sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Estratégias divinas

Diante de um grande desafio, a primeira coisa que Neemias fez foi orar a Deus. A segunda estratégia de Neemias foi despertar o povo para ficar atento aos perigos principalmente nos lugares vulneráveis do muro, ou onde havia aberturas – as brechas. Deste modo os inimigos não poderiam entrar enquanto eles ainda não tapassem estes locais, e Neemias lhes deu uma Palavra de fé dizendo: “Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível”. A estratégia de Neemias também incluía uma divisão de tarefas entre as famílias, de modo que metade das pessoas ficavam na defesa cuidando da proteção, enquanto os demais trabalhavam na reconstrução dos muros. Assim todos trabalhavam unidos, em dependência uns dos outros. De igual modo, Davi frequentemente perguntava a Deus como lutar e obter vitória. Ele consultava o Senhor sobre batalhas contra os filisteus, recebendo instruções específicas sobre quando e como atacar, mostrando sua dependência de Deus para a guerra (2 Sm 5.19-25; 1 Sm 23.2). Esses textos mostram Davi buscando estratégia divina antes de agir em combate, confiando que Deus o guiaria para a vitória. Para Josué, Ele orientou andar em silêncio ao redor da cidade por 6 dias e, no sétimo, dar a volta 7 vezes com buzinas e gritar, fazendo o muro cair – mostrando que a obediência a um comando estranho leva à vitória (Js 6). Mandou Josafá colocar cantores na frente do exército para louvar, e Deus colocou emboscadas contra os inimigos, transformando a adoração em estratégia de guerra (2 Cr 20). Essas estratégias mostram que o poder de Deus se manifesta quando o homem coopera com Ele, obedecendo e confiando plenamente em Seus planos, que são maiores que os nossos pensamentos.

Sucessões na Bíblia

Logo após Elias ser arrebatado ao céu num redemoinho, Eliseu se encontra diante de uma dificuldade - o Jordão. Já tinha passado por ali com Elias e repetiu o mesmo procedimento de seu antecessor, ferindo as águas com sua capa e fez este questionamento a Deus - onde está o Senhor Deus de Elias? Ele precisava continuar o trabalho de Elias, para o qual o próprio Deus o tinha designado e já estava diante de uma adversidade. É certo que "Elias" não estará para sempre conosco e precisamos chamar o Deus de Elias de "Nosso Deus". Na Bíblia, "sucessões" envolve uma continuidade de fé, valores e destino entre gerações, desde os patriarcas até os crentes em Cristo, com um foco em legado e recompensas eternas. A escolha de Matias para substituir Judas Iscariotes, mantendo o número dos Doze Apóstolos, exemplifica a necessidade de continuidade. Os crentes se tornam co-herdeiros com Cristo, recebendo bênçãos espirituais, a Palavra de Deus e a esperança do Reino de Deus. Segundo a Bíblia, o homem bom deixa uma herança para os filhos dos seus filhos, não só material, mas de valores, virtudes e ética de trabalho, com impacto eterno. A sucessão de Davi foi marcada pela escolha divina de seu filho Salomão (com Bate-Seba) para herdar o trono, apesar de outros pretendentes como Adonias. Salomão foi ungido rei em Giom e se tornou famoso por sua sabedoria e pela construção do Templo, fortalecendo o reino, mas a linhagem davídica se dividiu após sua morte, com o reino se separando em Norte (Israel) e Sul (Judá). Outro versículo que fala sobre um "jovem sucessor" que fica no lugar do rei é encontrado no livro dom Eclesiastes: "Vi todos os viventes que andam debaixo do sol com o jovem sucessor, que ficará em lugar do rei" (Ec 4.15). Nessa passagem, parte de uma reflexão sobre a vaidade e as realidades da vida, mostra que a ideia de um sucessor que está "no lugar de" alguém é um conceito presente nas Escrituras. Portanto, embora a formulação exata da frase que você mencionou não exista, o conceito de sucessão e de proximidade com um líder (como no caso de Josué e Moisés) é bíblico.

Amando o prêmio da injustiça

Os midianitas e moabitas se reuniram para discutirem a sobre o perigo da aproximação do povo de Israel de suas possessões. Balaque rei dos moabitas, Balaque mandou chamar Balaão da Mesopotâmia, na origem dos povos – profeta do Deus Altíssimo, mas que não morava com Israel. O versículo 7 do capítulo 22 do livro de Números relata a ida dos anciãos midianitas e moabitas, com o preço dos encantamentos nas mãos, dizendo as palavras de Balaque para Balaão e ficam ali uma noite. A Palavra de Deus para Balaão foi: ”Não irás com eles, nem amaldiçoarás o povo, pois é bendito.” Mas o rei insiste e envia a ele mais príncipes e mais honrados para tentar persuadi-lo e ele diz: “Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de ouro eu não poderia traspassar o mandado do Senhor...” Contudo, pediu a eles para ficarem mais uma noite. Deus fala com ele novamente e diz: “Vai com eles...”, mas o Texto Sagrado descreve que a ira divina acendeu-se, porque ele se ia; e o anjo do Senhor pôs-se lhe no caminho por adversário. Segundo o apóstolo Pedro, ele deixou o caminho direito e amou o prêmio da injustiça. Enfim, o apóstolo Judas coloca o profeta Balaão como alguém que engana outros por dinheiro e perecem em sua rebelião, como Corá. Quando esses indivíduos, sem o menor constrangimento, participam de suas refeições de celebração ao amor do Senhor, são como perigosos recifes que podem fazê-los naufragar (Jd 1.11-12).

A fé vem pelo ouvir

O povo de Israel aprendeu a “duras penas” (exílios) que não se pode colocar outros deuses para adoração, que Deus não aceita intermediários entre Ele e o povo. Porém, o homem tendo conhecido a grandeza de Deus, não o glorificaram como Deus e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis, criando “outros deuses ou ídolos” que “são prata e ouro, obra das mãos dos homens (Rm 1.21,23). Segundo o salmista: "Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; nariz têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta” (Sl 115.4-7). Jeremias afirmou que esses deuses são vaidade, obras de enganos, uma mentira e não há espírito neles (Jr 10.14-15) e o apóstolo Paulo aos Romanos diz que a “as coisas criadas” testifica de Deus (Rm 1.20).

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

A pregação genuína da Palavra de Deus

Nas duas epístolas ao jovem pastor Timóteo, ditas pastorais - um de seus últimos escritos, segundo estudiosos, o apóstolo Paulo enfatiza sempre a importância da pregação bíblica genuína. A pregação genuína da Palavra de Deus é aquela que foca no Evangelho puro, centrado em Jesus Cristo, chamando ao arrependimento, denunciando o pecado com coragem e preparando corações, sem se curvar à sabedoria humana ou conveniências, mas firmando os crentes na verdade bíblica e no poder de Deus para transformar vidas, revelando o caráter de um Deus de amor, salvação e propósito. Não é invenção humana, mas uma mensagem divina centrada na cruz, no poder de Deus e na salvação em Jesus. Exorta à mudança de mente e vida, afastando-se do pecado para se voltar a Deus, como João Batista. A Palavra de Deus é límpida, sem ambiguidades, e busca revelar a verdade sem manipulações (Sl 12.6). Produz conversão, conformação à imagem de Cristo e uma nova vida, não apenas moral, mas de pertencimento (Hb 4.12; Ef 2.1;Tt 3.5). Denuncia o pecado com ousadia, sem temer a oposição ou a rejeição, pois vem do Senhor (1 Jo 3.4,8; Is 1; Pv 28.13; Ef 5.11; 1Tm 5.20; Gl 6.1). Fundamentada nas Escrituras, refletindo o caráter santo de Deus, sendo verdadeiramente bíblica e não apenas retórica (Sl 12.6; 1Pd 1.15-16; Hb 1.3; 2 Co 3.18). Alinha os tempos e caminhos para cumprir o propósito de Deus, revelando-o aos que creem (Sl 25.14, 119.105; Is 46.10). Leva à salvação e a uma vida de santidade (Jo 5.24; Ef 2.8-9; At 2.37-38). Fortalece a fé no Senhor, levando a confiar Nele em todas as circunstâncias (Sl 46.1; Rm 8.28, 10.17; Is 40.29-31). Une as pessoas para glorificarem a Deus com uma só voz e mente (Rm 15.5-6). Em essência, é a pregação que faz o que Jesus e os apóstolos fizeram: anunciar o Reino de Deus com poder, chamando as pessoas à fé e à transformação, através da mensagem da cruz, que é o poder de Deus para a salvação.