quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A vinda do Anjo do Concerto e a purificação dos israelitas.






Na lição da semana passada, estudamos o questionamento dos israelitas concernente à efetividade da justiça de Deus sobre os ímpios. Hoje, examinaremos as Sagradas Escrituras com o propósito de compreendermos claramente o tempo e o modo do Senhor para executar Seu justo juízo sobre os ímpios. Ainda que muitos possam ter como tardio o cumprimento das promessas de Deus, sabemos que há um tempo determinado soberanamente por Deus para o cumprimento de todo propósito debaixo do céu.

Antes de o profeta Malaquias profetizar sobre um anjo (mensageiro) enviado por Deus com a missão de preparar-Lhe o caminho para se manifestar ao Seu povo, o profeta Isaías já havia profetizado sobre esse mesmo fato (Is 40.1-11). Segundo estes profetas, a manifestação do Messias de Deus seria precedida por um mensageiro incumbido pelo Senhor de preparar os israelitas para O receberem. Este mensageiro é identificado pelo próprio Messias como sendo João Batista (Mt 11.7-14). João Batista, ao trabalhar como um mensageiro para preparar o caminho do Messias Jesus, aponta para a realeza do ministério do Salvador, porquanto naqueles tempos somente os monarcas enviavam mensageiros diante de si com a finalidade de Lhe preparar o caminho rumo aos destinos desejados. Vilarejos e cidades eram alertados pelos mensageiros para se prepararem para receberem com a devida honra o monarca que estava a caminho para visita-los ou passar por suas terras.

João Batista se distinguiu em muito dos profetas que o antecederam, pois ele foi cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe, consagrou totalmente sua vida ao Senhor, porquanto foi morar sozinho no deserto da Judeia e batizou nas águas do rio Jordão a todos quantos creram em sua mensagem e arrependeram-se de seus pecados (Lc 1.11-17; Lc 3.1-20). A distinção de João Batista como profeta não se ateve somente ao modo como ele trabalhou, mas principalmente pela magnitude do impacto do seu ministério na história da redenção da humanidade, porque seu ministério é um marco divisório entre a Antiga e a Nova Aliança do Senhor com Seu povo. A Lei e os profetas vigoraram até João Batista para então dar lugar à manifestação da graça e da verdade por meio de Jesus Cristo (Jo 1.17-18). João Batista surgiu em Israel num contexto marcado por uma estiagem espiritual onde o legalismo religioso promovido por líderes religiosos hipócritas havia atingido o seu ápice. Por isso, o arrependimento sincero constitui-se no cerne de sua mensagem para preparar os corações para recebem o Messias de Deus, o Salvador do mundo.

A justiça própria e o orgulho religioso promovido pelos fariseus representavam grandes barreiras para o ministério do Cordeiro de Deus, portanto, João Batista, cheio do Espírito Santo, confrontou severamente toda a leviandade dos hipócritas com o objetivo de persuadir o povo de seus pecados e da necessidade de um Salvador (Mt 3.7-10). João Batista é categórico ao afirmar a insuficiência da tradição religiosa como meio de justificação e livramento da ira vindoura, portanto, somente o Cordeiro de Deus é competente para remover o pecado do mundo.

O Senhor, em reposta aos questionamentos dos israelitas acerca da execução da Sua justiça sobre os ímpios, promete enviar um anjo do concerto com o propósito de purificar o Seu próprio povo. Enquanto os israelitas pleiteavam pela justiça de Deus sobre os seus opressores estrangeiros, o Senhor promete começar a executar justiça sobre os ímpios presentes no meio de Israel. Esta foi uma resposta bastante contundente para a hipocrisia daqueles que se consideravam justos aos seus próprios olhos. É interessante notar a consideração feita por Malaquias quanto ao fato da vinda do Messias ser desejada por todos, no entanto, Sua vinda não seria suportada por todos, em virtude da forma em que Ele lidaria com o pecado do Seu povo.
Malaquias usou a figura do ourives e do lavandeiro para ilustrar o papel purificador do ministério do Messias junto aos israelitas. A necessidade de purificação moral e espiritual do povo era indispensável para garantir um culto agradável ao Senhor. Contudo, o Messias não utilizou literalmente fogo e sabão para purificar Seu povo de seus pecados, mas sim o Seu próprio sangue vertido na cruz do Calvário (Rm 3.21-26). Por esta razão, o Messias constitui-se um escândalo para os judeus e uma loucura para os gregos (1Co 1.17-25). O sacrifício do Filho de Deus na cruz para salvação dos pecadores de seus pecados é um grande mistério cuja compreensão só pode ser alcançada pelo testemunho do Espírito Santo no homem interior (Ef 3.8-12; Cl 2.1-3). Por isso, o apóstolo Paulo afirma que “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14).

A purificação do povo, conforme prometida por Deus nesta profecia, visava à correção, não somente do culto prestado à Deus, mas também da conduta cotidiana dos israelitas. A vinda do Messias de Deus traz consigo a solução de todos os problemas abordados pelas profecias de Malaquias, o que nos enche de confiança e esperança. Ainda que tenham sido necessários aproximadamente quatrocentos anos para ocorrer o cumprimento de tal promessa, vemos uma vez mais a fidelidade e imutabilidade do caráter do nosso Deus (Nm 23.19; Jr 1.11-12; Hb 6.18).

Com um povo santificado pelo sangue da Nova e Eterna Aliança, seria possível um confronto mais incisivo da conduta dos ímpios no mundo. Desta maneira, o povo de Deus se tornaria um instrumento divino tanto para salvação como para o juízo dos ímpios. Enquanto os israelitas estavam questionando a efetividade do juízo divino, o Senhor estava planejando forjar um povo santo, dentre os israelitas e dentre os gentios, para cooperar no juízo dos ímpios. Nisto está a maravilhosa obra da graça divina, a qual manifesta-se a um povo indigno de qualquer favor da parte do Deus de Jacó, porquanto o cumprimento das promessas divinas se dá pela fidelidade de Deus antes de haver fidelidade no próprio povo (2 Co 1.19-20; Rm 5.8, 9).

Somos diariamente cercados por tentações cujo objetivo principal é minar nossa fé em Jesus Cristo e nas promessas divinas. No entanto, se conservarmos nossos olhos fixos em Cristo e os nossos ouvidos atentos ao que o Espírito Santo diz à igreja, certamente seremos sustentados na fé até a conclusão da nossa peregrinação (1 Pe 1.3-9).

A resposta de Deus para o questionamento dos israelitas quanto a efetividade da Sua justiça manifestou-se na bendita pessoa de Jesus Cristo. A imutabilidade do caráter de Deus e Sua fidelidade em cumprir Suas promessas asseguram a consumação da redenção de Seus escolhidos. Portanto, temos por certo o triunfo de Cristo e de Sua igreja sobre este mundo tenebroso.




Texto cedido por: EBD –  4º. Trimestre de 2018


LIVRO DE MALAQUIAS

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP

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