sexta-feira, 30 de março de 2018

A importância da escatologia bíblica.








Escatologia é um termo grego que significa “tratado das últimas coisas”. É o estudo acerca de coisas e acontecimentos finais. A preocupação principal da escatologia bíblica é interpretar os textos das Escrituras Sagradas que tratam do que Deus determinou quanto ao fim dos tempos. A revelação do futuro lança luz sobre a caminhada do povo de Deus em direção à eternidade, assim como fortalece a esperança e paciência dos fiéis, na certeza de que estas coisas logo se cumprirão.

A escatologia bíblica tem sua origem na REVELAÇÃO DIVINA. A Bíblia é a revelação dos desígnios e da vontade de Deus para o Seu povo. Do começo ao fim, os objetivos e significados dessa revelação são de ordem claramente escatológica. Inicialmente, Deus escolheu a semente de Abraão, ou seja, o povo de Israel, para que recebessem e guardassem tanto as Suas leis como as promessas acerca de Cristo, o Salvador (Rm 3.1-2; 9.3-5). Ou seja, todo o Antigo Testamento tratava de uma esperança escatológica que se cumpriu com a vinda do Filho de Deus ao mundo (cf. At 3.19-26). A partir de então, judeus e gentios são reunidos, pelo evangelho, em um só povo, e a Igreja torna-se portadora da revelação divina (Ef 3.5-6; Ap 1.3). E, uma vez mais, essa revelação, feita na pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo, aponta para uma esperança futura: o grande e glorioso dia do Seu retorno, na consumação dos séculos, para julgar os vivos e os mortos, e para a nossa redenção final (Mt 24.29-31; Ap 22.12-13; Hb 9.26-27). Assim, a mensagem das Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, é essencialmente escatológica.

A escatologia bíblica lida com a PROFECIA. O mundo se perde em diversas teorias sobre o progresso ou os ciclos da história, ora apostando em dias melhores que ainda virão, ora prognosticando tempos sombrios e incertos para a humanidade. Contudo, desde o princípio, Deus vem desvendando o futuro aos Seus servos através da profecia (Is 44.6-8; Am 3.6-7). No passado, os profetas fomentaram a expectativa de Israel quanto à manifestação do Redentor e da abundante graça que foi dada a nós pelo evangelho (1 Pe 1.10-12). Por isso o tempo em que vivemos é caracterizado, à luz da profecia, como “últimos dias” (Hb 1.1), ou “plenitude dos tempos” (Gl 4.4). Contudo, vemos também que nem todas as coisas ainda estão cumpridas (cf. 1 Co 15.23-28). Por isso Deus ainda fala pela profecia, para que estejamos atentos à proximidade de um fim derradeiro, quando se dará o desfecho de todo o Seu grandioso propósito de salvação (2 Pe 1.19-21).

Uma vez que trata da profecia bíblica, isto é, da revelação dos desígnios de Deus, a escatologia é um tema que não pode ser desprezado (1 Ts 5.20; cf. 2 Pe 3.3-4). É verdade que os dois últimos séculos caracterizaram-se por um crescimento espantoso do interesse pelo estudo da escatologia. Mas aqui também é preciso ter cuidado com a mera curiosidade intelectual e com vãs especulações (Dt 29.29).

Ter a CERTEZA do que acontecerá. Este é um privilégio do povo de Deus – saber de antemão e com toda a certeza o que há de acontecer (Ap 22.6-7). Conhecendo o que Deus revela sobre o futuro, o fiel não será enganado por falsos alardes, nem será confundido quando todas estas coisas sobrevierem ao mundo (Mt 24.23-25, 33; 1 Ts 5.1-5). 2. Encher-se de ESPERANÇA. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19). Como esperaremos em Cristo para a outra vida, se ignorarmos o plano de Deus para o final dos tempos? A expectativa dos acontecimentos que colocarão um fim neste cenário e descortinarão a eternidade é feliz e gloriosa para o cristão (Tt 2.13; Hb 3.6c). E, ante a compreensão destas coisas, seremos levados a exclamar com João: “Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).

Encontrar CONSOLAÇÃO na aflição. Grande é a consolação e tranquilidade que o cristão pode obter do conhecimento dos bons e justos desígnios de Deus. Ele pode contemplar as adversidades por que passa crendo que Deus determinou para elas um resultado bom e feliz (Rm 8.28-30; cf. Jo 14.1-2). Também sabe que aqu’Ele que é Fiel e Justo não permitirá que a iniquidade e o mal triunfem, mas no devido tempo fará que a Sua justiça e verdade resplandeçam (2 Ts 1.4- 10). Ele jamais esquece os Seus, nem nesta vida, nem na morte (1 Ts 4.13, 14; Ap 14.13).  

Despertar para a VIGILÂNCIA. Como parte do nosso andar com Deus em santificação, somos exortados a vigiar contra a carne e suas paixões (Mt 26.41). A consciência de que haveremos de nos apresentar perante o Juiz de toda a terra em um tempo muito próximo, mas que ignoramos exatamente quando, é um forte apelo à vigilância e santificação (1 Jo 3.3; Rm 13.11-14; Ef 5.15-17).

Ao longo da história da Igreja, foram adotados vários métodos de interpretação da profecia bíblica. Muitas das explicações oferecidas obrigam os cristãos a serem cautelosos. Na tentativa de defender ou justificar modelos escatológicos inteiros, textos das Escrituras têm sido torcidos contra o seu sentido mais óbvio. Para evitar que caiamos nesses extremos, chamamos a atenção para alguns princípios básicos na interpretação escatológica.

Os sentidos LITERAL e FIGURADO. Geralmente, a profecia deve ser entendida no sentido gramatical e histórico do texto, procurando-se interpretar as palavras conforme seu significado ordinário. Vemos a aplicação deste método em relação a grande parte das profecias do Antigo Testamento (confira nos evangelhos). Mas nem sempre a profecia tem apenas um sentido literal. E, às vezes, não tem nenhum sentido literal, mas apenas figurado (confira em Apocalipse, e nas visões de Daniel 2 e 7). De qualquer forma, é sempre a Escritura que deverá determinar se a profecia em análise deve ser entendida literalmente, ou não. Às vezes, a interpretação poderá ser dada no próprio texto (por exemplo, Dn 7.17; Ap 1.20). Mas tenhamos sempre cuidado com interpretações baseadas em mera especulação, ou no que pareça ser razoável ao próprio intérprete.

O uso da HISTÓRIA. A profecia interpreta a história, e não o contrário. Ela mostra que Deus está no comando de todas as coisas, conduzindo os eventos em vista da plena realização dos Seus propósitos. Nossa interpretação não pode ser sugerida pelas manchetes de jornais. Por outro lado, até os acontecimentos mais cotidianos são iluminados e abarcados pela profecia.

A PROFUNDIDADE da profecia. Como em muitos outros campos do conhecimento divino, nem tudo o que diz respeito aos tempos do fim foi revelado (Ap 10.4; Mt 24.36). E é certo que nem sempre o que foi revelado está claro, ou pode ser totalmente compreendido. Contudo, o próprio Deus prometeu dar maior entendimento sobre estas coisas em nosso tempo (Dn 12.4, 10; Ap 22.10). Desse modo, é certo que haverá maior luz para aqueles que O buscarem e examinarem diligentemente a Sua Palavra, a exemplo de Daniel, que “se aplicou a compreender e a se humilhar perante Deus” (Dn 10.12). E, como disse o próprio Senhor Jesus: “Quem lê, entenda” (Mt 24.15; Ap 2.29).

Precisamos renovar nosso entendimento da fé cristã pela melhor compreensão da profecia bíblica. Deus quer que saibamos que Ele traçou um desígnio, um plano, que tem começo, meio e fim. E também que nós estamos incluídos nesse Seu propósito grandioso. É verdade que somos pequenos e incapazes de compreender todos os intricados meandros dessa história universal escrita e realizada por Deus. Mas, o que podemos saber nos basta para que nos alegremos por servir um Deus tão sábio, bom e poderoso, e que nossas vidas, tanto no presente como no porvir, redundarão juntamente com todas as coisas para a Sua eterna glória e louvor.




 Texto cedido por: EBD –  2º. Trimestre de 2018




ESCATOLOGIA 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

quarta-feira, 28 de março de 2018

Baraque e Débora livram a Israel.







Um mensageiro de Deus lembra que o povo de Israel não estava atento ao mandato divino e se misturou com o povo da terra de Canaã, não destruíram os altares dos deuses das nações que também deveriam ser expelidos.

Assim, os vizinhos serviriam de tropeços e laços para eles em toda a história dos juízes e após a morte de Josué, toda a geração foi renovada e os novos surgem sem conhecimento do Altíssimo e adorando às imagens de escultura, Baal e Astarote.

Com a morte do juiz Otoniel, o povo novamente se desvia e Débora pergunta se Deus não ia livrar ao povo israelita da escravidão e Baraque, entretanto, coloca uma condição da juíza ir com ele.

O Senhor deu vitória a Israel e Débora teve uma participação essencial como porta voz de Deus naquele momento.



* Esse texto é apenas um pequeno recorte de uma mensagem mais ampla sobre a atuação de Débora no tempo dos juízes. Segue abaixo o link para acesso ao vídeo que contém o estudo completo sobre o tema.








quinta-feira, 22 de março de 2018

Orientações à prática da vida cristã.






Nesta última lição, veremos que a vida cristã tem características importantes que precisam ser evidenciadas em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às relações interpessoais. O cristão deve atentar para a prática do amor fraternal, para a hospitalidade, o cuidado com os encarcerados, a honra ao matrimônio e a fuga de toda imoralidade; além de sermos submissos e obedientes às orientações de nossos pastores. Ainda precisamos ter cuidado com a avareza. Firmados na obra de Cristo Jesus, conseguiremos evidenciar essas atitudes e práticas em nossa vida enquanto estamos a caminhar neste mundo tenebroso.

Logo de início, os leitores são conclamados a não negligenciarem o amor fraternal: “Permaneça o amor fraternal” (Rm 12.10; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22). Essa virtude é tão importante que representa a marca, ou distintivo, do verdadeiro discípulo (Jo 13.34, 35). Sem o amor fraternal, de nada servem os dons ou a realização de boas obras (1 Co 13.1-8). Em seguida, o autor exorta: “Não vos esqueçais da hospitalidade” (Rm 12.13; 1 Pe 4.9). No Oriente Médio, a hospitalidade é um meio de amizade, e convidar uma pessoa para uma refeição é oferecer-lhe comunhão. É um requisito aos aspirantes ao episcopado (1 Tm 3.2; Tt 1.8), e uma das características para inscrição de viúvas para serem assistidas pela igreja (1 Tm 5.10). A atitude de hospitalidade é motivo de espanto, senão de desprezo, para os observadores não cristãos. É ainda acrescido: “Porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”. O escritor alerta sobre o cuidado com aqueles que estão em circunstâncias menos felizes – os presos e os maltratados. Estes, geralmente, estão fora da vista e são fáceis de serem esquecidos; por isso, a exortação: “Lembrai-vos dos presos” (Mt 25.36). Não só deveriam lembrar, mas também se identificar com eles – o cristão deve nutrir profunda compreensão e simpatia pelos aflitos (Rm 12.15).

O escritor julga de suma importância falar sobre o matrimônio (Gn 2.20-24). Sabe-se que, nos círculos pagãos, a frouxidão moral e a imoralidade eram generalizadas, e até mesmo entre os judeus já havia certo relaxamento quanto ao casamento (Mc 10.2-9). Em todos os tempos, essa exortação é de suma importância devido à sua desvalorização e intenso questionamento neste mundo permissivo (1 Tm 4.1-4). O casamento deve ser honrado: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula”; denota-se o elevado grau de respeito e consideração que todos devem ter para com o matrimônio. Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada, dissoluta e descompromissada.

 A vida cristã exige compromisso sério não apenas com Deus e a igreja, mas também com a sociedade e a família – e esta última começa com o nosso cônjuge. O mundo contemporâneo tenta implantar outros padrões para o matrimônio, porém, macular o leito conjugal é contrariar os princípios divinos; e quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos – a prostituição, o adultério – são duramente condenados por Deus; e quem pratica tais coisas receberá d’Ele o justo juízo. Deus quer que Seus filhos tenham vida sexual sem mancha, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o templo do Seu Espírito (1 Co 6.18-20; Gl 5.19).

Outro perigo que ameaçava esta comunidade cristã era o materialismo, aqui evidenciado pela avareza. Cuidado! O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Não é o próprio dinheiro que deve ser evitado, mas o amor a ele, e essa atitude se desenvolve quando o dinheiro se torna uma finalidade em si mesma. A exortação é acrescida: “contentando-vos com o que tendes” (1 Tm 6.7-8; Fp 4.11-13). Devemos nos lembrar das promessas de Deus: “Não te deixarei, nem te desampararei”. E, com plena confiança, ousarmos dizer: “O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem”. A necessidade de ter sempre mais é resultado do medo, medo de passar privações. A cobiça é, pois, na realidade, desconfiança de Deus e da Sua providência.

A expressão de nossa fé é evidenciada também através da submissão e obediência aos nossos pastores. Somos aconselhados a lembrar daqueles que nos falaram “a palavra de Deus” e a imitar sua fé e 24 modo de vida (v. 7). Eles servem de exemplos de integridade, piedade, amor a Deus, e impulsionam outros homens a terem fé. Daí a grande responsabilidade do verdadeiro pastor. Porém, nada valerá a lembrança e a atenção dadas aos pastores se não forem acompanhadas pela obediência aos mesmos (v. 17). A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve se basear numa superior lealdade a Deus. A maior alegria de um pastor é ver que aqueles que ele conduz estão firmados no caminho cristão. Como escreveu João: “Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que meus filhos andam na verdade (3 Jo 4).

Em seguida, o escritor declara: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (v. 8; Sl 90.2; Ml 3.6; Tg 1.17; Ap 1.8). Isto mostra o caráter eterno e imutável do Sumo Sacerdote da Nova Aliança, e que o verdadeiro pastor prega somente a Cristo, e, desta maneira, leva os homens ao verdadeiro Cristo; não chama a atenção sobre si mesmo, e sim sobre o Cristo que morreu pelos nossos pecados, foi seputado, ressuscitou ao terceiro dia e está à destra de Deus. Por isso, os destinatários deveriam estar alerta: “Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas” (v. 9). A suficiência para a salvação dos homens está única e exclusivamente em Jesus Cristo, e é pela graça que somos salvos, por meio da fé, e isso não vem dos méritos humanos, mas da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Pedro afirmou: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18, 19). O escritor ainda esclarece que Jesus sofreu do lado de fora da porta, para, com Seu sangue, santificar o povo; e, tendo Cristo como exemplo, os cristãos deveriam suportar a mesma humilhação que seu Mestre.

A última seção da carta aos Hebreus encerra com uma oração que traz uma imagem perfeita de Deus e de Jesus. Deus é o “Deus de paz” (v. 20a). Só Deus pode colocar o homem numa devida relação conSigo mesmo, com o próximo e com a eternidade: só o Deus de paz pode nos dar a paz conosco mesmos, com os demais e com Ele. Deus também é o Deus da vida, pois foi Ele quem “tornou a trazer dos mortos o nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 20b). O amor e o poder de Deus é a única coisa que pode dar ao homem paz na vida e triunfo na morte. Jesus morreu para obedecer à vontade divina e a mesma vontade de Deus o ressuscitou da morte. Deus ainda é o Deus que nos mostra a Sua vontade e nos capacita a realizá-la (v. 21); Deus jamais nos atribui uma tarefa sem nos dar o poder de realizá-la. Jamais nos pede que levemos a cabo uma tarefa só com nossos recursos; se fosse assim, bem poderíamos nos intimidar com as enormes exigências da vida cristã. Quando nos manda, Ele o faz nos armando e equipando com tudo o que for necessário. Jesus é o grande Pastor do Seu rebanho. Um pastor é alguém que está disposto a dar sua vida por suas ovelhas; que suporta a simplicidade das ovelhas e jamais deixa de amá-las. Isto é o que Jesus faz por nós.

Jesus é o Príncipe da nossa salvação, aquele que fundou a “Aliança Eterna” e tornou possível a relação entre Deus e o homem. É Jesus quem nos mostrou como é Deus, e quem nos abriu a porta. Ele apartou o terror e manifestou o amor de Deus. Jesus é aquele que morreu. Nossa nova relação com Deus custou o sangue de Jesus. Ele morreu para nos conduzir a Deus e à vida. Após breve saudação, as últimas palavras do escritor são: “A graça seja com todos vós. Amém”!

Chegamos ao fim de uma jornada de estudo na carta aos Hebreus; lembrando que o escritor deste livro pediu aos destinatários que suportassem a palavra desta exortação, ainda que tudo que ele tivesse escrito fosse de maneira abreviada. A ênfase desta carta foi: a glória e excelência de Cristo Jesus. Agora, os cristãos têm assegurado uma grandiosa Salvação. A garantia desta salvação está em Cristo, o Sumo Sacerdote Eterno, que deu acesso dos homens a Deus; e este sacerdócio é superior aos sacerdócios da Antiga Aliança. A nossa confiança está no sacrifício eterno e eficaz de Cristo, o Príncipe da Nova Aliança. Diante de todos esses privilégios, convém-nos atentar, com mais diligência, para esta tão grande salvação, e deixar de lado todo embaraço e pecado, para que possamos correr a carreira que nos está proposta, olhando sempre para Jesus.







* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018



EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP




sábado, 17 de março de 2018

Os descendentes de Jeú.






A história de Jeú começa com a ordem divina dada ao profeta Eliseu para ungi-lo rei sobre Israel, cuja capital era Samaria.

Reinaria sobre as dez tribos de Israel e faria juízo na família de Acabe, idólatra. Ele fez exatamente como foi mandado e ainda destruiu toda a idolatria de Baal.

Contudo, Jeú não teve cuidado em andar nos preceitos dEle quanto ao ídolo colocado em Betel e Dã, constituído por ele.


O filho de Jeú, Jeoacaz, também cuidou da religiosidade do pai e manteve em Israel o desvio do Criador, mostrando o poder influenciador da tradição familiar.

Jeoàs, o neto de Jeú, visita o profeta Eliseu que estava adoentado. Lança flechas sob a palavra do vidente que livraria o país da Síria, vencendo-os por três vezes.

O bisneto de Jeú, Jeroboão,  no tempo de Jonas, também fez o que era mal aos olhos do Senhor como seus antepassados, mostrando a força da religiosidade da nação.

Zacarias, a quarta geração, o substitui por seis meses e "fez o que era mal aos olhos de Deus", mostrando a paciência divina bem como o cumprimento de sua promessa à Jeú. 





* Esse texto é apenas um pequeno recorte de uma mensagem mais ampla sobre a descendência de Jeú e o poder das tradições. Segue abaixo o link para acesso ao vídeo que contém o estudo completo sobre o tema.









sexta-feira, 16 de março de 2018

Exortação à paciência e santidade.







O capítulo onze de Hebreus traz exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. O objetivo desta aula é mostrar que a vida cristã é parecida com uma maratona, além, de salientar que o pecado é um mal que deve ser extirpado completamente da vida do cristão; bem como alertar que o embaraço, certamente, prejudica o desempenho na carreira da fé. E ainda, reconhecer que a vida de santificação é a vontade de Deus para todos os cristãos.

Continua a exortação à perseverança na fé, para isso, deveriam observar o exemplo de homens e mulheres que alcançaram testemunho de Deus, anteriormente descritos como “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Neste contexto, ele compara a caminhada cristã a uma corrida de longa distância, isto é, uma maratona (1 Co 9.24-27; Fp 1.29,30). Outros crentes terminaram a sua parte na corrida. Nesta jornada é necessário deixar “todo embaraço e o pecado”, ou seja, os “atletas” cristãos devem remover de suas vidas todos os obstáculos que possam prejudicar o desempenho (2 Tm 2.1-5). O escritor ainda enfatiza que a corrida deve ser realizada com “paciência e perseverança”. A tendência é que alguns desfaleçam ao longo do caminho, mas é para o cristão percorrer a tarefa estabelecida, tendo em vista o prêmio da soberana vocação. Ele não deve se distrair, mas manter os olhos fixos no exemplo perfeito – “Jesus, o autor e consumador da fé”.

O verso 3 destaca o fato de que Jesus não somente suportou as dificuldades, mas também foi rejeitado, exatamente por causa da obra em benefício do homem. Nunca fez mal algum, nunca pecou. Assim mesmo foi rejeitado, e essa rejeição não o fez pecar ou abandonar sua perseverança em obedecer a Deus. Se os leitores considerassem o exemplo de Cristo, eles jamais iriam desfalecer e abandonar a caminhada proposta por Cristo.

Nesta seção, o autor afirma que ainda não haviam sofrido o máximo pela causa de Cristo: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”. E havia quem pensava em abandonar a Cristo? Os filhos de Deus reconhecem que as provações e dificuldades, em lugar de indicarem o desagrado de Deus, são sim prova do seu amor: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”, que filho há a quem o pai não corrija? A disciplina celestial, que jamais é arbitrária, busca garantir-lhes uma participação permanente na vida divina cuja maior exigência é a santidade (Pv 13.24). Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza, a dor, naturalmente, não é agradável. Quando Deus corrige a seus filhos é produzido fruto pacífico, fruto de justiça, aos que têm sido por ela exercitados.

O autor exorta: “tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (v. 12). Esta é uma metáfora que tem como propósito encorajar os crentes, a despeito dos sofrimentos e perseguições por Cristo, a prosseguirem na carreira da fé. Eles não só deveriam vencer o desânimo, mas também, serem cuidadosos com respeito às suas vidas: “fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado".  Os destinatários ainda são estimulados a viverem em “paz com todos” e a buscarem “a santificação”, pois sem a qual ninguém verá o Senhor (1 Ts 4.7,8). A próxima advertência se refere à vigilância, para que nenhuma alma na comunidade viesse a se perder, e deixasse de obter as ricas provisões da graça de Deus: “tendo o cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (2 Co 6.1-4).

No verso 16, os leitores são alertados a não seguirem o mau exemplo de Esaú, que desprezou a bênção da primogenitura por um prazer que era momentâneo: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura”. Esaú, depois de fazer uma escolha má, não pôde mudar as suas consequências, apesar de ter procurado fazer isso com lágrimas. O autor tem certamente uma lição prática em vista: seus leitores também, ao desprezarem os privilégios cristãos que lhes foram conferidos, podem perder irrevogavelmente a sua herança, como aconteceu com Esaú.

No final, o propósito do autor é firmar os leitores na sua fé e convencê-los de que não existe outra alternativa para eles além de Cristo. Um contraste final entre as duas dispensações é colocado: a primeira, representada pela figura do “monte Sinai”, acompanhada de grandes terrores, e tornava claro que eles não podiam aproximar-se e afastava Deus dos homens (Ex 19.18,19). A segunda - “a Jerusalém celestial” (Ap 3.12), leva os homens ao próprio céu, ao reino dos anjos e dos homens “justos aperfeiçoados”, a Deus, o Juiz de todos, e a Cristo, o Mediador da nova aliança. Os privilégios da nova são melhores, mas grandes são as responsabilidades, o que exige maior temor com uma vida de verdadeira santidade (v. 29).

Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços, pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de Deus, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.





* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018



EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

segunda-feira, 12 de março de 2018

O novo nascimento.






O grandioso milagre do novo nascimento operado por Deus no ser humano. Jesus descreveu esta experiência inicial e transformadora da vida cristã como nascer de novo (Jo 3.1-8).

Os pecadores, "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1), necessitam de um renascimento espiritual. Pelo novo nascimento o homem é reconciliado com Deus e adquire a condição de Seu filho (1 Jo 3.1,2). O novo nascimento em Cristo não é simplesmente uma transformação, mas uma nova criação.

Paulo recorda que no passado, estávamos “mortos em ofensas e pecados”, “andávamos “segundo o curso deste mundo”, guiados pelo próprio satanás (“o príncipe das potestades do ar”), assim considerados “filhos da desobediência”, andávamos segundo a vontade da nossa carne, fazendo os desejos de nossos pensamentos, por fim, éramos considerados por natureza, “filhos da ira”. Tito esclarece que noutro tempo éramos: “insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3). Com efeito, estávamos sem esperança de salvação, distante de Deus e de Sua glória, receberíamos como salário do pecado, a morte (Rm 6.23). 

Nós éramos escravos do pecado, mas fomos resgatados mediante um pagamento de altíssimo valor, mais precioso que a prata e o ouro: o preço da nossa libertação foi o sangue de Jesus (1 Pe 1.18,19; 1 Jo 1.7).

A redenção é o preço pago para dar liberdade a escravos. Estávamos longe de Deus (“mortos em ofensas e pecados”), fomos alcançados pela Sua graça, por intermédio da obra redentora de Jesus Cristo na cruz do Calvário. Paulo enfatiza que fomos “vivificados”, ou ainda, “ressuscitados com Cristo”, e como consequência, Ele “nos fez assentar em lugares celestiais, em Cristo Jesus”.

       A salvação não é mérito pessoal do homem, mas é presente de Deus (“pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”).

É um ato soberano e sublime de amor e misericórdia de Deus, que aceita aquele que crê e o justifica de seus pecados pela morte de Jesus na cruz do Calvário, transformando a condenação do homem em perdão (Is 53.4,5).

       Agora que Cristo passou a habitar em nosso coração (Gl 2.20), somos considerados filhos de Deus (Jo 1.12; 1 Jo 3.1-6), co-herdeiros de Cristo (Rm 8.16-17) e recebemos como dádiva a Vida Eterna (2 Co 5.17; Jo 3.16).





* Esse texto é apenas um pequeno recorte de uma mensagem mais ampla sobre o novo nascimento. Segue abaixo o link para acesso ao vídeo que contém o estudo completo sobre o tema.








domingo, 11 de março de 2018

Ana, a graciosa.





Elcana amava mais a Ana do que Penina, todavia ela não tinha filhos e a outra mulher a perturbava por causa de sua esterilidade.

Ana ora ao Senhor e pede um filho. Fez um voto a Deus e prometeu que devolveria com alegria a tão sonhada benção alcançada, entregando seu filho para servir ao Altíssimo no tabernáculo.

Ao nascer Samuel, seu filho, não se apegou ao benefício divino e cumpriu o seu voto, reconhecendo a providência divina.

Na verdade um plano estava sendo traçado em sábias linhas celestiais com o chamado e preparo de um dos mais importantes profetas e sacerdotes de Israel.

Uma vitória completa, cheia de significados, talvez até um pouco complexa, entretanto tornou-se evidenciado que a Rocha Eterna faz justiça e guarda aqueles que nEle confiam. 


“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus”.





* Esse texto é apenas um pequeno recorte de uma mensagem mais ampla sobre a vida de Ana. Segue abaixo o link para acesso ao vídeo que contém o estudo completo sobre o tema.

Acompanhe o estudo, abrindo a Palavra, sempre!






sexta-feira, 9 de março de 2018

Votos e juramentos, pode?





O ensino dos escribas e fariseus não apenas limitava muito o que Deus realmente dizia sobre essa questão, mas levava o povo a fazer uso equivocado e pecaminoso de juramentos, como forma de fazer acreditar suas declarações acerca de coisas triviais, tratadas na conversação cotidiana. 

Assim, mesmo que a questão sob juramento fosse verdadeira, não incorrendo em perjúrio, o ato do juramento em si perdia toda a sua solenidade, e o nome sagrado de Deus era profanado pelo seu uso em questões de pouca importância, o que constituía violação do princípio fundamental expresso pelo terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Ex 20.7).


Esse hábito condenável de tudo o que fosse declarado ser aceito apenas à base de juramentos refletia, como nas demais situações exemplificadas por Cristo ao longo deste sermão, que a mentira, a falsidade, o uso de palavras fingidas e a desonestidade no trato com o próximo haviam proliferado entre o povo de Israel, de tal modo que não se podia mais confiar na simples declaração de alguém a respeito de qualquer coisa.


Ao mesmo tempo, isto revelava um problema ainda mais grave e pernicioso, e que, como no caso de outros pecados, também tinha sua origem no interior do homem – esse tipo de linguagem simplesmente revelava o caráter inconstante e o coração dobre, insincero, daquele povo.


A legitimidade do uso de um juramento não depende apenas da veracidade de uma declaração – não basta ser verdade o que se diz sob juramento – mas depende também de uma necessidade.


As Escrituras demonstram que, desde o princípio, os juramentos eram feitos sob a circunstância especial de uma questão ou compromisso entre os homens que não podia ser resolvido pela simples declaração dos fatos, mas exigia a solene invocação de Alguém superior, como testemunha e fiador da verdade, capaz tanto de sondar a sinceridade do coração das partes como também de punir aqueles que porventura usassem de engano (cf. Hb 6.16).


Dentre os muitos exemplos que poderiam ser citados, eis que fizeram uso apropriado de juramentos: homens piedosos, como os patriarcas (Gn 21.23; 24.8, 9; 31.53; 47.31), o apóstolo Paulo (Rm 9.1; 2 Co 1.23; Gl 1.20); os anjos (Ap 10.4-6); e até mesmo Deus (Gn 22.16; Hb 6.17- 18). Portanto, a proibição do Senhor: “de maneira nenhuma jureis” (v. 34) deve-se entender em sua relação com o contexto imediato, considerando-se que o povo usava levianamente de juramentos para validar suas palavras sobre as questões mais corriqueiras – e é a isto que o Senhor se opõe.


Mas o juramento feito em uma ocasião apropriada e solene, pelo contrário, é um ato que tanto glorifica a Deus, 12 por exaltar o Seu poder de único e justo Juiz, que faz valer a verdade e vinga a mentira; como também é exigido por Ele como aquilo que Lhe é devido pelo Seu povo, e que precisa ser feito exclusivamente em Seu nome (Dt 6.13; Is 45.23; 65.16; Jr 4.2).



Contudo, a propensão em jurar sobre qualquer palavra, inclusive invocando-se o nome de Deus, procede da inclinação maligna de um coração não regenerado, de um caráter leviano e inconstante, e que o Senhor não terá por inocente, mas sujeitará a juízo.




* Esse texto é apenas um pequeno recorte de uma mensagem mais ampla sobre os juramentos. Segue abaixo o link para acesso ao vídeo que contém o estudo completo sobre o tema.

Com a sua Bíblia aberta, acompanhe o estudo. Deus abençoe!






quinta-feira, 8 de março de 2018

O fundamento e o testemunho da fé.








Na lição anterior, vimos o perigo da apostasia e suas consequências. Nesta aula, estudaremos a base da vida cristã: a fé. A partir dos relatos da história antiga, veremos a eficiência da fé, a começar com o ato da criação do universo, que deve ser entendido com o olhar da fé: “Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados” (Sl 33.6; 2 Pe 3.5). A fé se baseia na confiança em Deus e em Sua Palavra. Esta palavra consiste num poder invisível que produziu do invisível o universo, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Na extensa lista dos crentes fiéis descrita em Hebreus 11, o autor enfatiza particularmente três características na vida dos homens e mulheres de fé: sua confiança inabalável em Deus, sua visão do invisível e seu poder para avançar pela fé.

Neste capítulo, o escritor não pretendeu simplesmente definir a fé, mas sim descrevê-la como elemento fundamental da vida cristã. Segundo as Escrituras, a fé é a condição básica para ser salvo e receber de Deus auxílio em todos os aspectos (Ef 2.8). Ela é a base, o “firme fundamento das coisas que se esperam”, e a convicção — “prova das coisas que não se veem”. O fundamento significa muito mais que a mera certeza humana, fruto da lógica, ou do exercício da futurologia. Na visão cristã, tem o sentido de certeza inabalável, ou seja, temos convicção de que servimos a um Deus Todo-Poderoso, que vela por sua Palavra para cumpri-la (cf. Jr 1.12; Is 43.13). Significa também certeza absoluta a respeito da nossa salvação.

O segundo elemento essencial da fé é a “esperança”. Esta é consubstanciada na forte convicção de que aquilo que se espera da parte de Deus há de acontecer sempre, independente das circunstâncias. Abraão creu que teria um filho segundo a promessa divina, fruto de sua união com Sara, mesmo quando a lógica humana dizia o contrário (Rm 4.18,19; 8.24,25).

O terceiro elemento é a “convicção”; não se trata de uma prática mística de visualização mental para obtenção do que se deseja, conforme defendem certas ramificações da Confissão Positiva, pois as Escrituras Sagradas não ensinam assim. Neste contexto, “as coisas que não se veem” são as coisas de Deus (2 Co 4.18), “os bens futuros” (Hb 9.11), “as melhores promessas” (Hb 8.6). Isso porque tais “coisas” foram prometidas por Deus em Sua Palavra, e esta não pode falhar em nenhuma hipótese. Há muitos “crentes” que, iludidos pelo seu próprio coração, asseveram que podem aplicar esse texto a qualquer coisa. Por exemplo: “eu creio que Deus vai me dar um carro novo ou uma bela casa”. Ora, isso é um desejo, mas não uma promessa de Deus. Pode tornar-se real ou não. É algo condicional e circunstancial.

A partir do verso 4, o autor lembra os leitores de exemplos de valorosos servos de Deus que, pela fé, “alcançaram testemunho de Deus”. A começar pelo exemplo de Abel que apresentava uma fé sacrificial. Em Gênesis 4.4, Deus aceitou seu sacrifício e não o de seu irmão, o homicida Caim. Mas em Hebreus 11.4 podese constatar que: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala”. Enquanto a oferta de Abel foi movida pela fé em Deus e incluía derramamento de sangue (Hb 9. 22; Jd 11; Rm 14.23), Caim trilhou seu “caminho” sem fé; ele tinha uma índole má, era iracundo e “suas obras eram más” (1 Jo 3.12; Tt 1.15), por essas razões suas ofertas não foram aceitas pelo Senhor.

O autor não se esquece de Enoque (v. 5); em poucos versos, a Bíblia mostra a grandeza de seu caráter e de sua fé: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5.24). Se ele “andou com Deus”, ou seja, viveu em íntima comunhão com o Eterno e no centro da sua vontade, diante da extrema incredulidade de seu tempo, foi porque tinha uma fé viva, e anunciou o juízo eterno em sua geração (Jd 14, 15). Por isso, ainda na terra, antes da sua trasladação, “alcançou testemunho de que agradara a Deus”. Segue o exemplo de fé obediente e justa de Noé (v. 7). Nunca ouvira falar de dilúvio, todavia, “divinamente avisado das coisas que não se viam, temeu” e obedeceu, preparando uma arca “para salvação da sua família”. Noé foi o primeiro homem na Bíblia a ser chamado justo. Isso nos traz uma lição de extremo valor: o homem de fé precisa ser justo diante de Deus e dos homens.

Na sequência, tem-se o exemplo de Abraão, que é considerado o pai da fé provada. Quando foi chamado por Deus, “obedeceu, e saiu, sem saber para onde iria” (v. 8). Por anos habitou em tendas, peregrinando “como em terra alheia” (v. 9), esperando a cidade que tem fundamento, e recebeu a promessa de que seria “uma grande nação” (Gn 12.2). O Todo-Poderoso mandou que ele olhasse para os céus e contasse as estrelas, se pudesse, dizendo que assim seria sua semente: “e creu ele no Senhor e foi-lhe imputado isto por justiça” (Gn 15.6; Rm 4.11). Mais tarde, Deus pediu-lhe em sacrifício seu único filho, Isaque. Sem relutar, o grande patriarca obedeceu piamente à voz do Altíssimo, crendo “que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (v. 18; cf. Gn 22.12). Tiago afirma que Abraão creu em Deus e foi-lhe isso imputado como justiça, e por isso, foi chamado amigo de Deus (Tg 2.23).

Após destacar o exemplo de homens e mulheres que alcançaram testemunho pela fé, o escritor declara que todos eles morreram na fé, “sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe...” (v. 13). Assim como Paulo, eles combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7). Era a fé fazendo-os olhar ao longe para além do horizonte, sem chegar lá, porém contemplando o cumprimento das promessas. Certamente eles usufruíam a salvação em Cristo porque criam na vida eterna, na entrada nos céus, na vitória sobre o mal e, sobretudo, no reinado eterno de Deus. A fé daqueles homens era tão forte e poderosa que, mesmo sem verem o cumprimento das promessas de Deus, nelas creram e as abraçaram. Eles consideravam-se “estrangeiros e peregrinos na terra”, porque esperavam uma pátria melhor, “a celestial”, a futura e definitiva. Por causa de sua fidelidade a Deus entre os homens nesta existência, são reconhecidos por Deus, que não se envergonha deles, de se chamar seu Deus (Ex 3.15; Mt 22.32). A cidade à qual se refere é a própria cidade de Deus, o alvo de sua busca, a única cidade real que eles jamais conheceram, o lar pelo qual ansiavam. Mesmo distanciados dela, olhavam em sua direção e tinham até mesmo saudades da mesma (Ap 21.1-4).

Depois de citar o exemplo de fidelidade de Abraão, o escritor faz menção a Isaque, Jacó, José e outros homens cuja fé é também digna de nota. Cada fato de fé é tratado sumariamente e em cada um deles um único incidente é escolhido para mostrar que esses homens, ao se aproximarem da morte, olhavam com fé para coisas ainda invisíveis. Destacamos a atitude de José, que próximo da morte, confiando na saída dos filhos de Israel do Egito, “deu ordem acerca de seus ossos”; e de Moisés, que também pela fé, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, “escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (vv. 25-26).

Aos poucos, o autor deixa de citar personagens específicos e cita o coletivo – o povo, e atribui a esse agrupamento uma ênfase não mais nas pessoas, mas sim nas grandes obras que realizaram unidas como povo de Deus. Por isso, na última parte do capítulo, ele apresenta algumas características daqueles que foram justificados pela fé. Eles são considerados como “lutadores” – “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, neutralizaram a força do fogo, escaparam do fio da espada”, tudo isso pela fé no Todo-Poderoso. Outros, como João Batista, Estevão e Tiago foram martirizados na luta pela fé, açoitados, apedrejados, presos, aflitos, torturados e mortos: “não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (vv. 35-37).

As Escrituras consideram todos esses servos de Deus pessoas das quais “o mundo não era digno” (v. 38). O “mundo”, que não é digno dos homens de Deus, é aquele que se opõe ao bem, e que dificulta a inquirição espiritual. Foi para esse mundo que Jesus apontou ao falar sobre a inevitabilidade das perseguições: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim” (Jo 15.18). Esses homens de fé viram de longe as promessas, mas não as alcançaram, “provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (vv. 39, 40).

O autor de Hebreus compara o caminhar de várias personagens da história bíblica com a carreira proposta aos cristãos. Esses personagens tinham em comum um longo e desafiador percurso para fazer. Sem perseverança, ousadia e fé, nenhum deles teria conseguido chegar ao seu destino final. De fato, “sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”.






* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018


EPÍSTOLA AOS HEBREUS 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP