domingo, 28 de outubro de 2018

O juízo de Deus sobre os sacerdotes infiéis.





Na lição anterior, aprendemos sobre o que Deus espera em relação à adoração apresentada por Seu povo. Hoje, examinaremos um pouco mais o livro de Malaquias a fim de compreendermos o justo juízo de Deus sobre os sacerdotes infiéis, pois a infidelidade dos sacerdotes havia induzido os israelitas a oferecerem ao Senhor um culto deplorável. O juízo de Deus aplicado aos sacerdotes contemporâneos de Malaquias serve como um alerta em alto e bom som para os ministros do Evangelho de Cristo, os quais foram incumbidos com a mais alta responsabilidade de serem ministros da Nova e Eterna Aliança no sangue de Jesus Cristo. Portanto, se o rigor para os sacerdotes da Antiga Aliança foi severo, imagine o rigor aplicado aos ministros da Nova Aliança!

O culto profano apresentado então pelos israelitas tinha sua origem na atitude desonrosa dos sacerdotes com relação à glória e majestade do Senhor. Por isto, aqui o profeta se dirige exclusivamente aos sacerdotes com o objetivo de confrontá-los acerca da irreverência com que estavam servindo no ministério sacerdotal. Na aliança feita pelo Senhor com Levi e sua descendência, cabia aos sacerdotes as seguintes responsabilidades: oferecer o sacrifício do povo de acordo com a Lei de Moisés, guardar o templo e instruir o povo na Lei de Deus, e lidera-lo no louvor e culto divino. Portanto, a qualidade do culto dedicado ao Senhor estava intimamente ligada com a qualidade do serviço prestado pelos sacerdotes.

Quando o Senhor confronta os sacerdotes infiéis, seu objetivo principal é tratar a causa dos sintomas manifestados na conduta desobediente e no culto irreverente dos israelitas. Seria inútil o profeta Malaquias confrontar o povo se os sacerdotes permanecessem na mesma atitude leviana e irreverente em relação ao Senhor. Ao confrontar os sacerdotes, o Senhor faz uma ameaça bastante contundente: “Se não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração” (Ml 2.2). Na Antiga Aliança, os israelitas deviam cumprir a Lei de Moisés para merecerem as bênçãos prometidas pelo Senhor. No entanto, notamos, ao longo de toda a história de Israel, os israelitas frequentemente vivendo a “maldição da Lei” por serem naturalmente incompetentes para guardá-la perfeitamente. “Maldição” nada mais é que o contrário de “prosperidade”, logo, o Senhor está prometendo bloquear todo e qualquer empreendimento israelita que visasse o seu bem-estar e prosperidade.

A conversão da bênção dos sacerdotes em maldição implicaria no seguinte fato: Todas as vezes que os israelitas trouxessem suas ofertas no templo para prestar culto ao Senhor e o sacerdote professasse palavras de bênçãos sobre os ofertantes, estas palavras teriam, na verdade, o efeito contrário, ou seja, seriam de maldição. Porquanto o culto era oferecido de forma profana, jamais poderia resultar em bênçãos genuínas (Dt 28.1-3; Dt 28.15-16).

Na Antiga Aliança, o Senhor incumbiu Levi e seus descendentes da responsabilidade do sacerdócio perpetuamente, ou seja, nenhum homem de outra tribo poderia exercer o ofício sacerdotal (Nm 3.1-4). Uma grandiosa honra foi concedida pelo Senhor a esta linhagem, contudo, eles perderam de vista a honra que haviam recebido e retribuíram ao Senhor com desonra. Por isso, o Senhor prometeu corromper a semente da linhagem levítica, bem como desonrar os sacerdotes infiéis, lançando o excremento dos animais em seus rostos. Nada mais justo, o Senhor recompensaria a desonra com desonra (Ez 34.1-5; Os 4.6-10). O concerto original de Deus com Levi foi de vida e paz, porém, seus descendentes converteram a benção em maldição por meio da rebelião. Os sacerdotes foram chamados para serem como anjos do Senhor, ou seja, mensageiros para o povo israelita se firmar na Lei. Mas os sacerdotes infiéis acabaram por desviar o povo do caminho e induzi-lo a tropeçar na Lei e, desta maneira, corromperam o concerto que o Senhor havia feito com Levi.

A desonra expressa pelos sacerdotes com relação ao Senhor teria também como repercussão a perda da boa reputação dos mesmos perante o povo, pois os sacerdotes passariam a ser tratados como homens desprezíveis e indignos, porquanto foram os principais responsáveis pela indignação do Senhor com o Seu povo.

Não podemos nos enganar pensando que o Senhor, na Nova Aliança, afrouxou o Seu zelo e agora aceita qualquer forma de culto que acharmos adequado oferecer-Lhe. Infelizmente, muitos cristãos enxergam na Nova Aliança uma espécie de “liberdade” que na verdade não existe. Na Nova Aliança o pecado não tem domínio sobre nós, pois não estamos mais debaixo da Lei, mas sim, debaixo da graça, logo, nosso culto apresentado ao Senhor deve ser impecável, com o mais alto grau de excelência (Rm 6.16-23). Enquanto na Antiga Aliança os adoradores do Senhor eram impelidos ao culto pela força da Lei com suas demandas e ameaças, na Nova Aliança eles são impelidos pela revelação do sacrifício vicário de Cristo na cruz e pela gratidão. Ou seja, o culto antigamente era motivado por um senso de obrigação; agora, por um senso de paixão e gratidão.

Na Antiga Aliança, os sacerdotes eram responsáveis por orientar os israelitas a oferecerem um culto ao Senhor segundo os preceitos da Lei; já os ministros do Evangelho são responsáveis por orientar os cristãos a oferecerem ao Senhor um culto pelo poder do Espírito Santo e pela graça do Evangelho. Enquanto os sacerdotes na Antiga Aliança lidaram com uma forma de culto que nada mais era do que figura do que seria consumado através de Cristo, agora, os ministros do Evangelho, precisam lidar com uma nova realidade de culto que já foi consumada segundo a graça divina (Rm 12.1).

Com isso, entendemos o porquê da severidade e instantaneidade com que a oferta profana trazida por Ananias e Safira foi tratada pelo Senhor (At 5.1-11). Portanto, nossa geração não pode, em hipótese alguma, ser leviana ou irreverente na adoração. O Senhor não terá o culpado por inocente (Na 1.2-3). Lamentavelmente, muitos ministros do Evangelho estão incentivando formas de culto onde o objetivo é agradar aos “adoradores” e não ao Senhor. Uma espécie de “culto show” tem dominado a liturgia de muitas congregações cujos líderes estão mais preocupados em atrair público do que verdadeiramente exaltar ao Senhor. Mais cedo ou mais tarde, o justo juízo de Deus se manifestará a fim de lidar com o culto profano de muitas igrejas dos nossos dias, e este juízo terá seu início com os ministros do Evangelho, os quais receberam do Senhor a missão de guiar as ovelhas de Cristo na verdade.

A indignação do Senhor com os sacerdotes era legítima devido à forma irreverente com que estavam exercendo o sacerdócio diante do Senhor e do povo. O Senhor tem um zelo tremendo pela glória do seu Santo Nome, portanto, Ele jamais será tolerante com qualquer prática irreverente ou profana do Seu povo. Sendo assim, precisamos ser absolutamente reverentes e zelosos quando oferecermos ao nosso Soberano Senhor o nosso culto racional.



Texto cedido por: EBD –  4º. Trimestre de 2018



LIVRO DE MALAQUIAS

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

sábado, 27 de outubro de 2018

A Bíblia pela Bíblia, sempre!






Na Bíblia há várias ordenanças para se ter o máximo de cuidado ao explanar um texto. É recomendável sempre deixar a própria Palavra se explicar, sendo essa a maior instrução hermenêutica existente: a própria Bíblia deve ser a responsável por trazer a luz...

A Bíblia explica e deve sempre explicar a Bíblia: simples assim, não havendo espaço para entendimentos particulares, pois um pouco de fermento, certamente levedará toda a massa.

Com isso, devemos sempre embasar a doutrina pregada e/ou defendida com toda a Palavra, para não incorrermos em interpretações distorcidas ou precipitadas, desagradando a Deus, induzindo pessoas ao erro e até mesmo incorremos em desvios.

Enfim, é nosso dever defender e cumprir os ensinamentos do texto sagrado, pois essas é a essência do cristianismo verdadeiro e não fazermos adaptações, ajustes interesseiros ou concessões que a Palavra não dá. Nós, com a ajuda do Espírito é que devemos ser moldados por ela e não o contrário.

A Bíblia pela Bíblia, sempre!



Reis e sacerdotes.




Há uma visão teológica desconectada da Bíblia, por desconhecimento ou por apenas se repetir o outros falaram e/ou falam, sem um maior estudo e profundidade, defendendo que o Amado reinará num período temporal aqui na terra.

É certo que Davi, nos Salmos, sempre pronunciou um reinado eterno (não temporal) do Messias. Isaías predisse que o Seu reino é pacífico, justo e nele há transformação de vidas e completa: um menino pequeno os guiará.

Outro profeta, Daniel, através das revelações obtidas do Altíssimo na Babilônia também reforça essa verdade, reforçando sua veracidade.

Contudo, essa visão sem conexão bíblica insinua que o Senhor não reina ainda (ou Ele reinará materialmente, num milênio que ainda viria, não atentando que o assunto é superior, espiritual) em contraponto ao explicado através da pedra do sonho de Nabucodonosor, sobre a qual se levantaria um reino eterno. Isso (vigência desse reino eterno) na verdade, já acontece desde a criação do mundo ou antes dela; ou, como relatado a Daniel, durante os reinos mundiais terrenos.

Enfim, é verdade que viemos a esse mundo afastados desse reino, mas Ele nos chama das trevas para o reino de sua preciosa luz e quem o ouve, aceitando-o  como rei de sua vida, reina juntamente com Ele, se tornando como atesta o apóstolo João no Apocalipse, rei e sacerdote juntamente, fazendo parte agora, de um reino eterno que jamais passará!



terça-feira, 23 de outubro de 2018

Socorri um que é esforçado.





O mundo da informação e da tecnologia vive em grande intensidade e velocidade. Há padrões globais de comportamentos e todos estão interligados.

No Salmo 89 o Senhor diz que socorreu alguém esforçado. É certo que o esforço diário para cumprir nossas obrigações não passa despercebido diante do Altíssimo, como também um motivo de Sua aprovação.

Contudo, precisamos observar os nossos limites físicos e mentais, para o bem de nossa saúde, pois sem ela não poderemos mais ser esforçados.

Devemos atentar conjuntamente para nossas precedências e preferências. Certas atividades são mais importantes para nós do que outras, do mesmo modo que apreciamos algumas delas em detrimento de outras.

Por isso, a nossa dedicação é necessário agregar uma boa dose de moderação, que é um fruto do Espírito e termos discernimento para escolhermos as prioridades e preferências para as nossas ocupações.

A vontade dEle não deve ser desprezada e se combinarmos a nossa inquietação com sabedoria divina, seremos indubitavelmente mais produtivos.



sábado, 20 de outubro de 2018

O que o Senhor espera de seus adoradores.





Na lição anterior, vimos o testemunho de Deus por Seu mensageiro Malaquias acerca da prova inquestionável do Seu amor pelos israelitas. Nesta lição, vamos compreender a expectativa de Deus em relação ao culto de adoração oferecido pelo Seu povo. Portanto, vamos examinar as Escrituras a fim de alinhar nossa adoração com a expectativa do nosso Deus e Senhor.

Nesta declaração está expressa toda a expectativa do Senhor com relação ao culto que o Seu povo deve prestar-Lhe. Lamentavelmente, os israelitas não estavam conseguindo atender à expectativa de Deus com relação ao culto prestado a Ele em virtude da falta de reverência e de entendimento da grandeza e da majestade de Deus.

Enquanto os israelitas questionavam ao Senhor acerca da legitimidade do Seu amor por eles, o Senhor agora questiona a legitimidade do culto oferecido pelos israelitas. Como Pai de Israel, o Senhor esperava ser devidamente honrado por seu povo eleito. Das entranhas de uma mulher estéril, a saber Sara, mulher de Abraão, o Senhor fez surgir uma grande nação a fim de se tornar um estandarte de testemunho da Sua glória perante as demais nações do mundo (Gn 12.1-3; 15.1-6; 17.1-9; 22.15-18). Além disso, Israel foi comissionado por Deus a comunicar a bênção do Senhor sobre os demais povos. Contudo, o que observamos ao longo da história do povo da antiga aliança é uma narrativa marcada pela desonra ao nome de Deus. Os israelitas não conseguiram santificar o nome de Deus perante as nações por meio de uma fé obediente, como a que houve no patriarca Abraão. Como Senhor de Israel, Deus esperava ser temido pelo Seu povo eleito. Toda a peregrinação de Israel foi marcada por poderosas demonstrações da soberania de Deus. Porém, os israelitas não reconheciam adequadamente o temor devido ao Senhor dos céus e da terra (Pv 1.7).

A desonra dos israelitas para com o Senhor era evidente pelas ofertas de animais de péssima qualidade que traziam no culto dedicado a Ele. A qualidade das ofertas expressava o real sentimento presente nos corações dos israelitas (Is 29.13-6; Mt 6.21).

O questionamento dos sacerdotes acerca da declaração feita pelo Senhor com relação às ofertas irreverentes e inaceitáveis oferecidas pelo povo é a evidência clara do cinismo e da hipocrisia reinante em Israel. Os sacerdotes eram responsáveis não somente por apresentarem perante o Senhor as ofertas trazidas pelo povo ao templo, mas também por zelar pela boa qualidade das mesmas, conforme prescrito na Lei dada à Moisés (Lv 22.17-20, 31-33; Dt 15.21). Devido a essa responsabilidade delegada aos sacerdotes de fiscalizar a qualidade das ofertas, o ataque de Malaquias se concentra neles, mesmo sabendo que era o povo que trazia as ofertas ao templo. Talvez a negligência dos sacerdotes fosse fruto da seguinte mentalidade: “Alguma coisa é melhor do que nada, o morno é melhor do que o frio”. Na verdade, o que o Senhor realmente queria era que esse tipo de adoração impura, irreverente, hipócrita, cessasse completa e imediatamente.

Com o propósito de desbancar o cinismo por trás do questionamento dos sacerdotes, o Senhor os desafia a oferecerem aos príncipes ofertas com qualidade semelhante às que traziam ao templo. Seriam aceitos e honrados pelos príncipes, caso apresentassem ofertas com qualidade similar às que apresentavam no templo? Com certeza a resposta é um sonoro “não”. Com isso verificamos nos israelitas o que Jesus chamou de “amor à glória dos homens”, pois os conterrâneos de Malaquias estavam dispostos a honrar os príncipes do povo, mas estavam indispostos em honrar devidamente ao Senhor.

Malaquias, depois de desafiar o povo a apresentar aos seus príncipes ofertas de qualidade reprovada, desafia-os agora a suplicar ao Senhor na tentativa de alcançarem a Sua piedade, tendo em vista o que eles tinham em mãos – ofertas maculadas, indignas. Será que seriam aceitos pelo Senhor? A indignação do Senhor era tão grande que Ele preferia as portas do templo fechadas do que ofertas vãs sendo ali oferecidas. Contudo, o desprezo dos israelitas para com a santidade do nome do Altíssimo não subtraía da Sua Glória e Majestade. Por esta razão, Ele prenuncia o tempo no qual o Seu nome seria tremendamente honrado entre as nações da terra; este tempo é o da nova e eterna aliança do sangue de Jesus Cristo, onde os verdadeiros adoradores adoram ao Senhor em espírito e em verdade (Jo 4.21-24).

A expressão máxima da rejeição do Senhor para com o culto oferecido pelos conterrâneos de Malaquias está na profecia acerca da maldição destinada aos adoradores profanos. Ou seja, o Senhor não ficará descontente e passivo perante a desonra dos israelitas para com o Seu Santo Nome, mas Ele promete retribuir a estes falsos adoradores com a merecida maldição. Se a situação dos israelitas já não era das melhores, agora eles poderiam ter a certeza de uma intensa degradação de todos aspectos pertinentes às suas vidas.

A seriedade com a qual devemos prestar culto a Deus deve ser fruto da consciência de quem Deus é, de quem nós somos, e da grandeza da redenção concedida a nós gratuitamente pela fé em Jesus Cristo. Na adoração verdadeira esta consciência aflora com vigor e fervor, expressando nossa reverência e gratidão ao Senhor por Sua imensurável graça. O Senhor nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz com o objetivo de nos transformar em verdadeiros adoradores e participantes de Suas ricas bênçãos. Enquanto adorarmos ao Senhor em espírito e verdade, nosso culto é aceito por Ele, Sua graça fluirá continuamente sobre todos os aspectos da nossa vida e a nossa alegria será completa n’Ele (Rm 11.33-36; Rm 12.1-2; Ef 5.15-17). Qual tem sido a qualidade do culto oferecido por você ao Senhor? Você tem a certeza de oferecer ao Senhor um culto em harmonia com a expectativa do coração d’Ele? É notória a manifestação das bênçãos dos Senhor sobre a Sua vida como recompensa do culto prestado por você?

Sempre devemos ter em mente a expectativa do Senhor com relação à adoração oferecida por nós, se quisermos realmente ser agradáveis aos Seus olhos. Esta consciência certamente produzirá em nós uma tremenda reverência e um sincero desejo de honrá-lO devidamente. Portanto, estejamos atentos para reverenciar e honrar aqu’Ele cuja glória e majestade é absolutamente digna de adoração legítima.



Texto cedido por: EBD –  4º. Trimestre de 2018



LIVRO DE MALAQUIAS

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Uma prova do amor de Deus pelo seu povo.






Na lição anterior estudamos o contexto histórico em que foi escrito o livro do profeta Malaquias e a relevância da sua mensagem para igreja em nossos dias. Nesta, vamos estudar a primeira profecia proferida por Malaquias ao povo de Israel, onde o Senhor responde às murmurações e aos questionamentos feitos pelos israelitas descontentes. Compreenderemos a prova do amor de Deus para com o Seu povo eleito por Ele desde a fundação do mundo, e suas implicações para uma verdadeira adoração.

As aflições e prejuízos ocasionados pelo cativeiro babilônico induziram os israelitas a questionarem o amor de Deus para com eles, bem como Sua fidelidade em cumprir Suas promessas de paz e prosperidade. Duvidar do amor de Deus subtrai toda e qualquer motivação para se oferecer a Ele um culto repleto de reverência e gratidão. Estes israelitas eram incapazes de adorar ao Senhor considerando Seus maravilhosos atributos e Seus grandes feitos que marcaram toda a história de Israel, pois, para eles, o que realmente importava era o favor de Deus para a presente situação em que viviam.

No entanto, o Senhor, por meio do profeta Malaquias, mostra aos israelitas a grandeza do Seu amor pelo Seu povo revelado desde Jacó, o patriarca amado e eleito incondicionalmente para gozar de um papel privilegiado na história da redenção como portador da promessa messiânica. Ora, se o Senhor, ao invés de ter escolhido Jacó, tivesse escolhido Esaú para gozar do Seu soberano favor, os israelitas seriam um povo rejeitado e desfavorecido diante d’Ele. Desde o parto de Jacó até ao término do cativeiro babilônico, a mão do Senhor sempre esteve estendida para o Seu povo eleito, contudo, os mesmos conservavam seus corações endurecidos e indiferentes ao seu Criador (Rm 10.16-21; Hb 3.7-19).

Se os israelitas nos dias de Malaquias conseguissem enxergar o amor de Deus para com eles, revelado na eleição incondicional de Jacó e de seus descendentes, certamente teriam abundantes motivos para adorar ao Senhor, mesmo sofrendo severas adversidades (Hc 3.17-19).

Ao longo de vinte anos, Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto esta era estéril. Somente no tempo determinado pelo Senhor, Rebeca foi curada de sua esterilidade e feita uma alegre mãe de filhos. A longa espera foi recompensada com dois filhos gêmeos, dos quais o Senhor elegeu o mais novo, segundo Seu incondicional e livre amor, para ser agraciado como o ramo da genealogia do Messias, bem como o patriarca das doze tribos de Israel. Na concepção e na designação da identidade e do propósito tanto de Jacó como de Esaú, o Senhor revela Sua soberania para que a glória seja inteiramente Sua (Gn 25.19-27).

Para os contemporâneos de Malaquias, deve ter parecido que o profeta tinha cometido um engano ao apelar para os destinos contrastantes de Israel e Edom como prova do amor de Deus por Israel, porquanto os edomitas não sofreram com o cativeiro babilônico como os israelitas. Os edomitas não apenas se alegraram com a ruína de seus irmãos israelitas como também ajudaram ativamente os invasores babilônicos, ao cortarem as rotas de fuga de seus irmãos (Sl 137.7; Ez 25.12-14; Ez 35.15; Ob 8-21).

Enquanto os israelitas sofreram com a devastação total de seu país pelas mãos dos babilônios em 587 a.C., os edomitas experimentaram o juízo do Senhor pelas mãos dos árabes, que gradualmente os forçaram a abandonar sua terra natal, entre 550 e 400 a.C., fazendo com que se fixassem em uma área ao sul da Palestina chamada Idumeia. Enquanto Judá seria graciosamente restaurado após sofrer a severa correção do cativeiro babilônico, o juízo sobre Edom seria permanente e irreversível. O Senhor, como um pai que ama os Seus filhos, corrigiu Judá a fim de conceder ao Seu povo a participação em Sua alegria e santidade (Hb 12.1-11).

Vemos no testemunho pessoal do apóstolo Paulo o exemplo da devoção apaixonada do cristão, em contraste com a cegueira espiritual dos judeus nos dias de Malaquias. Paulo era tão convicto do amor do Pai provado pelo sacrifício de Seu Filho na cruz do Calvário que não permitia as densas trevas do sofrimento ocultarem a resplandecente luz do Evangelho em seu coração. O santo apóstolo compreendia o propósito de seus sofrimentos presentes, bem como aguardava sua recompensa definitiva no arrebatamento da igreja. Observe que Paulo, ao contrário dos judeus contemporâneos de Malaquias, sabia muito bem como o sofrimento provocado pelos inimigos do Evangelho contribuiria para o propósito eterno estabelecido por Deus em sua vida.

Da mesma maneira, nós, discípulos de Cristo nesta geração, precisamos encarar o sofrimento com uma perspectiva positiva, convictos da nossa soberana eleição, segundo a eterna graça de Deus, a qual nos destinou para a redenção eterna (1 Ts 5.1-11; 2 Ts 2.13-17; 1 Pe 1.3-12). O dom da fé que nos foi concedido graciosamente para nos apropriarmos da justiça de Cristo é também responsável por nos sustentar firmes durante nossa peregrinação, para permanecermos confiantes em Deus mesmo quando as circunstâncias são extremamente adversas (1 Pe 5.10-12). Além disso, contamos com o Consolador, responsável por cooperar conosco a fim de assegurar o êxito da nossa peregrinação (Jo 15.26-27; Jo 16.7-14).

Portanto, a adoração cristã é produto da verdadeira fé cuja confiança está firmada no amor incondicional e eletivo do nosso amoroso Pai Celestial. As adversidades do tempo presente são incapazes de sufocar nossa apaixonada adoração por nosso Senhor, pois estamos certos do Seu amor por nós e da recompensa que nos aguarda (2 Co 4.6-18).

Embora os judeus contemporâneos de Malaquias fossem incapazes de perceber o amor de Deus por eles em função de todo o seu sofrimento, nossa fé em Cristo nos permite enxergar o amor de Deus além do véu do sofrimento, pois estamos convictos da nossa eleição em Cristo, bem como somos esperançosos quanto à recompensa reservada na eternidade para nós.




Texto cedido por: EBD –  4º. Trimestre de 2018



LIVRO DE MALAQUIAS

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

domingo, 7 de outubro de 2018

Malaquias e o peso da Palavra do Senhor.






Neste novo trimestre estudaremos o livro do profeta Malaquias a fim de compreendermos a essência de sua mensagem, bem como suas aplicações para nossa realidade atual. O foco principal das profecias de Malaquias é a insatisfação do Senhor com o culto oferecido pelos israelitas naquela época. Embora tivessem abandonado a idolatria, o culto que prestavam por meio de sacrifícios era destituído de sincero temor ao Senhor. As repreensões de Malaquias, segundo a inspiração do Espírito Santo, revelam princípios importantíssimos para que possamos apresentar ao Senhor um culto legítimo, um culto que verdadeiramente O agrade.

Malaquias recebeu a revelação do Senhor quase cem anos após o cativeiro babilônico e o decreto de Ciro, que permitiu os judeus retornarem à sua terra natal e quase oitenta anos após os profetas Ageu e Zacarias terem encorajado a reconstrução do templo com gloriosas promessas de bênçãos de Deus. Malaquias registrou suas profecias, provavelmente, no tempo de Neemias. Para os contemporâneos de Malaquias, tais promessas não eram pertinentes à realidade vivida por eles, não havia paz e prosperidade.

Embora os israelitas desfrutassem de liberdade religiosa segundo a tolerante política persa de dominação, ao que tudo indica, eles não faziam bom uso de tal liberdade, porquanto o culto que prestavam ao Senhor era destituído de temor sincero. Ou seja, o culto deles baseava-se naquilo que o Senhor lhes poderia proporcionar, e não em admiração aos Seus maravilhosos e inigualáveis atributos.

O povo israelita nos dias de Malaquias deveria viver pela fé, enquanto aguardava o cumprimento das promessas divinas com o advento do Messias; porém, a falta de amor e gratidão e fé arruinava a sua devoção ao Senhor. Somente pela fé podemos esperar com paciência o cumprimento das promessas divinas.

Em função da ira do Senhor provocada pelo culto irreverente dos israelitas, Malaquias recebe uma palavra difícil de ser comunicada pelo mensageiro, e difícil de ser recebida pelos destinatários. Por essa razão, o profeta usa a expressão “peso da Palavra do Senhor” para se referir à mensagem profética destinada a Israel. Uma mensagem de admoestação severa nunca é bem-vinda para um povo rebelde e obstinado, cuja consciência cauterizada já se acostumou a justificar suas más obras.

Um verdadeiro profeta do Senhor é como um “megafone” para fazer soar aos ouvidos dos homens não somente as Suas boas promessas, mas também os Seus descontentamentos e ameaças de punição aos transgressores de Sua lei. As repreensões de um profeta fazem o povo de Deus considerar tanto a bondade como a severidade de Deus. Nosso relacionamento com o Senhor é saudável e equilibrado quando é fundamentado no amor e no temor.

Precisamos estar atentos acerca do que o Espírito Santo diz à igreja por meio dos profetas do Senhor, caso queiramos verdadeiramente agradá-lO em tudo. Fomos convertidos dos ídolos mudos ao Deus vivo que criou os céus e a terra, cuja voz ecoa sobre as nações pelo Seu Espírito Santo na boca dos seus santos profetas.

A mensagem de Malaquias, originalmente dirigida aos israelitas do seu tempo, tem em sua essência uma aplicação para igreja de hoje. Lamentavelmente, a igreja contemporânea está sofrendo com deturpações graves do culto a Deus. Desde a sua forma até o seu propósito, o culto ao Senhor em muitas congregações dos nossos dias está completamente desalinhado com os princípios das Sagradas Escrituras.

A mensagem de Malaquias foi pesada para seus contemporâneos, e não poderia deixar de ser pesada para nós também. No entanto, se o nosso desejo realmente é agradar nosso Senhor em tudo, seremos bem receptivos às admoestações de Malaquias e alinharemos nosso culto ao coração de Deus, conforme for necessário. Ao longo desta série de mensagens, vamos compreender as palavras de Malaquias e aplica-las à realidade atual da igreja de Cristo.


Desde os primórdios da humanidade, o culto a Deus sofreu deturpações em função da fraqueza humana, mas temos no livro do profeta Malaquias uma importante fonte de inspiração para alinharmos nosso culto ao coração de Deus. Atentarmos para as exigências de Deus acerca dos elementos que compõe um culto legítimo é fundamental para agradarmos ao nosso Criador.


Texto cedido por: EBD –  4º. Trimestre de 2018


LIVRO DE MALAQUIAS

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP