quarta-feira, 14 de junho de 2017

As parábolas da semente de mostarda e do fermento, das coisas novas e velhas, e do remendo em panos e do vinho em odres.






Para falar a respeito do reino de Deus, Jesus usou de muitas ilustrações e comparações de maneira a manifestar os vários aspectos do reino dos céus. Na presente lição estudaremos diversas parábolas proferidas pelo Senhor – são textos curtos, mas repletos de ensinamentos. Estejamos atentos e clamando por sabedoria em humilde receptividade – o Mestre pode abrir o nosso entendimento e encher o nosso depósito com os tesouros que Ele reserva para os filhos do reino.

Para falar do crescimento do reino de Deus e da sua capacidade influenciadora, Jesus narra as parábolas do grão de mostarda e do fermento adicionado à massa. Na primeira parábola, Jesus compara o reino com o grão de mostarda, que é a menor das sementes, mas se torna a maior das hortaliças. Seu crescimento supera o de qualquer outra semente. Ela parece insignificante, frágil e quase invisível diante de tantas outras, mas torna-se incomparavelmente maior em proporção a qualquer outra semente depois de germinar, sendo capaz de abrigar as aves nos seus galhos.

Com essa narrativa, Jesus ilustra o fato do reino de Deus, que começa de forma pequena, humilde e não contendo nada de visivelmente precioso, mas está destinado a crescer e encher toda a terra (Dn 2.34, 35), trazendo consigo abrigo e proteção aos que se achegam a ele. Essa capacidade de crescimento é explicada na segunda parábola – a do fermento adicionado à massa. Na segunda parábola, o Senhor destaca o fato de o fermento, uma vez que é adicionado à farinha, permeia toda a porção de massa, até que cada partícula seja atingida. 

O fermento fica invisível, mas todos podem ver o seu efeito. Isso mostra o modo penetrante pelo qual o reino influencia tudo o que toca. Quando o poder do reino chega em nós, todos os aspectos das nossas vidas são atingidos – a mente é mudada, o coração muda, os interesses, as afeições, o falar, o vestir, o sentir, o agir – todo o ser é atingido. Em consequência, colegas de trabalho ou de escola e outras pessoas que se relacionam conosco perceberão a influência fermentadora provinda do Evangelho em nossas vidas. Sendo sal da terra e luz do mundo seremos capazes de influenciar outras pessoas.

Em Mateus, capítulo treze, Jesus, após narrar várias parábolas, pergunta aos Seus discípulos se eles haviam entendido tudo, e, diante da resposta afirmativa, o Mestre compara o escriba instruído acerca do reino de Deus a um pai de família que tira do seu tesouro coisas velhas e novas. Os escribas se ocupavam das Sagradas Escrituras, eram encarregados das cópias dos textos sagrados e alguns se dedicavam também ao ensino da Lei (Ed 7.6, 10). Sobressai no texto o valor que é dado à Palavra de Deus, comparada a um tesouro de onde o pai de família busca a provisão para sua casa; é destacado também o relacionamento entre o que ensina e os seus discípulos – comparando à interação entre o pai e a sua família (Sl 19.7; 1 Jo 2.1).

Falando da Palavra de Deus, ao mencionar que o tesouro se constitui de coisas velhas e novas, Jesus valoriza tanto o velho quanto o novo, colocando-os no mesmo patamar. 

O contexto nos leva a crer que Jesus se referia aos escritos da Lei, na qual a mensagem do reino vem através de profecias, sombras e figuras – “coisas velhas”, bem como a manifestação do reino de Deus, com o advento do Messias, o cumprimento das profecias e a realidade para a qual as sombras e figuras apontavam – “as coisas novas”. Para o Senhor o valor está em aproveitar tudo do “velho”, mas com o real significado manifestado no “novo”. Aquele que é instruído saberá ver o novo no velho e o velho no novo – nisso está a riqueza (Jo 1.17, 29; 1 Co 10.6; Cl 2.16, 17; Hb 10.1; 1 Jo 2.7, 8).

Para ilustrar a necessidade da renovação completa dos que entram no reino de Deus, Jesus usa duas comparações: a parábola do remendo novo em roupa velha e a do vinho novo em odres velhos. Em ambos os casos o prejuízo é total, perde-se a roupa e entorna-se o vinho e danifica-se os odres. Nas duas narrativas é retratada a incompatibilidade da excelência da vida cristã se manifestar em um coração ainda não conquistado pelo poder do Evangelho.

A mudança efetuada no que ingressa no reino de Deus não é simplesmente um remendo, ou apenas algumas alterações no comportamento. Possuir o reino significa passar por uma transformação radical, equivalente a um novo nascimento, implica um rompimento total com o velho homem e a antiga maneira de viver. 

Verdadeiramente, o que está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas se passaram e tudo se faz novo. A pedra cortada sem mãos, conforme a interpretação dada a Daniel, cresce e forma um grande monte e enche toda a terra, aniquilando todos os reinos e conceitos anteriores. Para viver com Cristo é necessário antes morrer com Ele. Temos a promessa de um novo coração, mas antes o coração de pedra deve ser arrancado (2 Co 5.17; Ez 36.26-28; Dn 2.34, 35; Rm 6.8).


Vimos mais uma vez que o Senhor, na Sua sabedoria, usa objetos e situações normais do conhecimento dos Seus ouvintes, com o intuito de transmitir o conhecimento de verdades espirituais sobre o reino de Deus. Resta-nos atentar para as diversas lições dessas parábolas e nos esforçar para coloca-las em prática. Lembremos, somos chamados a ser praticantes da palavra, e não simplesmente ouvintes.





* Texto cedido por: EBD – 2º. Trimestre de 2017 

ASSEMBLÉIA DE DEUS 
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
“PARÁBOLAS”

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