O pecado original é um assunto bastante comentado pelos
estudantes da Bíblia. Entre outros objetivos, eles pretendem dar explicações
sobre o possível impedimento espiritual e moral, sob o qual os homens nascem. É
também chamado de “pecado inerente” devido ser a raiz interna de todos os
pecados atuais, porque se deriva de Adão e estar presente na vida de cada
indivíduo desde o momento do seu nascimento.
Os pais da Igreja grega diziam que há uma corrupção
física na raça humana proveniente de Adão, porém isto não envolve culpa, o que
corresponde a uma diferenciação feita no livro de Levítico ao diferenciar a
propiciação pelo sacrifício de expiacão de pecado e a
propiciação pelo sacrifício de expiacão de culpa (ou
existência de culpa). Então, há pecados sem culpa e pecados com culpa. Quando
se peca com consciência, entendimento, então há culpa.
Ainda existem polêmicas sobre este assunto e
historicamente foi motivo de cismas, possíveis heresias e divisões entre os
cristãos desde os séculos iniciais do cristianismo, além de “visões”
divergentes de antropólogos, psicanalistas e outros sobre o seu real
significado.
Mas, e a Bíblia, o que diz? Bem, como um dever de
consciência e verdade pessoal, já tendo discorrido outras
opiniões, gostaríamos de apresentar uma interpretação, supondo ser a mais
próxima da veracidade bíblica. Para isso, discorreremos no livro sagrado: no
livro do Gênesis, os primeiros seres humanos e antepassados da humanidade, Adão
e Eva, foram advertidos por Deus de que, se comessem do fruto
da árvore do conhecimento do bem e do mal, no mesmo dia morreriam, o que
fizeram tendo sido instigados pela serpente, tendo Eva aceitado a instigação
primeiro e oferecido à fruta a Adão, que aceitou. No entanto continuaram vivos,
apesar da expulsão do Jardim do Éden, então parece razoável entender que Deus
estava falando de outro tipo de morte, a morte espiritual.
Isso é
salientado fortemente também no Novo Testamento: o apóstolo Paulo descreve o
estado dos cristãos na Epístola aos Efésios antes da conversão como aqueles que
estavam “mortos em ofensas e pecados”, já a Timóteo ele declara:
“Mas a que vive em deleites, vivendo está morta” e o próprio Cristo
coloca isso claramente também no evangelho segundo Mateus “Deixa os mortos sepultar
os seus mortos”.
Então, embora o
homem não regenerado esteja fisicamente vivo, ele está morto aos
olhos de Deus.
Posteriormente, na epístola aos Romanos, temos o seguinte
texto: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim também a morte passou a
todos os homens por isso que todos pecaram.” O que passou a todos os homens?
Foi o pecado? Não, segundo o texto bíblico foi a morte, morte
espiritual.
Assim, a herança
recebida foi morte e não pecado...
Então,
nascendo morto espiritualmente, isto é, separado de Deus, vivendo
só na carne e sem o auxílio divino conforme está escrito: “... Andai em
Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 1.6), só nos resta
abundarmos dos frutos da carne, e assim pecar e continuar pecando. , “... por
isso que todos pecaram.” (Rm 5.12)
Em contraste com
as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama
“o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que
ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele
subjugue as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14).
Segundo a Igreja Católica, uma antiga igreja cristã,
assim ainda é ensinada nos catecismos e estudos, que ele foi o primeiro pecado na terra. Com isso todos os
descendentes de Adão e Eva, exceto a Maria, que foi mãe de Jesus, vieram ao
mundo com ele e suas consequências. (Separar a “irmã” Maria é claramente um grande equívoco!) Pois ela no
livro de Lucas apresentou dois pombinhos como expiação de pecado e não culpa.
(Luc 2.24) O sacrifício era para a mãe ou para o filho? Certamente era para a
mãe e um dos motivos era o fluxo de sangue (“Todo homem que tiver fluxo a sua
carne está imundo”). No livro de Levítico no capítulo 12 isto é explicado melhor:
“Se uma mulher conceber,..., será imunda sete
dias”. Para a criança a lei não pede nada? Não. Então, por quê? Se tivesse
pecado aos olhos de Deus, seria pedido o sacrifício de expiação de pecado ao
nascer. Não tem pecado, mas também não tem vida, a vida espiritual.
Fica claro
biblicamente que Deus não imputou pecado, e ainda no caso de Jacó e Esaú, no
ventre de sua mãe, a palavra diz que não tiveram pecado e sim por eleição foi
dito que o maior serviria o menor. (Rm 9.12)
Assim, concluindo e entendendo ser mais adequado,
proporia que se mudasse o tema tão conhecido e polemizado de “pecado original”
para morte original, pois considero mais preciso biblicamente,
ou ainda, para tendência original ou inclinação para pecar.
Hum...