outros, destacando a oportunidade/dever de toda a criatura usufruir do direito
de relacionamento com o Altíssimo pois “ele arde em nossos corações e em
nossa vida”, isto é, provar a Deus (DE FREITAS DA SILVA, CLAUDINEI
APARECIDO, 2017), e, uma das formas é através da Palavra e ela destaca o
ser superior como “Único” (Dt 6.4; 1 Co 8.6), o Todo-Poderoso (Gn 17.1; Ex
6.3), o Criador do céu e da terra (Gn 1.1), que se autodenomina “Eu Sou o Que
Sou” (Gn 20.14).
Alguns não se equivocam quando ao tentar entender o caráter eterno do
Senhor e que a morte física do homem-Jesus, não altera a sua divindade, pois
ressuscitou e vive para sempre? (CAVES,1996, p.96) e Mota (2012, p.897)
destaca que o pensamento ocidental sempre acreditou em Deus como o ser
original, uma definição que precisa ser alcançada pela inteligência humana, e,contrapõe a essa “imposição” de forma a negar e assim tentar compreender a
questão maior que é: “como advém Deus para nós?” (MOTA, 2012, p.914).
Há muitos estudiosos que não conseguem conceber a ideia de um Deus
amoroso, como a sua imagem construída no mundo, principalmente ocidental,
que classifica Deus como sujeito, sábio, único, a razão de toda a ciência,
eterno (TASSINARI 2015, p.331), mas também precisam ser respeitados em
suas visões particulares.
Por exemplo, o ceticismo aflora em Hilda Hilst, como destaca Coelho
(2005) que, ao tentar entender Deus, indo contra os atributos divinos da
onisciência, onipotência, etc. Para ela o Criador, que é explanado de forma
poética, configura-se em contrariedade ao entendimento cristão, como um ser
que “descansa”, não acompanha o desenrolar dos fatos históricos.
Contudo, Jeremias assim se expressou: “o Senhor Deus é a verdade”, “o
Deus Vivo”, “o Rei eterno” e “o Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr
10.10;16). À Moisés, Ele disse: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque e o Deus de Jacó” (Ex 3.6). Os serafins louvaram a Deus por
sua perfeita santidade proclamando: “Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos”
(Is 6.3).
Outra forma de percepção de Deus é quanto à nossa consciência? A lei
dEle está escrita nos corações humanos como proclama o autor do livro aos
Romanos e aos Hebreus (Rm 2.15; Hb 10.16) e em outra partes bíblicas com
assuntos correlacionados (Jr 31.33), por isso Artaud (1983) questiona como
acabar com a cobrança de nossa consciência quanto a um julgamento divino
por nossas ações?
No livro “Deus existe” de Flew (2008) há o relato de um filósofo ateu
contando as suas experiências particulares com Deus, destaca-se que ele era
um homem, segundo ele próprio dizia, que não acreditava em nada. O povo de
Israel aprendeu a “duras penas” (exílios) que não se pode colocar outros
deuses para adoração, mas os teólogos criam deuses imaginários?
Porém, o homem tendo conhecido a grandeza de Deus, não o
glorificaram como Deus e mudaram a glória do Deus incorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e
de répteis (Rm 1.21,23), criando “outros deuses ou ídolos” que “são prata e
ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas
não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram. Têm
mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua
garganta” (Sl 115.4-7). Jeremias afirmou que esses deuses são vaidade, obras
de enganos, uma mentira e não há espírito neles (Jr 10.14-15) e o apóstolo
Paulo aos Romanos diz que a “as coisas criadas” testifica de Deus (Rm 1.20).
Por fim, acata-se a sugestão de Pfandl (2005) diz que ao se deparar
com uma dificuldade de compreensão bíblica de qualquer assunto, faz-se
necessário dispor de uma análise mais harmoniosa possível com todo o
conteúdo da Palavra.
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