A segunda viagem missionária em que Paulo e os irmãos se
dispõem a voltar por todas as cidades onde já haviam anunciado a palavra do
Senhor, para ver como estavam aqueles que tinham sido alcançados por ocasião da
primeira viagem missionária.
Não se limitaram a confirmar os ânimos dos discípulos, mas,
dirigidos pelo Espírito Santo, foram além, atingindo outras cidades não
alcançadas anteriormente.
Partindo de Antioquia e chegando a Derbe e Listra, Timóteo,
o qual dava bom testemunho nessas cidades, é acrescentado à comitiva
missionária. Por duas vezes os irmãos são impedidos pelo Senhor de pregar onde
eles queriam – na Ásia e em Bitínia (“foram impedidos pelo Espírito Santo”, “o
Espírito de Jesus não lho permitiu”).
Entende-se que o Senhor tem os Seus planos, e aquele que se
dispõe a fazer a Sua obra deve estar sensível à Sua orientação. Se nos
submetermos totalmente à orientação do Senhor, receberemos dEle a revelação de
onde estão as almas clamando por socorro (“passa a Macedônia e ajuda-nos”). Com
a revelação do Espírito, os recursos e esforços podem ser concentrados onde
produzirão mais frutos, e é evitado todo trabalho infrutífero.
Obedecendo à orientação do Senhor, os irmãos chegam a
Filipos, primeira cidade da Macedônia, onde o Senhor abriu o coração de Lídia
para que estivesse atenta à pregação de Paulo. Ao obedecermos à ordem do
Senhor, as portas se abrirão, mas sempre haverá oposição do mal. Paulo, usado
por Deus, expulsa o espírito de adivinhação de uma jovem. Segue-se a perseguição
e os irmãos são açoitados e encarcerados injustamente, simplesmente por fazerem
a obra de Deus. Mas o Senhor opera maravilhosamente e, por meio de um
terremoto, as portas são abertas, sendo soltas as prisões de todos. Com isso,
são alcançados para Cristo o carcereiro e toda a sua família. Deus não permite
que os Seus sofram em vão, mas opera fazendo que, dos sofrimentos, dores e
aflições dos Seus enviados, resultem almas para o reino de Deus e maior
proveito do Evangelho (Fp 1.12; Gl 4.19).
Na sequência, os irmãos passam por várias cidades, pregando
sucessivamente em Anfípolis, Apolônia, Tessalônica, Bereia, Atenas, Corinto,
Éfeso e outras. A expressão de alguns era: “Estes que têm alvoroçado o mundo
chegaram também aqui”. Da pregação quase sempre resultava perseguição por parte
dos judeus invejosos pelo grande número dos que davam crédito à mensagem de
salvação em Cristo, mas houve também nobreza por parte de alguns, como os de
Bereia, que “de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas
escrituras”.
É necessário destacar a forma contextualizada da pregação
de Paulo: pregando aos judeus, fazia menção da história de Israel e das
promessas e profecias sobre a pessoa e obra de Cristo; pregando aos gentios,
como no caso de Atenas, ele usa algo que é de conhecimento dos ouvintes para
apresentar o único Deus verdadeiro. Há necessidade de, quando somos
instrumentos de Deus para transmitir o Evangelho, adequarmos a mensagem ao
público que nos ouve.
Deve haver prontidão nos servos de Deus para sair, confirmando o
ânimo daqueles que já receberam a Cristo e anunciando-O àqueles que O não
conhecem, mas deve haver sobretudo a sensibilidade de perceber a clara
orientação de Deus sobre todos os aspectos da Sua obra. A obra é de Deus e é
Ele quem chama, capacita, envia e dirige todos os que se apresentarem para
fazer a Sua obra.