Todos
os sacerdotes tinham como ofício representar o povo diante de Deus, mas como
eram seres humanos, compartilhando da mesma natureza decaída, eles também
falhavam para com Deus. Por isso, precisavam oferecer sacrifícios por si
próprios. Assim, os sacerdotes tinham uma atuação limitada, como limitada era a
sua natureza. Nesta aula, veremos por que Jesus é considerado “grande sumo
sacerdote” e, por fim, o que torna Jesus o sacerdote perfeito.
Estes
versos introduzem o tema principal de Hebreus: a superioridade do sacerdócio de
Cristo. O autor, desde o princípio do livro, fez alusões prévias ao ofício
sacerdotal do Filho de Deus (Hb 1.3; 2.9; 3.1). Agora, este assunto será
apresentado de maneira detalhada a partir desta seção até o capítulo 10.v18.
No
verso 14 são apresentadas três declarações acerca de Jesus. A primeira
declaração é que os cristãos têm um “grande sumo sacerdote”. Alguém que
é magnífico por Si mesmo, portanto, maior que Arão e qualquer outro sacerdote.
A segunda está no fato que “Ele penetrou nos céus” e estar na presença
de Deus (Hb 9.24; Ef 4.10). A terceira declaração está na Sua designação: “Jesus,
o Filho de Deus”. Este título é significativo, pois combina a humanidade e
a divindade de Jesus como sendo as qualificações perfeitas para um Sumo
Sacerdote nosso.
Embora
a capacidade do nosso Sumo Sacerdote de simpatizar com os que são tentados já
tenha sido ressaltada (Hb 2.17, 18), a mesma idéia é agora expressa: “Porque
não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;
porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (v. 15).
No
verso 16, o verbo “chegar” é uma expressão que denota aproximação a Deus para
adoração e comunhão. O termo era usado para os sacerdotes ao se aproximarem de
Deus (Lv 21.17-21), o uso e aplicação que o autor faz do termo sugere que o
privilégio sacerdotal de acesso a Deus é agora estendido a todos os cristãos (Hb
7.25; 11.6). Justamente por ser um trono de graça é que podemos achegar-nos com
confiança. O trono representa a realeza, e certamente poderia inspirar temor,
se sua característica principal não fosse a graça – isto é, o lugar onde o
favor gratuito de Deus é distribuído. Por fim, no trono de Deus alcançamos “misericórdia”,
há socorro na ocasião oportuna e ajuda necessária na hora da tentação. O
fornecimento da graça é irrestrito, sendo que a condição prévia é a boa vontade
de Deus; resta a disposição para recebê-la.
A
primeira qualidade de todo sumo sacerdote é que ele precisa ser escolhido
dentre os homens (v. 1). É necessário que um homem seja escolhido para
representar os homens ao tratar dos pecados deles contra Deus.
Uma
segunda qualificação do sumo sacerdote, intimamente ligada à primeira, é
declarada a seguir: “que possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e
errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza” (v. 2). O sumo
sacerdote, sendo homem e tendo as fraquezas dos homens, está melhor capacitado
para ministrar a favor dos homens. Ele está sujeito a erros e, como todos os
homens, deve dar contas a Deus (Ex 32.1-3). É capaz, portanto, de compadecer-se
de seus semelhantes, com um profundo conhecimento de sua própria indignidade,
tendo uma visão de si mesmo como de alguém que é também tentado, o sumo
sacerdote deve oferecer sacrifícios pelos seus próprios pecados (Lv 16.1-4, 11), e, depois então, pelo povo (v. 3).
A
terceira qualificação é de que o sumo sacerdócio é uma chamada divina (v. 4). A
palavra honra aqui é usada no sentido de “posição” ou “cargo”. Um cargo
responsável como este não é preenchido por designação própria nem de outros
homens. Todos os homens devotos, sinceros, iriam recuar diante de tal cargo, e
quem quisesse engrandecer-se buscando-o, mostraria não possuir a qualidade da
humildade e compaixão tão essenciais ao cargo.
O sacerdócio não é
uma profissão ou carreira que o homem escolhe, mas um privilégio
e uma responsabilidade para o que é chamado (Ex 28.1; 1 Tm 3.1, 2).
Após
descrever as qualificações essenciais para o cargo sacerdotal, o autor
demonstra que Cristo, apesar de não pertencer à tribo de Levi, cumpriu
perfeitamente as qualificações para ser um sacerdote. O autor esclarece que
Cristo não tomou para si esse importante ofício, porém, foi Deus quem O
designou quando disse: “Tu és sacerdote eterno, segundo a ordem de
Melquisedeque” (Sl 110.4).
No
verso 7, é descrita a trajetória de Jesus entre os homens; em particular, os
momentos de Sua paixão e morte que foram marcados por intenso sofrimento e
angústia, como no Getsêmani. Ele orou e suplicou com forte clamor e lágrimas ao
Pai, submeteu-se absolutamente à vontade de Deus, e resistiu aos Seus desejos
humanos. Jesus obedeceu até o ponto de morrer, “e morte de cruz” (Fp 2.8), para
que, por meio de Seu sofrimento, Ele estivesse perfeitamente qualificado para
ser sacerdote e tornar-se o Autor da salvação dos homens (v. 8).
A
salvação por Ele é acessível a todos que Lhe obedecem e é eterna. Em contraste
com a expiação anual do ritual judeu, ela satisfaz completamente; e, como a
ordem sacerdotal de Melquisedeque, perdura para sempre. Cristo, como Filho,
obedeceu ao Pai; e todos os que esperam salvar-se devem primeiro aprender a
obediência, assim como Ele (v. 9). O autor conclui enfatizando na repetição que
Cristo foi chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (v.
10), e não foi indicado pelos homens, mas pela vontade de Deus.
Na
aula de hoje, aprendemos que Cristo é superior a todos os sacerdotes, pois
estes eram homens falhos, ainda que tenham sido escolhidos e usados por Deus
para Seu serviço. Os homens são transitórios, Cristo é eterno. Mais do que qualquer
sacerdote, Cristo conhece todas as nossas necessidades, pois é Deus e viveu
tudo quanto o homem vive, contudo, sem cair em tentação, sem pecar. Agora, por
Suas conquistas, temos pleno acesso ao trono da graça e a todas as Suas
misericórdias.
* Texto cedido por: EBD – 1º. Trimestre de 2018
EPÍSTOLA AOS HEBREUS
ASSEMBLÉIA DE DEUS
MINISTÉRIO GUARATINGUETÁ-SP
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